Sora yori mo Tooi Basho – ep 7 – Bagagem emocional
Bom dia!
Nessa semana em Sora yoro mo Tooi Basho a Shirase começou a assumir a posição de protagonista a que tem direito. Foi a mãe dela que morreu! Foi ela que quis em primeiro lugar ir para a Antártica! E agora que isso está próximo de se tornar realidade, passado e presente se chocam enquanto descobrimos que a expedição está levando carga menor do que o esperado, mas a bagagem emocional não poderia ser maior!
A Shirase mal conhecia as colegas de expedição de sua mãe. Como ela disse em algum episódio anterior, a comandante da expedição Gin Toudou era só uma mulher com quem ela viu sua mãe ir para a Antártica e que voltou sozinha. Tendo perdido a mãe ainda criança não se poderia mesmo esperar que ela tivesse sequer parado para pensar no que aquilo significava para outras pessoas que também a conheciam. Tecnicamente, Gin estava com sua mãe há mais tempo do que ela, hehe. E com certeza a conhecia melhor também. Não se compara a dor de uma criança que perdeu sua mãe a de uma adulta que perdeu uma amiga, ainda que fosse melhor amiga, mas acho que você entendeu onde estou tentando chegar.
Porém demorou para ficar claro sobre o que seria esse episódio. Ao invés de revelar logo de cara o quanto a mãe da Shirase era importante para toda a tripulação da expedição, o anime optou por contar o episódio do ponto de vista das garotas. Alguma coisa parecia suspeita, disse Yuzuki, que no episódio anterior já havia executado esse mesmo papel quando percebeu que algo estava errado com a Hinata (ela perdera o passaporte) e depois com a Shirase (ela esteve o tempo todo com o passaporte da Hinata e se esquecera disso). A mais nova das viajantes antárticas parece ter um dom para enxergar através das pessoas. Desconfiança plantada, as quatro partiram investigar.
Foi ridículo. Não leve a sério aquelas cenas de quatro japonesas com os rostos cobertos andando por Fremantle. Foi engraçado, manteve o tom leve da série, e é isso o que importa. Mas também serviu para elas confirmarem que sim, há algo de errado na expedição. Normalmente a carga seria muito maior. Os tripulantes estavam notavelmente inseguros. Será que conseguiriam ir para a Antártica? Bom, não é como se a viagem tivesse sido fácil desde o começo. As notícias de dificuldade de financiamento não eram novidade. Mesmo assim, já estavam em Fremantle e o navio estava se preparando para zarpar. Daí foi a vez da Hinata executar o seu papel de mais racional e calma das garotas: já haviam chegado até ali. Fizeram tudo o que podiam e agora só cabia confiar no resto da tripulação. Não é como se elas se preocuparem mais ou menos fosse mudar qualquer coisa. E durante todo o episódio, contudo, a cabeça da Shirase estava em outro lugar.
Que frio na espinha ela devia estar sentindo! Bom, essa era a hora de sentir frio na espinha, porque uma vez que cheguem na Antártica, ela vai sentir frio no corpo inteiro, hahaha! Enfim, me perdoe pela piada ruim, mas imagine-se no lugar da Shirase. Você é um adolescente que está prestes a realizar o sonho de sua vida. As memórias de quando tudo começou e de porque começou transbordam. Já não dá mais pra pensar se vai dar tudo certo ou não, sua mente começa a ficar branca. Não existe mais pensar, só sentir. Shirase sabe que sua mãe morreu, não obstante está viajando “para encontrá-la”, o que quer que isso signifique. Sua mãe fez essa viagem. Sua mãe esteve no mesmo quarto que ela. Talvez na mesma cama que ela. O que ela terá sentido? Por que ela queria tanto ir para a Antártica a ponto de apostar a sua vida nisso? O que valia tanto a pena a ponto de deixar a pequena Shirase para trás? O momento de descobrir a verdade se aproxima.
Parte da resposta ela já descobriu: sua mãe queria construir um observatório astronômico na Estação Shouwa. Ela queria ir para o fim do mundo e de lá olhar além, para um lugar ainda mais longe que o próprio universo. O que ela não sabia é que muitas outras pessoas além de sua mãe carregavam esse sonho e que ele se tornou muito mais pesado com a morte dela. Essa agora é uma missão para todas aquelas pessoas no navio. Amigos e colegas de sua mãe. Quando perguntaram a George Mallory por que escalar o Everest, ele respondeu “Porque ele está lá”. Se perguntassem a mãe da Shirase por que ir até a Antártica, talvez ela respondesse “Porque meus amigos vão comigo”. Shirase já havia chegado a essa conclusão no episódio anterior, e agora percebeu que talvez sua mãe pensasse igual. Ao conhecer o sonho de sua mãe e as pessoas que compartilharam esse sonho com ela, Shirase conheceu um pouco mais a sua própria mãe. Sim, ela infelizmente e tragicamente está morta, mas mais viva do que nunca em seu coração e nos corações de todas essas pessoas. Shirase está agora mais perto de reencontrá-la.