A Coronel Wenzel tem suas próprios razões para investir no quinteto mágico, o que não condena a militar, ao menos não se ela continuar seguindo os protocolos e fizer de tudo para preservar as vidas deixadas em suas mãos. Parece ser esse o caso.

Para isso é necessário aprimorar os Reingleifs, os caixões menos piores de Giad em comparação aos de San Magnólia, para a gente ver como os cinco são sobreviventes. Cabe aqui a analogia dos animais peçonhentos reunidos em um pote no qual só sobrevive o mais apto, o mais forte?

Eles são isso, mas também são adolescentes que precisam pensar no futuro já que agora pelo menos tem essa perspectiva, algo recorrente nesse episódio de transição ante a algo maior e mais problemático que se avizinha, uma legião de máquinas chafurdando na desgraça humana.

O que já não foi desgraça, mas também não foi de bom tom, foi a forma desleixada como a Frederica se portou no alojamento. Na verdade, ela é uma criança, né, não vejo problema no que ela fez, o problema é o ambiente em que se encontra e como dá trabalho a quem não deve.

Ainda assim, é inegável que em alguma coisa ela ajuda, nem que seja “só” em fazer o Shin pensar sobre o próprio futuro, e melhor que isso, pensar no presente, afinal, dá para perceber que ele está se afeiçoando a ela e que esse relacionamento pode ser uma motivação a mais para ele.

Em meio a isso San Magnólia não responde as tentativas de contato de Giad e não sabemos mesmo se é por quererem evitar contato com o mundo exterior ou porque estão em uma enrascada. A Lena ter dado uma sumida nesses últimos episódios seria um indicativo?

Não sei, só o que sei é que ela permanece nas memórias deles e não teria como ser diferente. Além disso, um pouco como o Shin fez ao ter contado a verdade para a Lena na primeira parte, alguém precisa ouvir os alertas do rapaz ou de outra forma a coisa vai ficar bem feia.

Mas algo que o Raiden traz no fim desse episódio é muito pertinente quanto as limitações do herói em dar esse recado, e aí nem entro no mérito das nações serem ruins iguais ou não. No cenário em que a guerra se encontra não dá para não vislumbrar os piores cenários possíveis.

Nesse episódio mesmo se fala que várias cobaias morreram ao testar os novos veículos de combate, então não dá para esperar compreensão e permissividade de Giad, ainda mais se a guerra afunilar e desembocar em cenários piores. Eles não devem ser tão bonzinhos quanto pensam, né.

Mas alguém que com certeza é mais bonzinho do que pensa é o Shin, que me parece realmente estar projetando na Frederica esse objetivo que perdeu ao se resolver com o irmão, o que se deve a semelhança que enxerga nela com quem ele era. Ela é o Shin de ontem, isso é fato.

Não dá para voltar a isso e não se convencer depois que ela explica suas circunstâncias para o Shin, mas aí que está o pulo do gato desse episódio, pois a intenção da garota não era reforçar seu desejo para aquele que poderia realizá-lo, foi mais o contrário mesmo.

Isso não vai parar o Shin, a gente sabe, mas se ao menos fizer com que ele se apegue a essa ideia de futuro, de que ele precisa lutar tendo isso em mente, acredito que possa ajudá-lo. A Frederica pode me irritar 99% do tempo, mas nessa parte ela justificou sua presença formidavelmente.

Então sim, vou dar meu braço a torcer e parar de encucar com ela, pois apesar do besteirol e da comicidade que ela traz, nos momentos chave ela diz a coisa certa, e não só isso, demonstra uma profundidade como personagem que não pode ser ignorada.

Porque deixar de pensar apenas no “eu” e passar a pensar no “nós” é sinal de maturidade, um sinal que ela deu com seu pedido, além de ter sido uma forma de dizer que, por mais que tenha assuntos indefinidos de seu passado, o que ela valoriza mais é o presente e por tabela o futuro.

Para alguém que tinha um Império nas mãos, se importar mesmo é com seu cavaleiro diz muito. Aliás, qual a necessidade do Shin ser parente do cavaleiro da Frederica? Nenhuma. Exceto se, sei lá, ele for um primo da Imperatriz e isso tiver relação com o poder dela e do Shin? Não sei.

Até o contraste entre eles torna ainda menos necessária essa ligação sanguínea, coisa que pelo menos deu assunto para a Frederica falar e assim reforçar seu incentivo ao Shin. Nossos heróis devem pensar no futuro, ainda que a Legion continue doidinha para roubar isso deles.

Até a próxima!

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