Arquétipos em animes de esporte – A Era de Ouro
Animes de esporte… quem nunca viu um? Chegou a hora de falar sobre esse tipo de anime, porém, animes de esporte hoje em dia não são tão esporte assim. Digo, não é só nessa década que enfiaram super poderes nos animes de esportes. Temos Super Campeões, Captain Tsubasa, em japonês, que passava quando a Cartoon tinha coisa boa (eu acho que passava na Cartoon). Mas recentemente vimos mais e mais animes incorporando super poderes nos esportes, tanto que a tv brasileira até apostou em um: Super Onze, e eu acredito que várias pessoas que vão ler esse post tiveram Super Onze como o primeiro anime de esporte. Não tem nada de errado em começar a ver animes desse tipo com Super Onze. O ponto é que, talvez, você não goste dos animes mais antigos, como Super Campeões ou Slam Dunk. Enfim, eu não vou comparar os animes de 2000 com os de 2010, eu vou é falar de arquétipos mesmo, como os animes de esporte antigos usavam esses arquétipos e comparar com os atuais.
Antes de começar o post, eu sei que The Prince of Tennis é “antigo”, mas não chega ao ponto dos ataques especiais serem algo cheio de poderes. Digo, do jeito que eu via TPoT, era que só quem entendia do joguinho que enxergava as coisas como o anime mostrava, caso contrário, as pessoas só viam o jogo normal sem poderes especiais. Por esse motivo, eu acho que TPoT é algo entre os animes antigos e atuais em termos de poderes especiais.
Voltando ao post, como eu explico que animes de esporte tem arquétipos? Digo, A era de Ouro em animes de esportes é o ponto que mais “restringe” eles. A Era de Ouro desses animes é totalmente previsível e sem graça, o que não é um problema, mas sim como o anime usa. Vamos ver… eu falei de Super Campeões, mas como eu era fodido e meu horário não deixava ver Super Campeões, então eu não lembro muita coisa, mas eu acompanhei Hungry Heart, que é algo parecido, mesmo autor, então deve ser algo parecido (não usem a última frase como referência). A Era de Ouro pode restringir o anime, mas o anime ajuda a deixá-la mais legal. Digamos, em uma história séria ou fechada o autor precisa ter uma ideia fixa pra apresentar a Era de Ouro. Em FMA a morte da mãe e todo aquele processo dos irmãos transmutarem a mãe era uma regra, não dava para fugir disso. No outro lado, animes de esportes podem criar qualquer coisa pra introduzir a Era de Ouro, seja o time decidir se separar ou o principal se aposentar e de repente sentir vontade de praticar o esporte, ou sei lá, o time do principal sofrer a falta de membros e gastas vários episódios achando pessoas pra completar o time. Ah sim, o clássico do personagem principal indo para o ensino médio e entrando no time, o post não podia andar sem isso. Mas enfim, vocês devem ter entendido os pros e os cons da Era de Ouro nos animes de esporte. Se o autor não souber como usar esse começo… ele tá morto já.
Agora que vocês sabem como A Era de Ouro funciona, vamos ver como cada anime começa apresentando. Vou considerar PoT como anime antigo, pelo bem desse post. Usando Hungry Heart e PoT como referências, vemos que o começo é bem diferente, dificilmente você vê as “habilidades” esportivas deles nos primeiros episódios. No começo dos dois animes, você não “vê” a proposta do anime. Em PoT nós vemos o Ryoma procurando um torneio. Você só de ver o personagem entende a vibe dele ser o “fodão”, mas demora episódios e episódios pro Ryoma se entrosar e a história realmente andar. Em Hungry Heart a história é bem diferente comparada aos dias de hoje. Eu não acho que o primeiro episódio tem algo a ver com o esporte, o que é estranho, digo, só no final tem uma referência ao esporte, fora isso só mencionaram via conversa mesmo. Ambos os animes preferem se importar em desenvolver as características dos personagens do que mostrá-los de cara e ir logo pra ação. Eu entendo que tem vários motivos pras coisas serem diferentes hoje em dia. Por que eu faço isso? Não sei, não julgue o meu hobby s/2
Nos animes antigos, cara, eu consigo mencionar vários animes que têm a Era de Ouro diferente. Mas aqui eu vou me prender um pouco porque se eu digitar tudo o que eu quero, vocês vão fechar esse artigo de tão chato que vai ficar. Alguns deles são: Kuroko, Yowapeda (eu preciso fazer propaganda né) e Chihayafuru. Vamos começar com Kuroko, já que fiz várias menções dele neste post. Com Kuroko, você já sabe como funciona. Eu não sinto que o anime tomou um tempo e decidiu investir nos personagens ou desenvolver eles, o primeiro episódio foi muito pouco desenvolvimento e no mesmo você conhece os personagens e o quão bom eles são. E se você assistir um pouco mais, já temos partidas contra a geração milagrosa. Pois é Kuroko fez em 3 episódios o que PoT fez em o quê? 30-50?
Indo pra Yowapeda, como eu mencionei, eu curto muito Yowapeda. Eu até faço artigo dele semanal, digo, por enquanto é semanal, até eu atrasar e o adm me procurar em busca do meu toba. Enfim, em Yowapeda as coisas são diferentes, tudo porque o principal não tem a Era de Ouro, o anime não tem uma Era de Ouro. Em outras palavras, o anime não tem um “objetivo” que é relativo ao esporte, significa que o esporte não é o foco, mesmo ele ocupando a maior parte do anime. Não é porque o anime não é focado que ele é ruim, digamos que sim, tem um objetivo, mas você na maioria do tempo não lembra dele, a pegada é dependente dos personagens e efeitos especiais da animação. Eu realmente acho a animação de Yowapeda um pouco mais especial, digamos que Yowapeda é muito barulhento e “louco”, o começo é bem clichê e o anime não nega, ele meio que usa isso. Eu preciso contar a sinopse pra você entender o resto: basicamente é o Onoda (principal) querendo amigos otaku, pra isso ele vai no clube de animes da escola e percebe que fecharam o clube. No lugar tinha um clube de ciclismo e ele acaba se arrastando nesse mundo esperando que no meio dessa bagunça ele encontre amigos otakus. O começo parece bem simples, mas como eu falei, um enredo simples, porém, com ótimos personagens. No episódio 1, você já sente essa sensação da qualidade excelente dos personagens, tudo graças ao principal. Na minha opinião ele é o mais simples deles, mas é direto. Não é algo ruim, o que Yowapeda sofre em decidir o foco da história, ele cobre com personagens decididos. No geral, Yowapeda me lembra aquela característica que animes antigos tinham de desenvolver os personagens, usando o ritmo “acelerado” dos animes atuais de mostrar os dons esportivos dos personagens.
Cara, falando de Chihayafuru, saudades desse anime. Mesmo Chihayafuru sendo um esporte que muita gente nunca jogou e nem vai jogar, vemos uma mudança brusca em como o anime se desenvolve ao decorrer da série. Pra quem viu as duas temporadas sabe a diferença que é o ritmo das duas. Chihayafuru não teve medo de separar personagem e esporte. Em uma temporada (a primeira) o anime foca completamente em formar os personagens, deixar claro os objetivos, um exemplo é como o anime deixa claro a Era de Ouro já no primeiro episódio, que é um flashback. Eu não pretendo falar com muitos detalhes, porque eu quero fazer um post só de Chihayafuru, mas digamos que o anime deixa as coisas simples, desde o porquê deles serem fixados pelo esporte desde cedo. Os personagens também são bem desenvolvidos nesse primeiro episódio, mas o que prende mesmo é o anime mostrar uma grande variedade de personalidades. Enquanto no segundo, pode ser uma decepção pra muitos já que a primeira temporada não focou muito no karuta em si, mas sim em fazer o espectador interessado. Já no segundo, o anime não teve medo e foi mais fundo focando mais no esporte, foi o contrário, se na primeira o autor decidiu usar o esporte pra moldar os personagens… na segunda os personagens moldam o seu estilo de jogo. Como falei, a segunda temporada pode ser chata, vamos falar a verdade quem aqui já jogou karuta?
E é aqui que eu pretendo encerrar meu post, eu não sei se eu vou continuar com isso semana que vem ou eu faço algo focado em um anime. E pra deixar claro, eu não quero dizer que nenhum anime é melhor que o outro, é o meu jeito mesmo de fazer esse post, comparando com os outros. Não é porque eu critiquei Kuroko que to falando pra não verem. Kuroko é o que mais fez sucesso entre os que mencionei, isso só mostra que as pessoas preferem mais ação do que “desenvolvimento” de personagem, fora que eu só comparei a Era de Ouro deles. Como vocês podem ver, conforme o tempo anda, os estúdios estão focando mais em títulos que tenham mais ação possível ou personagens atraentes pras pessoas shipparem, mas aí não é assunto que eu manjo.
James Mays
Como é bom uma resenha que discuta o anime em si…Agora de tudo o que li só posso falar de Chihayafuru que assisti e foi surpreendente (lógico que de vez em quando eu achava o andamento meio chato) e acabou num “gancho”…Bem não tenho muito a acrescentar a resenha, só reforçar aos que vem aqui a assisti-lo…E se possivel ver uma partida de Karuta ao vivo como as que tem aqui nas associações japonesas (tem um monte por aqui) da Vila Mariana em São Paulo…
Akune
Que bom saber que alguém gostou. Agr é continuar vivendo pra manter a qualidade e a peridiocidade s/2
Na real, eu só consegui jogar karuta quando criança na escola, onde todo mundo so conseguia pegar uma carta depois de 2 minutos. Por isso tenho um carinho especial por chihaya.
James Mays
Eu só gostaria de perguntar uma coisa tem algum resenhista ou espaço no Anime 21 sobre o Japan Animator Expo? Tem muita coisa boa lá…
Fábio "Mexicano" Godoy
Projetos experimentais assim são divertidos, mas é bem difícil sequer encontrar o material para assistir. Ficamos muito dependentes de incertezas e assim é difícil nos programarmos para isso, e como já andamos com a agenda cheia… Eu por exemplo nunca assisti nada do Japan Animator Expo, mas já assisti quase tudo do Anime Mirai tendo em vista escrever artigo sobre, mas perdi o timing por falta de tempo e agora não creio que me lembre o suficiente de curta nenhum para escrever algo digno de ser chamado de artigo. Tem muita coisa interessante lá também, haja visto que um de seus curtas virou uma série anos atrás (Death Parade) e outro está tendo uma série agora e já teve um filme (Little Witch Academia). Pelo menos cobrimos/estamos cobrindo Death Parade e LWA, né? ^^
James Mays
Já vi muita coisa no Anime Mirai e até dá uma dor no coração por alguns projetos que não foram adiante. Mas notei que tem algumas diferenças entre um e outro. No Mirai, pelo que notei, os participantes já apresentam um episodio de duração normal (20~25 min) o que é muito bom, a animação é caprichada. O evento é patrocinado pelo governo, pela Agência de Negócios Culturais. Logico, anime é produto de exportação é dinheiro na balança…
O JAE é uma iniciativa privada, quem começou? Hideaki Anno (aquele de Neon Genesis Evangelion) o objetivo é parecido com o Mirai, mas os episodios são bem curtos (geralmente de 7~10 min), mas a animação é ESPETACULAR (logico tem algumas que são decepcionantes).
Mas se quiserem dar uma conferida muitos videos do JAE estão disponiveis no You tube (a maioria legendado em inglês) não vão se arrepender….
Fábio "Mexicano" Godoy
Eu sei, conheço o JAE também, apenas nunca assisti nada mesmo. Os episódios serem curtos confesso que me desanima um pouco, porque sei que vou ter um enorme trabalho para encontrar algo que vai durar apenas um pouco mais que dois picolés – por mais que sejam picolés dos mais deliciosos, entende? Por isso o Mirai vale um pouco mais a pena (e porque uns anos atrás tinha um fansub legendando tudo do Mirai, o que facilita bastante, né?).
Kondou-san
Eu já vi alguns episódios da Japan Animator Expo 34 e gostei. Eu até agora só vi 14 projectos, dos 35 da Expo Animator Japan e adorei quase todos eles. O meu preferido até agora, foi o episódio 1 desse projecto, que se chamava, O dentista Do Dragão, esse foi muito bom, além de uma mensagem tocante a animação estava muito boa,
James Mays
Esse e do Ultraman (bem esse eu coloco devido a memórias de infância)…Mas só para atiçar veja Cassette Girl e compare com o Daicon IV (e só digitar no Y-Tube) com aquela maravilhosa trilha de “All over the World” do ELO…Só quem deixou a adolescência nos anos 80 entende…
Ah! E cuidado com ME!ME!ME!ME! tem o poder de te deixar meio mareado de tanta explosão visual…
Kondou-san
Obrigado pela dica James, com certeza verei. Eu ainda não era nascido nos anos 80, mas admiro muito os animes dessa altura. Eu já vi esse do ME!ME!ME!ME! e fiquei assustado, o espectáculo de cores dele, deixou-me com dores de cabeça, já para não falar da música e da animação juntas, parecia que eu estava numa discoteca, sob o efeito de LSD.
James Mays
Errata o DAICON IV não tem “All Over The World” mas é “Twilight”, mas não importa é ELO é Jeff Lynne e é o que importa…E aos demais que for ver ME!ME!ME!ME! estão avisado usem algum equipamento de proteção individual (não sei qual mas usem!). Um abraço a todos!
Kondou-san
James. o que achaste do, projecto 4 do Japan Animator Expo 34, aquele do Carnage, aquilo não pareceu muito, estilo western americano dos anos 60.
James Mays
Carnage é uma homenagem a Sergio Leone…De (não sei o titulo aí em Portugal) “Era uma vez no Oeste” o mais belo e amado spaghetti western…
James Mays
E recomendo a todos assistam a toda obra de Sergio Leone!!!
Kondou-san
Eu já sei qual é esse filme, eu já o vi uma vez, já a alguns anos, terei que rever.
James Mays
E se interessam por história do anime a história do Daicon III e IV (não tem o I e nem o II e isso ainda é um grande mistério…) e só procurar no Wiki é muito engraçado e interessante (os caras filmaram aquilo com filme 8mm!!!). Ah! E eles usaram o “twilight” (do album Time do ELO) mas nem se lembraram de pedir permissão para o ELO KKKKKKK E o ELO nem reclamou!!!!
James Mays
E por favor não assistam IBUSEKI YORUNI JAE 22 antes de dormir vai dar insônia e emputecimento por não ter virado uma série. Bem povo hora da caminha…Inté a todos!