Eu fico me perguntando como deve ser ver uma história que você criou ganhar vida pelas mãos de outras pessoas e deixar de ser um pouco sua para ser ainda mais dos outros. O ponto forte desse episódio foi trabalhar um pouco isso e é sobre essas e outras coisas que falarei agora!

Confesso que senti inveja do Itsuki ao se encontrar com a ilustradora do seu mangá, e não por ela ser bonita, mas porque era fã do trabalho dele. Quer coisa melhor do que trabalhar com alguém que sente paixão pelo que está fazendo e admira a sua obra? É algo que pode parecer pura sorte da parte dele, mas se formos pensar que autores do meio também são fãs de outras obras, é possível algo assim acontecer e eu mesmo já ouvi falar de diversos casos em que o ilustrador é fã da obra da pessoa com a qual está trabalhando. Os “discípulos” do Kurumada são meio que um exemplo disso.

Que fofa! Se não me engano ela é a última personagem de destaque que faltava aparecer.

Passado esse começo e a comemoração à adaptação para mangá temos uma coisa que me incomodou no episódio, apesar de ter pensado em algo para “justificá-la”. A cena em que o Puriketsu assedia o Chihiro-chan e fica por isso mesmo. Tudo bem que “ele” vestia uma calcinha e pelo visto, como eu suspeitava, é mulher e não deve querer causar alarde para que o irmão não descubra, mas, ainda assim, o ilustrador agiu como um verdadeiro tarado escroto e merecia no mínimo uma boa repreensão! Não cola comigo que era tudo pela arte de desenhar uma bunda bonita não, se era assim que pedisse direito e não saísse metendo a mão. Pior foi “o” Chihiro-kun ter ido embora depois como se nada tivesse acontecido. Deveria ao menos ter dado um tapão nele!

Depois desse momento escroto que levou consigo a primeira parte do anime tivemos mais um jogo de cartas movido a criatividade no qual toda a sapiência e desenvoltura dos personagens foi testada, o que acredito que tenha servindo como um bom exercício para a mente dos escritores envolvidos, mas aparentemente não acrescentou muito à história além de mostrar que a Nayuta realmente é bem rancorosa quanto ao seu passado e que o Itsuki tem mesmo bons amigos que até se preocupam em confortá-lo momentaneamente pela perda da sua mãe. Mas o interessante foi o que veio depois, a estreia do anime do Haruto e uma situação que eu não duvido nada que aconteça aqui e acolá.

Verdade, “ele” deu um chute, mas todo castigo pra idiota é pouco! Hmpf!

Foi apenas a estreia, mas os personagens já terem achado uma porcaria confirma o que tinha suposto de que deveria se tratar apenas de um anime de temporada, e um feito às pressas – e mal feito pelo visto –, com o intuito de fazer propaganda da light novel e não de adaptar a obra com fidelidade ou qualidade. Diria que sou um defensor da “bandeira” de que as temporadas de anime do Japão tem sim muita coisa boa sendo exibida, mas tenho que ser realista, toda temporada tem vários animes do tipo, que são apenas propaganda do material original, mas que nunca terão continuação ou farão um grande sucesso mesmo se derem a sorte de não “fazerem sangrar” os olhos do público.

Talvez o próprio Imouto sae Ireba Ii seja um desses casos, em que mesmo o anime sendo bom nunca terá continuação ou não se preocupará em ser fiel e adaptar todo o material original. Não sou inocente e sei que animes são sim produtos de entretenimento, mas quando você foca apenas na parte do produto e esquece que se trata também de um trabalho de arte que exigiu muito esforço e dedicação de seu autor e colaboradores e recebe o constante carinho de vários fãs, coisas como um anime que faz o próprio ficar insatisfeito – e não feliz – ao assisti-lo são bem tristes.

A adaptação ficou tão ruim assim mesmo? Será que o autor dessa LN já viu isso acontecer?

Além do paraíso e do inferno das adaptações de light novels esse episódio também teve alguns detalhes bacanas e que ajudaram a manter a história interessante e nos eixos. O sutil trabalho em torno “do” Chihiro-kun que deve render um episódio focado no personagem, o reaproveitamento da contadora excêntrica sem forçar uma situação sem sentido, a introdução da ilustradora do mangá do Itsuki na história e a cena em que a Miyako se sensibiliza com a decepção do Haruto e chora com ele. Foi uma cena bonita e que, apesar de eu ter achado a situação toda um pouco exagerada para uma história que é retratada como genérica e clichê pelo próprio autor, conseguiu ilustrar bem a decepção que deve ser ver algo no que você se esforçou tanto não dando certo no final.

Amo a personagem e prometo protegê-la dessas lágrimas abundantes!

Mesmo que de forma meio rasa, tematicamente falando, a transição entre mídias conseguiu orientar bem esse episódio, e deu margem para que a adaptação de light novel em anime conseguisse balancear bem a comédia e o drama, mantendo uma boa consistência e um equilíbrio mesmo sem fazer com que nenhum desses elementos se destacasse mais que o outro. Tirando aquele assédio idiota acho que esse foi um bom episódio que soube usar bem da metalinguagem e dos pontos positivos que a série vem apresentando até aqui. Também vi aquela referência a Sagiri, a melhor imouto de 2017, e só posso dizer que o anime terá um OVA, o que espero que seja um “presságio” de segunda temporada do anime do protagonista que o Itsuki sempre quis ser, mas jamais será!

Fico por aqui agora e espero que tenham curtido esse episódio como eu curti. Até a próxima!

Acredito que as reações do público ao anime devem estar mais ou menos assim!

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