Fico feliz por esse episódio ter sido melhor do que eu esperava, pois não cometeu os mesmos erros de ritmo e de desenvolvimento de personagens do anterior, já que não correu muito com o mangá e trabalhou bem o par principal sem esquecer de usar bem os personagens secundários. Com ele se fechou toda a preparação para o último e mais importante torneio, e é sobre essa preparação que irei falar agora! Shall we dance?

Não chore Chi-chan, vai dar tudo certo! #EuAcredito

O episódio começa de onde parou o anterior, com a Chi-chan preocupada em perder seu par por sua culpa e com o Hyoudou aconselhando o Tatara e tentando reconciliá-la com ele. A dança às cegas e o teste de tempo foram boas sacadas, porque definiram melhor quais os problemas dos dois: a falta de confiança da Chi-chan na liderança do Tatara e um senso de ritmo diferente entre eles. Esmiuçar o problema ajuda a encontrar sua fonte para então facilitar a sua resolução e usar o Hyoudou e a Shizuku para auxiliar com o processo foi uma ótima forma de aproveitar os personagens.

Ótimos amigos, ótimos dançarinos, ótimos professores. Ótimos em tudo!

Depois há o trecho das fontes termais que até é um pouco sensual, mas passa longe de ser apelativo, sendo usado mais para debater sobre os problemas de relacionamento do par do protagonista, servir como um puxão de orelha para ele que tem que antes exigir mais da sua liderança para depois esperar mais da sua parceira, e mostrar a Chi-chan o contraste entre ela e a Mako quanto a formar um par com o Tatara. Se pensarmos que em um banho coletivo desses as pessoas têm a chance de se tornarem mais íntimas umas das outras – sem duplo sentido, viu rs – é natural ver esse tipo de conversa rolando e é bom, porque serve de base para o que vai ser trabalhado no resto do episódio.

No mangá essa parte é bem mais sensual, já no anime ficou mais leve, apesar dessa cena

Na segunda parte do episódio o Gaju tem a ideia de levar o pessoal para o passeio, e apesar de haver mais briga em um primeiro momento, essa mudança de ares é positiva por causa da conversa entre a Chi-chan e a Mako, na qual elas se abrem uma para a outra como amigas e também como dançarinas.

É ótimo a Chi-chan querer se destacar tanto quanto seu líder e não ser apenas uma “boneca sem vida” e isso se conecta diretamente à forma como a Mako era vista antes e como o Tatara a ajudou a superar esse estigma, ganhando confiança para lutar pelo seu espaço e brilhar com a sua dança. A “invejinha” que ela sente da relação “intensa” dos dois e a sua certeza de que é a melhor parceira para o seu irmão são coisas que com certeza podem servir de estímulo para a Chi-chan, tanto por mostrar a inevitabilidade dos pontos positivos e negativos na convivência entre um par, quanto por incentivá-la a se dar uma chance de acreditar na dança do outro e não apenas contar com a própria.

Adoro como, apesar de não se destacar tanto, ela consegue ser uma ótima personagem! ❤

Em seguida há o excelente momento em que a Shizuku tenta aliviar a pressão na qual o Tatara se impôs para conseguir dançar no mesmo salão que seus amigos, o que foi bom para vermos que ele, apesar de ser realista e saber que não teria como competir em pé de igualdade com eles, quer brilhar e impressionar as pessoas com a sua dança, inclusive a própria Shizuku, que por toda a conversa deles reforça uma certeza que os telespectadores já devem ter: a profundidade da relação entre os dois.

Um sempre está impulsionando o outro, impactando o outro e deixando uma marca da sua dança na do outro, o que nos é dito pelas palavras que a Shizuku profere sobre a valsa do Tatara e compreendido pelas ações dele se pensarmos que aquela primeira variação que ele viu da Shizuku e do Hyoudou foi uma importante lição para a formação das bases da sua dança. Acho que ver esses personagens colidindo, se unindo e se misturando é algo fantástico e torna gratificante a experiência de ver o anime, pois dá para sentir que os personagens e a história evoluíram muito bem até agora.

Para finalizar, os dois encaram o desafio e continuam ensaiando para o torneio vindouro. Mesmo ainda brigando tanto eles começam a alinhar seus objetivos e ao ouvir da boca da Chi-chan que eles têm que vencer a competição ou a parceria será desfeita, ver que a primeira coisa em que o protagonista pensa é que não pode perder, é animador, porque significa que ele e ela devem dar tudo de si para ganhar, que, apesar de se darem bem mal, eles querem ficar um ao lado do outro.

É inegável a máxima de que coisas fantásticas podem nascer do conflito – é só observarem o quanto a civilização evoluiu em tempos de guerra –, e, sendo assim, não seria ilegítimo esperar que de um par desajustado e inexperiente que vive brigando possa surgir uma dupla vitoriosa. Eles terão pela frente o par da Akira e o do Kugimiya, sendo exatamente o último o que mais parece ameaçar essa conquista e sobre ele só posso dizer que espero que seja aprofundado em algum momento para dar um peso dramático maior – caso a competição seja mesmo definida entre os dois, a final –, pois ao se conhecer razoavelmente bem ambos os lados e ver seus esforços para alcançar seus objetivos o telespectador poderá sentir que foi realmente bom e justo o desfecho dado, qualquer que seja.

Esse episódio foi ótimo e me deixou esperançoso de que os próximos possam ser tão bons quanto. Sei que não devo esperar demais das danças, mas se todo o resto se manter como foi na primeira parte e em alguns episódios dessa, acredito que o anime terá um desfecho digno do material original.

Como último comentário, gostaria de falar que sim, acho a dança de salão machista por focar mais no homem, apesar de até ter mais praticantes mulheres – o caso da Chinatsu e da Akira está aí para provar isso –, o que poderia ser contornado caso a performance da parceira também fosse plenamente avaliada ao longo de toda a competição e se desse o devido reconhecimento à dupla, e não só do líder, ao se fazer a inscrição, por exemplo.

Entendo que até por aspectos corporais deve se extrair o maior potencial de dois dançarinos caso o homem lidere e a mulher siga, mas isso não é desculpa para tornar a parceira uma boneca do líder. Não enxergo que haja uma crítica profunda a isso sendo feita na obra, mas ao menos ver que as principais dançarinas da história procuram de diversas formas definir o seu espaço e brilhar com a sua dança, não se deixando “apagar” pelos homens, me tranquiliza e me faz achar que Ballroom faz sim um bom papel em divulgar o esporte mostrando tanto seu lado bom quanto seu lado ruim, evidenciando que é possível sim a mulher se igualar ao homem em um ambiente desfavorável para isso.

Por hoje é só, fico por aqui e espero que a décima oitava dança seja tão boa quanto a do meu número favorito – porque essa foi ótima e não sou o Kakeru17 à toa, né rs. Até a próxima!

Mako simboliza a alegria que essa história traz para a minha vida! ❤

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