Não é fácil para a Irina lembrar que os pais foram queimados vivos na sua frente, ainda mais quando toda sua comunidade foi dizimada junto e que mais uma vez ela é violentada por humanos, ainda que, como havia comentado no último episódio, ela tenha entrado nessa por querer.

Em protesto a barbárie humana não me alongarei em comentários sobre a primeira parte do episódio, ao menos ao que se refere aos humanos, até porque não tem muito o que acrescentar. Eles seguem vendo a Irina como uma cobaia, são cretinos, merecem alcançar o espaço só depois, se muito.

E se tem algo em que esse episódio avançou foi no relacionamento dos protagonistas, tanto nas entrelinhas, nos detalhes (caras e bocas, olhares e sorrisos), quanto objetivamente, pois por mais que a Irina faça charme, ela mesma fala o quanto aprecia o Lev. Entre os humanos, só a ele.

Vê-la chamando o nome dele já quase gemendo de saudades foi reconfortante. Não, o roteiro não vai fingir que nada acontece entre eles. Não, a gente não está vendo necessariamente um amor platônico também. O sentimento que se solidifica entre os dois é mais “abnegado” do que isso.

Mas antes de comentar mais desse avanço, quando falo no título que o anime voltou dois passos é porque mais adversidades surgiram no caminho dos protagonistas. O Lev não sabe, mas a gente sabe que o Franz vai aprontar, e que sua partida deve ser um prenúncio disso.

Além disso, há a conversa sobre usar explosivos para garantir a morte da Irina e sim, o John Wick já teria botado o país abaixo após tantos cachorros terem morrido para testes, mas nossa heroína não é brucutu de filme de ação, então foi compreensível seu choro e a ansiedade que ele denunciava.

Ao ver o cachorro morto ela se viu ali, violentada, morta. E ela até disse aceitar esse destino, mas é mais fácil falar quando não se está vendo um exemplo do que tende a acontecer. E é com esse cerco que me pego pensando, como o Lev fará para mantê-la viva? Vai ser difícil, hein.

Se a relação dos protagonistas deu um passo para frente, ao se tornar mais íntima e franca, por outro lado, as adversidades dispostas a acabar com essa relação se acentuaram. Ensiná-la a cair de paraquedas naturalmente atenuaria isso, mas com explosivos será que ela terá essa chance?

Enfim, se o asco com quase todos os humanos do anime era inevitável, se sensibilizar com a Irina também, e não posso esquecer de fazer um elogio a sua construção complexa e interessante, afinal, ao mesmo tempo em que ela demonstra fragilidades, é marcante a “fortaleza” que ela é.

Com a forma como os pais morreram sendo acrescentada aos flashbacks, foi ainda mais duro de acompanhar seu tormento, mas isso também aguçou a curiosidade para, repito, ver como o Lev fará para evitar que a Irina seja morta e dê o troco em que roubou sua família, não o espaço.

Por fim, o que posso falar mais sobre esse episódio? Que realmente foi fofa a conversa da Irina com o Lev e que está ficando cada vez mais difícil não torcer para os dois ficarem juntos? Sim, mas temo por um final trágico também, pois não acho que iria contra o que o anime foi até aqui.

Esse episódio foi bem enxuto em comparação aos anteriores, mas acrescentou alguns pontos pertinentes a heroína e a relação mais relevante da trama, a dela com o herói, que deu sorte de sair da reserva, o que será suficiente para seduzi-lo ao egoísmo de um sonho? Creio que não.

Até a próxima!

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