Que episódio interessante para fechar esse “mini arco” do quarto branco. Trazendo revelações importantes e algumas escolhas que vão ter um certo impacto no rumo da história, o anime não só resolve a questão do salvamento do Onigasaki, como também fortalece o desenvolvimento da Yuzu no jogo – que continua sendo a dona absoluta dessa série.

Quando essa saga do subsolo começou no episódio passado, desconfiei que seria um ponto de definição, mas não esperava que ele fosse entregar tão rápido as respostas para alguns dos mistérios mais importantes até aqui.

Continuando de onde havia parado, o encontro de Onigasaki e Sakura com uma sereia foi uma verdadeira salada. O peixe dourado geneticamente modificado – e erreoneamente nomeado – ofereceu um certo risco de morte inicialmente, mas o que pesou no encontro foi o significado por trás da sua presença.

Nanami explica que a criatura fazia parte de um dos desafios mortais e sobreviveu mesmo sendo um alvo. Nessa hora me pergunto: será que os administradores não reaproveitam as fases? e as figuras que são derrotadas são simplesmente descartadas, ou todo o cenário vai junto? O fato de estar escondido no subsolo, me fez pensar sobre o sistema de “reset” do jogo para criar novidades e mascarar o passado.

Para aumentar as desconfianças, o rapaz ainda comenta sobre o fato de um certo “ele” não ligar para desistentes. Essa fala em si puxa uma série de questionamentos, um deles é quem seria esse “ele”: o dono do jogo ou o Paca? Se for o gerente, porque o mesmo não reage as fugas, estando ciente delas e do risco que podem oferecer? Eu até tenho uma teoria, mas vou deixar para comentar ela mais a frente.

Focando um pouco no outro grupo, temos uma Yuzu focada em salvar o companheiro e solucionar o quebra cabeça que desafia seu intelecto. Sendo sincero, gostei bastante do caminho adotado pelo anime para que ela usasse seu brilhantismo, afinal hoje em dia uma das coisas que o público mais adora apontar é a solução tirada do além.

Bom, quem não conhecia agora deve saber o suficiente sobre o “Algoritmo de Luhn” e sua aplicação nos cartões de crédito. O teorema usado pela garota mostra que ela podia levar horas ali, mas a sua lógica era perfeitamente viável para o momento – ainda que sua vitória tenha buscado um fim ainda mais verdadeiro e alternativo.

Vejo aqui uma Yuzu em processo de reconstrução e talvez até de aceitação, já que agora é visível que ela se divide entre o dever e o querer. Desde o começo do jogo ela formou uma amizade muito repentina e talvez até estranha com a Karin – acredito que justamente para passar despercebida -, mas o que ela não contava era que seu plano seria afetado pelo emocional.

Ainda que tenha conquistado a simpatia geral, a amiga medrosa foi quem melhor a recebeu e “abraçou” – mesmo com seu jeitão invasivo -, permanecendo ao seu lado quando notou suas dificuldades, ou mesmo quando era solicitada como aconteceu agora e isso fez com que a moça passasse a rever a sua própria posição dentro do grupo.

Encarar aquele desafio sozinha se tornou uma questão de honra, a prova de sua mudança, mesmo sabendo das consequências tanto para ela, quanto para os outros. Ela havia entrado no game como uma informante secreta do Paca – uma “Recorder” como chamou -, mas não estava disposta a continuar como uma “inimiga” infiltrada no meio deles.

O que é mais bacana nesse processo é ver que, ao passo que ela demonstrou sinceridade com suas ações, aqueles que desconfiavam sentiram que agora estavam lidando com uma Yuzu realmente amiga. Inclusive Zakuro usa sabiamente essa impressão como um incentivo a união de Onigasaki ao grupo, já que agora eles não precisam se temer, eles podem sim confiar uns nos outros.

Também achei importante o diálogo que houve entre o último e a companheira de jogo, uma vez que ele traz a tona os segredos da garota, bem como a sua função e intenção atual. Aquela que estava ali apenas por uma obsessão e curiosidade, não mais quer atuar como um fantoche, mas quer agir respondendo ao que recebe. Onigasaki agora a reconhece e tempos de paz e união se anunciam entre os protagonistas, no entanto sabendo o que eles sabem, como as coisas seguirão?

Um veio recém fugido e cheio de segredos, a outra caso deixe de servir Paca completamente, pode puxar um risco para si – além de perder o acesso a eventuais informações. Parece complicado, mas – teorizando o que eu comecei lá em cima – ao considerar que ele age de forma a morder e assoprar, sempre dando pequenas ajudas ou concessões, tudo pode acontecer. O gerente pode ser um vilão terrível, como também pode não ser tão mau assim, e esconda alguma intenção mais amigável lá no fundo.

Houveram algumas coisas que me intrigaram nesse episódio, como a decisão da Sakura de permanecer oculta, o amigo que Nanami tanto procura, e por fim a curiosa fantasma que Yuzu chama de irmã. Honestamente, não imagino que esse último mistério seja parte de um delírio causado pelo cansaço, a figura sobrenatural – que parece com a do episódio 1 – certamente deve ter alguma relação com sua entrada no jogo e a filiação com Paca.

Infelizmente mesmo me empolgando, tenho consciência de que vou continuar sem uma explicação decente sobre esses acontecimentos no anime. Acho isso um pouco chato porque ambos acabam ficando como coisas jogadas sem razão, que apenas tentam dar alguma profundidade ao drama da Yuzu e aos novos personagens na sua rápida passagem.

Quanto a adaptação do mangá, temos explorados o que ficou de fora no capítulo 22, seguindo os demais até as primeiras páginas do número 25, que inicia uma parte bem interessante no tocante ao Makino e as famílias de cada um dos protagonistas.

No mais, acredito que o anime teve uma crescente boa nas últimas semanas e espero que as apostas e desafios subam ainda mais nessa reta final tão cheia de mudanças. Agradeço a quem leu este artigo e até a próxima fase!

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