Duas visões sobre Honey & Clover
Olá! Aqui é a Tamao-chan. Como vão?
Hoje decidi falar sobre como ocorre a mudança na perspectiva quando vemos um anime X na época de adolescente, e repetimos a dose na idade adulta (e até hoje eu não sei o que é ser isso. Como se descobre?).
Isso aconteceu com Hachimitsu to Clover (ou Honey & Clover), o primeiro anime que passou no bloco NoitamA, com 26 episódios (contando 2 OVA’s), em 2005, e mais tarde veio a segunda temporada, com mais 12 episódios, lançada em 2006, sendo ele adaptado do mangá do mesmo nome, que foi lançado em abril do ano 2000 no Japão, e pela Panini em 2009. Ainda teve adaptação em Live-Action, em 2006 (que ainda não assisti. Um dia eu preciso parar para assistir).
E mais uma coisinha: a autora, Umino Chika – cujo pseudônimo veio do nome de seu lugar favorito, um Parque de Diversões encontrado próximo ao mar, chamado Umi no Chikaku no Yūenchi – deu o nome de Hachimitsu to Clover (Honey & Clover) por causa da junção de seus dois álbuns favoritos: Hachimitsu de Spitz, e Clover de Suga Shikao.
Sinopse: Yuuta, Takumi e Shinobu dividem um pequeno apartamento sem banho. O aluguel é barato e é perfeito para pobres estudantes universitários assim como eles. Shinobu é uma pessoa misteriosa e habilidosa, que faz as coisas por impulso. Takumi é apaixonado, tanto no sentido de trabalho, quanto no sentido romântico, e Yuuta é uma pessoa simples com sonhos e desejos. Quer dizer, até ele conhecer a Hagumi, uma garota bem pequena (que, quando começa a série, tem 18 anos) com um talento estrondoso. Ela é chamada carinhosamente de Hagu por Shuuji, que é primo e protetor da Hagu. A menina conhece a Ayumi, tornando-se amigas quase que imediatamente, e esta está apaixonada por um dos caras citados anteriormente.
A sensação de se apaixonar, a dor da partida, a auto-descoberta, e a busca da coragem de seguir em frente – essas são algumas das várias coisas que os personagens de Honey & Clover experimentam como se fizessem parte de uma grande peça liderada pelo destino.
É uma obra Josei muito bonita que começa com uma simples frase que vai ser muito importante episódios à frente: “Até onde eu posso ir sem voltar?”, dita por um personagem com muitos conflitos sentimentais. Não é fácil se distanciar da casa dos pais e seguir uma vida nova sem saber o que se quer. E esse personagem só sabia de uma coisa: que ele queria fazer algo, usando as suas mãos. Com esse pensamento em mente, seguiu estudando para entrar na faculdade de artes. Tem muitos fatores envolvendo essa decisão.
Quando eu comecei a assistir o anime, eu tinha 15 anos. Eu não sabia nada de demografia e gênero em mangás, imagine falar que tal mangá tinha sido adaptado para um anime que ia passar em um bloco onde jovens adultos e adultos estavam inclinados a ver. Sem falar que eu nem estava na faculdade ainda, então boa parte do que eu vi nesse anime se perdeu no caminho. Eu não entendia a dificuldade de morar sozinho (hoje eu pesquiso sobre isso, mas ainda não sei), o que era ter o coração partido, o que era correr atrás de um sonho que tinha de tudo para dar errado. Além disso, eu não sabia o que poderia vir depois que saísse do colégio, ou o que ia cursar na faculdade.
A primeira vez que eu vi esse anime, eu ri bastante. Hoje eu acho incrível entender como a autora conseguiu conciliar momentos de drama com momentos leves de comédia, assim como ela está fazendo com o seu mangá atual, San Gatsu no Lion, que infelizmente não poderei falar muito dele até chegar outubro, pois será adaptado em anime na temporada que vem. Eu não entendia o drama e as dificuldades que os personagens estavam passando.
Eu pude conseguir um tempinho para fazer maratona desse anime no ano passado, depois de ter conseguido ler o mangá que lançou aqui no Brasil. A sensação dele ser um dos meus animes favoritos não mudou, e eu consegui entender muito mais o que os personagens estavam passando. O que fazer? Era sempre a pergunta que o Yuuta fazia. Um dia vou conseguir sair daqui? Shinobu que o diga lol. Quando eu me formar, será que terá trabalho para mim? Se sim, para onde eu vou? Essa pergunta ronda praticamente todos os personagens da trama. Ver esse anime é como se você olhasse para si mesmo e ajuda a pensar em sua vida, tanto universitária, quanto pós-universitária, como um todo.
Além disso, destaca questões pessoais, como a primeira paixão (um personagem agia como um amigo, enquanto o outro fazia coisas ‘muito loucas’ para demonstrar afeto. Bem, é como dizem: quem irrita, ama. -q), amor não correspondido (principalmente com alguns triângulos amorosos), timidez que, muitas vezes, pode atrapalhar sua vida normal, a depressão por não saber o que fazer e como melhorar isso, desavenças familiares, e outras questões que ficamos sem entender como seguir.
Anime maravilhoso e recomendação máxima para você que gosta de um bom drama e de partes de comédia bem harmoniosas. E peço com que tenham a mesma experiência (quem puder ainda, claro LOL): ver antes de entrar na faculdade e depois, para ter maior dimensão das mudanças. É isso, e até a próxima. o/
chellyluz
AI, que sonho esse post aqui!! <3 Honey & Clover é um dos meus animes favoritos, e em termos de "anime que faz pensar" é possivelmente o favorito. Sua resenha foi deliciosa, me deu uma nostalgia enorme!
Eu também tive essa experiência de ver em épocas diferentes, mas comigo foi diferente. A primeira vez que eu ouvi falar em H&C eu tinha uns 13 anos, e uma colega (pouco mais velha e que tinha uns gostos parecidos com os meus) me recomendou dizendo que era o anime favorito dela. Eu vi, achei um saco, desisti. Tentei de novo uns 2 anos depois e novamente achei um saco e pensei "nunca verei", mas quando eu tinha 17 anos, nas férias antes de entrar na faculdade, eu pensei: vamo lá tentar ver isso aqui de novo. E adorei. Eu li o mangá depois disso, mas até hoje preciso rever. Volta e meia eu lembro de uns momentos que me marcaram muito e acho que eu ia assistir com uma outra cabeça agora. E tenho certeza de que ia ser muito bom de novo. Penso que H&C seja daquelas histórias atemporais em termos de desenvolvimento de personagem e etc, então acaba sendo uma experiência que muda conforme você muda e isso é muito legal. <3
Enfim, obrigada (e parabéns!) pelo post!~
– Chell
http://notloli.com.br
Tamao-chan
Obrigada pelos elogios! No meu caso, eu gostei muito de Honey & Clover desde a primeira vez que eu vi, e até demorei muito tempo para rever. Pretendo repetir a dose quando tiver mais tempo! 😀
Ainda bem que você persistiu e procurou por todas as mídias! BDSFDSFHIU
E sim, a gente consegue ver os personagens com outra cabeça depois de determinado tempo.
Até a próxima! o/
somaisumaleatorio
Achei bem interessante teu texto, assumo que não conheço esse anime mas irei colocar na minha lista dos que verei em breve. Mas concordo com você acho que a nossa visão das coisas vai se modificando ao longo do tempo sem duvidas se você assistir novamente esse anime daqui a 10 anos você pode ter uma percepção diferente e captar alguns fatores que talvez você não tenha captado da ultima vez que viu. Digo mas por experiência própria, alguns animes que eu costumava ver quando mas novo acabei revendo um tempo depois com uma cabeça mas madura e diferente e acabei achando pontos que na época haviam passado despercebido. Além de que depois que procuramos o mangá tentamos conhecer as outras mídias que a obra foi adaptada passamos a ter uma visão bem melhor de tudo.
Como disse acima o texto ficou ótimo, parabéns.
https://somaisumaleatorio.wordpress.com/
Yotsuba!
Só conheci Honey & Clover depois de entrar na faculdade. Senti na pele o que a estória retratava e acabei me apegando e me identificando muito com os personagens. Acho que é essa identificação que faz com que a gente “veja” o anime com outros olhos. Animes com essa visão meio “agridoce” da vida são muito interessantes, na minha opinião. Gostei muito desse post contando sobre as duas visões de uma mesma obra, espero que faça isso com mais animes! Ficou muito bom! ^^