Um ótimo episódio em que o Rei das Fadas se superou e brilhou, mostrando porque merece ser mesmo o Rei. E tivemos um daqueles cliffhangers típicos de battle shounen com a promessa de um embate entre um dos Dez Mandamentos e alguns dos Sete Pecados. É hora de Nanatsu no Taizai!

Momento de apreciação ao incrível Jutsu Clones das Sombras do mais forte ninja de Liones!

Quem acompanha o anime, vê desde a primeira temporada o sofrimento pelo qual o King passou ao ter tentado proteger seus companheiros, mas ter fracassado e depois perdido o apreço de seu povo. O drama dele já faz parte da trama há um bom tempo, mas faltava um momento em que ele tentasse superar isso, em que ele mostrasse a sua determinação, a força necessária para conseguir proteger aqueles que ele ama. Ele pode ser preguiçoso, mas é um Rei bondoso e que está disposto a pagar pelos erros do passado, disposto a proteger o seu clã, a sua terra natal e também a sua amada.

Você poderia dizer que ele tirou poder de onde não tinha e derrotou o Albion usando de “protagonismo”, mas ele é uma fada abençoada pela Árvore Sagrada, aquele que é amado pelo poder mágico de seu clã e é a figura que personifica os desejos do sustentáculo de todo o seu povo, então em um momento de desespero ele despertar a verdadeira forma da sua Lança Espiritual Chastiefol é algo até bem plausível. Desde que a discriminação dos níveis de poder foi introduzida na história, sabemos que um dos principais fatores que definem o nível de poder de um indivíduo é o seu espírito, sendo assim, ver um espírito inflamado e um potencial mágico desconhecido se unirem para dar vazão a ganância do Rei das Fadas de proteger o que lhe era mais importante foi formidável.

A ganância pode ser um pecado, mas em casos como esse se mostra uma verdadeira virtude!

No fim das contas, a luta em si nem foi tão boa, mas foi um momento muito bonito e de vital importância para um dos protagonistas da história, além de que evidenciou ainda mais o que viria a ser sacramentado quando o Hawk observou o nível de poder de Galan – a diferença discrepante entre os poderes dos Dez Mandamentos e dos Sete Pecados Capitais. Agora, como eles vão enfrentar esses inimigos tão mais poderosos que eles? Essa provável “jornada de fortalecimento” ocorrerá ao menos para alguns dos integrantes da ordem de cavaleiros e é algo que remete a um dos pilares que sustentam os battle shounens, a superação e a evolução através do esforço e do trabalho duro, o que não é ruim por ser clichê, muito pelo contrário, pois é na simplicidade dessa fórmula que Nanatsu mostra o melhor de seu potencial para ser uma história bem divertida e razoavelmente consistente.

Galan ter um poder esmagador nunca antes visto na obra não é uma inconsistência diante do fato de que ele e seus companheiros ainda não recuperaram seus poderes mágicos, pois mesmo que eles não tenham magia esse poder deve vir em parte do espírito e em parte da força física, o que creio aumentar a sensação de perigo da situação em que há um confronto direto entre ele e os Pecados – imagina ele com o poder mágico restabelecido, que combate ainda mais unilateral que não iria ser?

O quão esmagadora pode ser a força da verdade?

Agora só nos resta esperar para ver como o pessoal que está em Camelot vai contornar isso. Acredito que o Meliodas ter pedido algo de volta a Merlin – o que não era a Lostvayne, a qual, aliás, se mostrou uma arma com características bem interessantes – já é foreshadowing suficiente de que há uma “carta na manga” que pode ser sacada, além de que, pela troca de palavras entre o Capitão dos Sete Pecados e o Mandamento da Verdade, ficou claro que um conhece o outro e que existem sim muitos mistérios envolvendo o Meliodas e o Clã dos Demônios. Informação é uma arma valiosa que pode virar uma situação desvantajosa ao avesso – informação no sentido de saber qual a fraqueza do inimigo, por exemplo – ou permitir a apresentação de uma saída quando a situação parecer demasiadamente desesperadora. A prévia indica que vai ser um “massacre”, mas eu confio nos Sete Pecados Capitais e na capacidade que eles têm de lidar com as mais adversas situações – o que ocorreu com o King nesse episódio foi uma prova disso, de que podemos confiar em nossos heróis!

O momento todo foi bem clichê, mas não deixou de ser ótimo por causa disso!

A Elizabeth continuar não se achando útil ao Meliodas é o drama recorrente dela e sobre o qual não acho que há muito o que se falar por ora – a maior parte da história ela foi a donzela em perigo, então deve demorar mesmo para a personagem “trocar de pele” e conseguir se tornar outra coisa –, em compensação, os claros lapsos da Diane apontam que muito provavelmente o Gowther lançou alguma magia nela e que ela pode vir a perder as suas memórias e prolongar ainda mais a sua total reconciliação com o King. Se existe um casal que já deu base para que ambos os personagens sejam desenvolvidos – seja por contra própria ou juntos –, esse é King e Diane, ainda mais se pensarmos que já conhecemos o passado do King e as circunstâncias do seu pecado – até pela história dele se ligar diretamente a do Ban –, mas não o passado e as circunstâncias do pecado da Diane. Esse arco dá claros indícios de que deve ser importantíssimo para definir de vez quem são os Sete Pecados Capitais e, de tal modo, aprofundar a personagem muito em breve seria interessante e poderia ligar toda uma subtrama dela com uma subtrama do Gowther, o que aumentaria ainda mais o número de conexões entre as histórias dos Pecados e fortaleceria a unidade do grupo que é o pilar dessa obra.

Um ótimo episódio que promete um ainda melhor no horizonte ameaçado pelo avassalador poder do Clã dos Demônios. A nós humanos só resta aguardar o próximo capítulo dessa história!

Torcendo para que esses quatro – e mais o Slader – consigam resolver a parada!

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