Jojo’s Bizarre Adventure: Vento Aureo – ep 8 – O gatilho mais traiçoeiro da Itália
Se você gosta do Mista lembre-se de nunca pedir uma pizza mista só com quatro pedaços – e muito menos com recheio de quatro queijos –, pois isso seria o mesmo que atirar no abdômen dele. Essa quinta parte versa sobre as gangues italianas e é justamente por isso que o gatilho mais rápido não garante a vitória no final, mas sim aquele que for o mais ardiloso. É hora de Jojo aqui no Anime21!
Como esse claramente foi um episódio usado para desenvolver o personagem, um trecho contando sua história de vida era o esperado, e se ele não foi a fundo em sua aversão instintiva ao número 4, ao menos justificou o poder do seu Stand e sua personalidade simplista, mas bondosa.
Um misto dos dois para aquele que se chama Mista – que trocadilho horrível, né. Tanto é que institivamente ele se ergue para proteger o mais fraco, o problema é o Araki fazer a gente acreditar nesse tal de “milagre” – como se isso não fosse apenas uma forma de tentar disfarçar uma forçada de roteiro.
Porém, é de Jojo que estamos falando; um mundo em que existem vampiros, antigos seres poderosíssimos só de tanguinha, aliens e várias outras bizarrices. Engolir a existência de milagres até é bastante “razoável”.
Daí vem o poder do Stand dele, seres minúsculos que conseguem alterar a trajetória das balas; como se essa predisposição a “brincar com balas” já o acompanhasse, inclusive matando friamente e assim preenchendo outro requisito para se tornar um especialista em matar com arma de fogo.
Um inimigo perfeito para o Kraftwerk do Sale, Stand com a habilidade de controlar a energia cinética dos objetos.
Como balas só se movem por causa da energia cinética, é como se ele estivesse “dançando nas mãos de Buda”, o problema – ou a solução, já que o normal é que torçamos para o Mista – é que enfrentar alguém de raciocínio simples pode ser mais dificultoso do que parece.
Além disso, o poder do Pistols também é bem simples – e nada Sex –, permitindo a qualquer um que o enfrente uma leitura fácil do que ele pode fazer em combate. Mas como o Sale não lembrou que as balas tinham pelo menos uma parte do Stand e que esses seres poderiam fazer diversas coisas, foi isso que o levou a derrota.
Achei até estranho o Sale não ter questionado onde diachos estava o Stand do Mista, tanto é que ele foi de uma cautela incomum para quem sabia dos pontos fracos do seu Stand, mas aí que entra justamente a simplicidade do Mista.
O Sale só abriu a boca para tomar o tiro porque sabia exatamente o que ele ia fazer, e como sabia não pensou que o golpe final seria só a preparação para um golpe final de fato.
O Mista é tão fácil de prever que insistiu no mesmo raciocínio para vencer, enfiar algo para dentro do corpo do inimigo, mas foi sagaz por induzir o Sale a pensar que depois daquele tiro ele não teria mais cartas na manga.
Foi burrice não se precaver em uma situação na qual o inimigo aponta ter apenas a chance de vitória que está a sua frente, o natural seria querer esconder essa fragilidade ao máximo, e eu acharia até que isso foi uma forçação de barra do Araki, mas se pensarmos na habilidade do Stand do Sale é compreensível.
A vantagem dele era clara, mas foi devido a ela que foi criada essa abertura.
Uma luta que, ainda que carente de ações simples, dependeu mais da perspicácia dos personagens. É o adequado para as características de ambos os Stand e o embate em si foi emocionante e divertido, só fiquei curioso para ver o Giorno em ação, mas também gostei de terem deixado o Mista resolver a situação sozinho. Diferente da parte 3, nessa o Jojo não deve roubar os holofotes dos companheiros.
Um ótimo episódio no qual o protagonista dele soube até mesmo usar suas fraquezas ao seu favor, e demonstrou uma esperteza adequada a quem leva a vida como ele leva.
Eu só reclamaria do Sale não ter sido tão inteligente, mas isso até fez sentido. Como ele quer atacar seis usuários de Stand – ainda que ele não tivesse certeza disso, deveria trabalhar com essa hipótese – com apenas duas pessoas? A ganância dele subiu à cabeça demais.
Se tivesse reunido mais usuários habilidosos, e não enfrentasse o grupo do protagonista, eu tenho certeza de que a situação seria bem diferente. Mas os “Bucciarati boys” não têm nada a ver com isso e episódio que vem eles finalmente devem pôr as mãos na grana.
Na sessão de curiosidade de hoje só há um Stand a se comentar, o Kraftwerk do Sale. Homenagem a uma lendária banda responsável por definir a base do que viria a se tornar a dance music e a música eletrônica, sendo o grupo mais expoente de uma vertente do rock progressivo que surgiu no final da década de 70, o Krautrock.
O Krautrock era um termo pejorativo que usavam na época para se referir as bandas alemãs que faziam um som experimental – vanguardista mesmo –, mas que hoje agrada os meus ouvidos, pois parte da minha adolescência eu passei ouvindo o rock progressivo “obscuro” que vem sendo homenageado nessa quinta parte de Jojo.
Na verdade, nem tão obscuro, pois o Kraftwerk é uma banda altamente influente e reconhecida no meio musical. Toda a música eletrônica – tenha a ver com o rock ou não – é influenciada, direta ou indiretamente, pelo som desse patrimônio do rock.
Estou ansioso para saber qual será o próximo integrante do grupo a ser explorado e o que vai ocorrer nessa obra de gangues, rock progressivo, comédia e bizarrice a perder de vista. Até o próximo artigo!