Ryuuou no Oshigoto! – ep 5 – Alguém prenda este protagonista!
Loli Shogi avacalha mais uma vez, aí você me pergunta: “Mas esse anime já não era todo avacalhado, Kakeru?”, e eu respondo: “Sim, é que a fixação dos japoneses por lolis não conhece limites”. Em um episódio que te faz ficar pensando mais na polícia do que deveria ao ver um anime, algumas coisas são definidas, outras te levam para o inferno se você curtir elas e é sobre tudo isso que falarei agora.
Estabelecer de vez a rivalidade entre as garotas foi uma coisa boa desse episódio – uma forma de movimentar a história e dar a ela mais possibilidades –, e foi algo até mais ou menos bem feito; o problema está em pôr elas para brigarem “disputando” o Yaichi assim na lata. Uma yandere raivosa de um lado e uma tsundere provocativa do outro, ambas disputando o mesmo homem tendo apenas 9 anos de idade, se isso não te incomoda em nada tenho que te dizer: você tem problemas. O roteiro não teve pudor em fazer com que quase todas as farpas que elas trocaram tivessem duplo sentido – o roteirista desse episódio poderia ter tido um pouquinho mais de bom senso, né, mas não teve… – e não posso dizer que esperava “menos” do anime, só acho uma pena fazerem isso porque assim a seriedade vai pro ralo – um telespectador sensato não consegue levar a sério um anime que faz isso.
Enfim, voltando à “história”, o Yaichi diz que essa nova Ai dará à primeira algo que ela precisa, que é o gosto amargo da derrota, a sensação de que ela não pode se acomodar. A presença de um rival incentivar o crescimento no meio das práticas esportivas competitivas – o futebol não teria a mesma graça sem os clássicos entre os grandes rivais, não é mesmo? – faz todo o sentido – dá mais emoção.
Brigas bobas para saber quem é a discípula favorita do Sensei, etc, é algo que dá para esperar de crianças, porém, agir como se estivessem em uma relação íntima com ele não, isso foi só avacalhação mesmo. Pelo menos a nova personagem se integrou de vez à trama e virou “kouhai” da primeira Ai, até chegando a derrotá-la em uma partida razoavelmente boa e que tem seu resultado justificado no fato da Hinatsuru Ai estar nervosa, já que ela iria vencer se tivesse tomado outro curso de ação.
Acredito que a Hinatsuru Ai seja mais forte que a outra, além de ter um pouco mais de experiência e, se não estivesse tão preocupada com o seu “príncipe encantado lolicon”, muito provavelmente teria vencido, então até aí tudo bem. Contudo, tem uma coisa que me incomodou nisso, e é a Keika.
Está certo que a nova Ai é muito talentosa, mas a Keika perdeu para ela e não vai conseguir mesmo passar nesse cursinho? Ela é filha e “tia” de jogadores de shogi de alto nível. Okay, isso não garante que ela vai conseguir vencer ninguém, mas será que eles não podem ajudar ela a superar esse desafio? Acho uma pena uma personagem com certo potencial para render algo de bom à história – por exemplo, a frustração e o esforço dela poderiam resultar em um mini-arco legal e que fugiria da dinâmica de “lolis, lolis, lolis” – ser usada somente para dizer indiretamente ao público que experiência – a Keika deve jogar já desde as fraldas, né – às vezes não garante nada e que talento é mais importante. Okay, os dois personagens principais são prodígios no shogi, mas procurem saber um pouquinho mais sobre shogi e verão que ser tão jovem e ser profissional não é impossível, mas ser o melhor desse mundo praticamente é, pois o shogi é um esporte em que tanto talento quanto experiência são importantíssimos – o Yaichi mesmo diz que perder é inevitável e bom para o jogador, mas ele virou Ryuuou aos 16 anos; poxa, esse cara realmente perdeu alguma partida até ganhar esse título? –, sendo assim, por mais que a gente veja, o esforço desses “gênios” ainda pede demais da nossa suspensão de descrença ver crianças vencendo profissionais e adultos, ver gente tão jovem já tendo alcançado o topo, etc. Além disso, como comentei anteriormente, acho positiva a presença constante de personagens femininas em um anime em que se joga shogi. Ainda penso assim, mas sinto que seria melhor se esse potencial fosse aproveitado através da Ane-deshi, da Keika e das outras personagens femininas que já apareceram ou vão aparecer na história, pois se focarem só nas lolis esse vai ser realmente apenas um anime de lolis fazendo coisas que lolis não costumam fazer.
Ainda dá tempo de aproveitar esse potencial e espero que isso ocorra, pois acho que seria bem mais interessante conhecer o universo do shogi feminino – ver as dificuldades pelas quais elas passam para se tornarem profissionais e se equipararem de alguma forma aos homens, etc –, e até do shogi infantil no geral, do que só o universo do “shogi de lolis”, porque sério, parece que é só isso o anime! A Ane-deshi tem o encerramento só para ela e parece ser apaixonada pelo Yaichi, além de ser a sua grande rival desde criança e até agora pouco fez na série. Vai ser péssimo se nem ela for aproveitada.
No que tece a Yashajin Ai, o fato de ela ter entrado para a “família” do protagonista foi uma boa, o problema foi a personagem ser usada praticamente só para três coisas: provocar a outra Ai, jogar com um ar orgulhoso e ser tsundere. Tudo bem que mesmo sendo tsundere ela conseguiu se acertar com o Yaichi, mas espero que a personalidade dela vá mais além disso e esse nem foi o problema que mais me incomodou na história dela, mas sim o seu pai ter desejado que o Yaichi se tornasse mestre da filha por ele ter descoberto aquela forma de ganhar e isso ter acontecido de novo com a filha dele só que com ela na situação inversa. Sim, dá para dizer que o autor escreveu “bem” essa parte, mas isso era mesmo necessário? Precisava de toda essa “firula” para algo que poderia ser bem mais simples? Eu acho que não, mas já que a função da Black Ai é ser tsundere – para a First Ai ser yandere e quem sabe aparecer uma AiAiAi e ela ser kuudere(?) – dá para entender essa situação, mas confesso que achei mais uma tentativa um tanto quanto piegas de fazer o “destino” dos dois se cruzarem. Engulo mais a First Ai ter se apaixonado por shogi e pego um trem para ir atrás do Yaichi.
Espero mais desse anime por achar que ele pode sim entregar mais que isso, mas temo que as boas ideias apresentadas para o público não sejam bem aproveitadas e que não haja ”compensação” que faça o telespectador “deixar muito” os problemas da obra de lado para focar em seus pontos positivos. Achei que esse foi o pior episódio do anime até aqui, mas vamos confiar nas lolis!
Até mais!