Toji no Miko – ep 5 – La Résistance
Bom dia!
Nessa semana em Toji no Miko descobrimos que a Hiyori não está sozinha! Quero dizer, lógico que ela não está sozinha, tem a Kanami desde o começo do anime e até se separaram e reataram no episódio anterior, fortalecendo o laço entre elas, mas não estou falando de uma pessoa. Estou falando de uma organização inteira, La Résistance de Toji no Miko: a Mokusa, que se opõe à Yukari Origami porque acredita que ela está mudando a tradição e isso é uma coisa ruim. Eu tratei de algo parecido no artigo anterior, não foi? Bom, eu vou retomar o tema aqui. Mas ter mais aliados é sempre bom, parabéns, Hiyori!
A Mokusa considera a Yukari Origami uma “revisionista” (estou curioso com esse termo, que parte da história ela está alterando?), e quer restaurar os antigos papeis das tojis e suas okatanas. Eu preciso entender ainda como está a situação da população geral, dos aradamas, essas coisas, porque na prática o que importa? Que o povo esteja protegido das aradamas ou que a tradição seja preservada? Se jogando a tradição no lixo for possível proteger melhor os inocentes, para o lixo com a tradição! Não faz sentido que ela seja um fim em si mesma. Mas isso é uma coisa bastante japonesa, artes e técnicas consagradas com o tempo se tornam, de fato, um fim em si mesmas e sofrem para continuar relevantes ou, em alguns casos, continuar existindo.
Se me permite a digressão, é o que acontece por exemplo com o sumô: o esporte não ganha tração no mundo e desperdiça seguidas oportunidades de se tornar um esporte olímpico simplesmente porque trata mulheres de forma diferenciada – e inferior. Esportes olímpicos, segundo o COI, precisam ter versões masculina e feminina. Um exemplo com o qual você, fã de anime, talvez tenha mais familiaridade é o rakugo, uma forma de arte performática japonesa retratada em duas temporadas pelo anime Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu, que foram cobertas aqui no Anime21. Com a concorrência da cultura ocidental e novas tecnologias e a dificuldade em aceitar mudanças, o rakugo esteve muito perto de morrer.
E tudo isso só para dizer que haver uma organização que se opõe à Yukari Origami em nome da tradição não a faz automaticamente boa e correta. Me pergunto se o anime vai seguir pelo caminho da ambiguidade moral e conflito entre o velho e o novo ou se vai pelo mais óbvio, mais japonês, e irá igualar tradição a superioridade moral e pronto. Pelo menos a Hiyori não está nessa pela tradição ou qualquer outro valor abstrato, e sim porque quer apenas vingar a mãe. Também me interessa deveras ver até onde a estrada da vingança irá levá-la.
Considerações sobre tradição e moral feitas, nesse episódio começa a ficar claro que, de fato, a Yukari Origami e sua organização não são exatamente “do bem”. Das quatro membras da Guarda de Elite da Família Origami já sabemos desde o primeiro episódio que uma delas não era normal. No episódio anterior deixaram de enviar a Yume Tsubakuro para o campo de batalha porque sabem que ela iria sair matando todo mundo até ficarem bem mortos porque ela é pancada da cabeça assim. Nesse quinto episódio descobrimos que o poder de outra delas, Yomi Satsuki, é literalmente sangrar um enxame de aradamas – que ela pode controlar. Aradamas, sabe? Aquelas criaturas que elas deveriam estar matando, e não criando. Bônus: o aplicativo para detecção de aradamas oficial não detecta as aradamas que ela cria – mas o espectômetro antigo, tradicional, detecta. As duas outras da Guarda de Elite pareciam mais ou menos normais até o final do episódio, quando a Maki Shidou deu tela azul porque foi atingida pela Hiyori. Até então o que parecia uma guerreira rígida sim, mas normal, começou a ficar mais com jeito para maluca por poder. Nem quero ver o que a fera ferida vai fazer agora.
E contudo, talvez vejamos em breve. Hiyori e Kanami, agora unidas a Eren e Kaoru (bom, não exatamente ainda, mas certamente assim será até o final do arco) ainda não conseguiram escapar, apesar das belas demonstrações de poder e habilidade nesse episódio. Semana que vem promete, até lá!