Digimon sempre teve tanto bons episódios quanto alguns outros bastante discutíveis. Esse foi o caso dos episódios seguintes, pois se o primeiro deles foi horrível então o último foi excelente do início ao fim.

O episódio de número cinquenta e três eu gostaria de comentar apenas de “en passant”. E tenho dois bons motivos para resumir os comentários a cerca dele. Primeiro pelo fato do outro episódio ser muito bom e merecer atenção especial, depois por este ser muito ruim.

Sim, essa temporada teve alguns episódios ruins, mas nada comparado a esse. O episódio foi detestável, o seu vilão era tão ridículo que suas cenas eram até constrangedoras e a importância do episódio foi pífia.

Até o Tai que nele apareceu não teve grande relevância. Poderíamos de fato pular este episódio que não só não perderíamos nada relevante como deixaríamos de perder tempo. Porque esse episódio foi isso, uma grande perda de tempo. Enfim, vamos ao próximo episódio, e vamos de um lugar congelado agora para um deserto.

E um deserto no melhor estilo de filmes do Velho Oeste, repleto de foras da lei e justiceiros. Aqui nós vemos um clima totalmente diferente daquele bobo do episódio passado. Um clima muito mais pesado e sério, que trata de um passado não somente a ser superado, mas a ser conhecido.

Mas não do Taichi ou do Agumon, mas sim do Rebellimon. De fato, ele foi o nome do episódio, ainda mais pelos seus feitos e pela sua superação justo no momento mais crítico. E não apenas ele é um personagem com características bem interessantes, em especial por diferir das inocentes crianças, mas toda a trama criada ao seu redor foi igualmente elogiável.

Ela que se apresenta em uma autossuperação vinculada ao passado. Aliás, um adendo aqui ao Boltmon e a cena maravilhosa em que ele é derrotado. Mas enfim, o ponto está na verdade naquilo que o fez superar esse inimigo. Ele lutava apenas por ele mesmo, mas para vencer aqui ele teve que lutar por um outro alguém. E aqui é que entra a Cutemon e a sua importância nesse episódio.

Se o Rebellimon é completamente ríspido então ela é doce e inocente, e justamente essas características são o que mudam a sua pessoa. Primeiro porque o fato dela agir de acordo com essa característica é que faz com que ele sinta algum tipo de simpatia por ela, ainda que evite demonstrar isso até para si mesmo.

Segundo, devido ao fato que ele acabará deixando a sua rispidez e egocentrismo para assim como ela olhar para os outros, visto na cena do final em que ele a convida para seguir viagem junto dele.

O grande ponto está nele ver que há alguém para se lutar, não apenas alguém que para ele duelar (seus inimigos dignos), mas de fato alguém para ser defendido. E nesse sentido é verdade que o problema a ser resolvido se refere ao passado.

Porque essa autossuperação não é a coisa mais importante, ela nada mais é do que a consequência de um autoconhecimento. Ele aprende algo a mais sobre si mesmo, sobre o porquê de lutar. E então aquilo que ele a tanto tempo fazia agora é iluminado por uma luz que dá sentido para toda a sua existência enquanto guerreiro.

Agora ele não precisa mais vagar sem um destino, agora ele tem um caminho para trilhar. E ele o segue no final desse episódio. E somente ali é que o Tai percebe o que é que chamava tanto a sua atenção nele. É, ele é o Ogremon.

Essa foi uma grande ideia do anime, soube contar uma história paralelo lindíssima e ainda assim a situar na história geral.

E ainda que esse pareça um episódio deslocado, e em certo sentido realmente é, isso não muda o fato dele ter uma história e uma trama muito envolventes que o tornem especial.

Coisa que justifica a grande animação que esse episódio teve. E tenho que destacar a animação, porque ela estava maravilhosa. Várias foram as cenas em que eu me impressionei com o capricho e com a dedicação merecida que esse episódio recebeu.

Uma animação mais caprichada do que muitas evoluções, e merecidamente mais caprichada porque esse episódio foi um dos melhores do anime todo. E realmente não acho que esteja exagerando. E se estiver, então espero que o anime me dê mais motivos para exagerar em outras oportunidades. Até mais.

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