A tão aguardada segunda temporada de Beastars finalmente estreou. E logo de cara nos encheu de dúvidas e muita curiosidade. Um excelente começo de uma trama que tem muitas direções promissoras para seguir.
E estamos de quarentena! Mas que coisa, não é mesmo? Enquanto uns levam realmente a sério, já que Coronavírus se alastra de uma forma assustadora, outros levam na brincadeira, até mesmo pensando que é uma gripezinha e pede para o pessoal voltar para o trabalho e vida normal.
Bom, para quem está levando a sério e está no tédio em casa, acompanhe o Anime 21, pois farei uma série de listas de animes para assistir no conforto de sua casa. Até fiz questão de separar canais oficiais porque se não tiver em algum lugar, tem em outro.
A vida em sociedade depende de um equilíbrio delicado entre seus indivíduos, suas necessidades e interesses.
É impossível que todos saiam ganhando sempre. É impossível todos terem o máximo possível de cada interação sempre. Pior do que isso, é impossível evitar que alguns abusem das regras da sociedade ou simplesmente as quebrem para atender suas próprias vontades.
Assim que viver em sociedade é ter certeza que teremos menos do que gostaríamos, provavelmente menos do que seríamos capazes se, tudo o mais constante, tudo nos fosse permitido, e ainda corremos o risco de sermos alvo de transgressores agindo em benefício próprio.
E, no entanto, somos animais sociais. A alternativa, viver isolados, não existe.
Quem diria, a moral do Louis não é tão elevada quanto eu acreditei que fosse. Não que eu tivesse muito fundamento para isso, apenas acreditei que por ele querer ser exemplo em um mundo com carnívoros e herbívoros vivendo em harmonia isso significava alguma coisa especial.
No final das contas, acho que projetei a minha moral nele.
A partir de hoje os artigos de Beastars sairão às segundas-feiras e os de Hoshiai no Sora desde sexta-feira, dia primeiro, saem às quintas-feiras. A mudança se justifica pela demora na disponibilidade de Beastars em português, o que é obviamente importante para meu leitorado.
Nesse episódio vimos a conclusão do episódio da queda do Louis ao final da apresentação teatral bem como a segunda apresentação da peça. Relativamente pouca coisa aconteceu, mas foram coisas importantes para a caracterização do protagonista Legosi e, acredito, para seu futuro desenvolvimento.
O Kakeru escreveu as primeiras impressões mas sou eu, seu mexicano de mentira favorito, quem irá cobrir Beastars.
Invocando o título que ele deu para seu artigo, começo a introdução do meu com uma afirmação polêmica: seres humanos não têm instintos.
Ok, eu não estudei o suficiente sobre isso e sou leigo na área, mas do pouco que li, que pesquisei recentemente por causa de Beastars, embora esteja longe de ser consenso eu achei um bom número de pessoas que defendem isso. No mínimo bastante interessante.
Claro, dependendo da definição que se der, podemos ter muitos instintos. Mas ao mesmo tempo temos um intelecto bastante desenvolvido, capaz de suprimir qualquer pulsão natural que hipoteticamente tenhamos, além de vivermos em sociedades complexas que nos doutrinam a viver dessa ou daquela forma.
Não é incomum se dizer de alguém que vive só para o próprio prazer (sexo ou comer, por exemplo, não à toa presentes em Beastars) que é “como um animal”. Nesse sentido, a definição exata de instinto não importa.
O que eu quero dizer é que alguém que vive de forma apenas reativa, sempre agindo de acordo com padrões definidos pela biologia ou pela sociedade, não está vivendo plenamente, está apenas existindo.
Em particular em uma fase da vida em que se constrói a própria identidade, a adolescência, em que se encontram os personagens de Beastars, apenas existir, sem viver, sem tornar-se alguém, para o bem ou para o mal, soa profundamente não humano.
Beastars é originalmente um mangá escrito por Paru Itagaki, que curiosamente é filha de Keisuke Itagaki, o autor de Baki. Pessoalmente mal consigo ver semelhança entre os traços dos dois, aliás, o mangá de Beastars é lançado no Brasil pela editora Panini.