Nesse episódio Ballroom manteve a qualidade apresentada até agora, apesar de ter dado um deslize na forma como distribuiu as cenas de dança e o volume de informações, essas que apesar de terem sido bastante interessantes e construtivas, ficaram maçantes em alguns momentos. Em compensação, ele ajudou a entendermos melhor alguns detalhes que, se bem aproveitados, podem tornar o final do anime ainda mais gratificante. Vamos abrir a porta do mundo da dança de salão!

O episódio começa com a dança do anterior e logo parte para o ponto de vista do Kiyoharu, em que ele avalia os pares após se lembrar de uma conversa que teve com sua mãe. O interessante aqui é observar a mudança de foco que a Marisa teve ao deixar de ser dançarina e passar a ser uma treinadora, o que também é ótimo para seu filho, já que com esse exemplo ele pode expandir seus horizontes ao pensar na dança nas duas formas, tanto no intuito de polir a sua própria dança, quanto no intuito de compreendê-la a nível pessoal e enquanto prática através de quem a pratica.

Tatara & Chinatsu versus Kugimiya & Idogawa. Façam suas apostas!

O fato dela ensinar uma dança diferente para cada um deles é o mesmo que jogá-los de cabeça no conflito, o que é uma ideia bem pitoresca, mas ainda assim válida, já que, não dizem que é do caos que nasce a harmonia. Se seguirmos esse raciocínio, foi necessário fazer esses dois personagens se chocarem para que assim uma hora sejam capazes de extrair o máximo um do outro. Se essa aposta dará frutos ou não acho que só saberemos no último episódio. Espero que dê, senão o par acaba, né!

O que vem a seguir é muita informação sobre dança, o que é sim bem interessante e ajuda o público a entender melhor o contexto de uma competição, mas acho que não alternou bem com as cenas de dança como forma de demonstração. Na verdade, elas até houveram, mas acredito que foram poucas e leves, nada que incomodou tanto, mas me tirou um pouco do clima – que eu imaginava que deveria ser mais tenso. Ao menos, através desse momento se pôde conhecer mais características dos dançarinos que estão em foco na história, o que ajuda a reforçar bem as diferenças que existem entre eles, algo importante para quando essas diferenças tiverem que ser postas a prova no salão.

Mako!!! ❤ Confesso que meu sonho é que o próximo arco do mangá seja focado em Latino!

Aliás, talvez o problema maior dessa primeira parte tenha sido justamente o problema já crônico do anime, a limitada animação nos momentos de dança. Sei que faz tempo que não reclamo disso e que talvez nem deveria fazê-lo agora, mas a verdade é que esse episódio foi muito mais “fala, mas não mostra” do que o normal no anime, o que, diferente do que ocorreu em outros episódios, escancara esse ponto deficiente da obra. Talvez seja eu que esteja pedindo demais de um anime que nunca prometeu dar tanto e nem nunca daria, mas isso só vai dar para saber no final, pois se no último episódio as danças forem espetaculares o telespectador terá todo o direito de se sentir sacaneado por não ter tido nada disso antes, mas se não forem então só será “consistente” como sempre foi.

A segunda parte é toda focada na bizarra relação de liderança do par principal, o que confesso que me surpreendeu um pouco, pois ou eu tenho uma memória muito ruim ou esse episódio foi o mais “original” em relação do mangá até agora, já que não me lembro de algumas cenas e diálogos em comparação a ele. Enfim, apesar disso, não houve nenhum decréscimo à história, que se manteve interessante ao trabalhar com a alegoria da porta que tem que ser aberta pelo líder, mas que não é aberta pelo Tatara. Isso provocou uma confusão nos movimentos dos dois, mas, ainda assim, houve alguns momentos em que eles entraram em sincronia – reforçando a ideia de que é através da desarmonia que eles devem conseguir alcançar a harmonia. E bota desarmonia nisso!

Achei que esse momento foi mais impactante no mangá do que no anime, infelizmente…

Apesar de ter sido fofo ver o Tatara criança dando uma de retardado kkk, e a Chinatsu um pouco mais velha e toda bravinha, o bonito dessa parte foi ver que ela passou a pensar bem mais no seu parceiro, pensando em como foi difícil para ele ter tido que “aguentá-la” vendo as próprias dificuldades que ela está tendo, e em como ela teria que deixar seu orgulho de lado para conseguir dançar ao seu lado. É só “calçando as sandálias da humildade” que essa parceria pode dar certo!

Outra coisa interessante foi o exemplo da Chizuru e como ela se parecia com a Chinatsu de hoje, diferindo apenas pelo fato de que ela encontrou um parceiro com o qual logo se adaptou – claro que com suas dificuldades. O caminho da Chinatsu é bem mais tortuoso, é verdade, mas se o resultado for similar ao da Chizuru terá valido a pena seguir por ele. Aliás, dá até para fazer um paralelo entre esses pares, o que, se voltarmos alguns episódios, justifica o aparecimento da parceira do Sengoku somente nesse arco. Ela surgiu para mostrar ao público que tipo de dançarinos os protagonistas podem se tornar – claro que levando em consideração que existem mais diferenças que semelhanças entre Sengoku e seu pupilo, o que, ainda assim, não quer dizer que não possam se igualar um dia.

Não lembrava disso no mangá, mas acertei quando, episódios atrás, pensei que era a Chizuru!

Lembram qual é o objetivo do Tatara a longo prazo? Dançar tão bem como o Sengoku! Então, acredito que fazer parceria com a Chinatsu agora deve ajudá-lo a conseguir isso, o que é mais um motivo – e um melhor do que apenas uma “vitória instantânea” – para que ele vença essa competição.

O final em que ele abre a porta junto da Chinatsu teve um bom impacto e encerrou bem esse episódio, fazendo com que a definição de liderança no par ficasse para outro momento, mas evidenciando a força dessa “liderança peculiar” que eles criaram juntos e que, ao menos por hora, serviu ao propósito de colocar o par no radar dos jurados, e, de quebra, roubar até a atenção do principal adversário deles – esse que felizmente deve ter bastante foco no próximo episódio.

Adoro como a autora adora colocar os personagens quando crianças na história (2)

Foi importante trabalhar mais a parceria dos protagonistas agora, já que daqui em diante só deva dar tempo de dar profundidade ao Kugimiya e acontecerem as finais da competição. Foi um bom episódio – tirando o fato dele ter dado a derrapada que comentei –, mas confesso que ficou um pouco aquém do que eu esperava. Aguardemos agora pelos próximos passos dessa competição.

Até a próxima dança!

Ela suou, mas conseguiu empatar a disputa! #TeamMako #TeamChinatsu #TeamShizuku

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