Objetivamente, esse episódio não chegou a ser ruim, contudo, se o compararmos ao anterior ele foi decepcionante, pois não trabalhou tão bem o vilão como deveria, tendo como seu melhor momento o início com o Elias recebendo a ajuda das fadas. Enfim, vamos falar agora dessa penúltima aventura!

O episódio começa bem, com o Elias aturdido pelo sumiço da Chise, encontrando-se em um estado lamentável e precisando de uma ajudinha da Rainha e do Rei das Fadas para sair de seu “transe” e se dar conta do que tem que fazer. Não fica claro se a proposta da Rainha naquele momento foi só para ajudar o Elias, mas acredito que pela reação dela tanto ela “ganha” se ele aceitar ir morar no País das Fadas com a Chise, quanto “ganha” se ele recusar e, ainda assim, contar com a sua ajuda para alguma coisa. Novamente, podemos ver a diferença na forma de pensar e agir das fadas em comparação aos humanos, algo que foi bem trabalhado ao longo da série e veio a calhar pela ajuda que a Rainha deu.

Espero que o Elias e a Chise nunca os tenham como inimigos…

A “busca” pela Chise ter passado por vários personagens que se envolveram com ela ao longo da trama e foram importantes para o seu crescimento funcionou mais como um pequeno “fanservice”, não incomodando e nem ajudando, apenas ilustrando que todas as quests anteriores foram necessárias para se chegar a essa – que com certeza terá seu desfecho episódio que vem. Por outro lado, a bruxa que se envolveu com ela é meio que convencida a ajudá-la – até para “compensar” a péssima dica que ela deu. Nenhum problema quanto a isso, esse é até um desenrolar natural, como é compreensível a Alice e o Renfred aparecerem para ajudar por terem a companhia que tinham, o problema foi exatamente o que menos poderia ter sido nesse episódio: o passado do Joseph.

Mahou Tsukai e sua cena de lutinha justificável, mas sem graça alguma.

O trecho em que é mostrado o período que ele conviveu com o Cartaphilus antes deles se “unirem” foi relativamente curto e, ao meu ver, raso, pois deu sim para entender que ele era discriminado e sofria por isso – querendo até ajudar a criatura por desejar que contassem com ele uma vez na vida –, mas não ficaram claras as circunstâncias que o levaram a desenterrar cadáveres e nem porque ele se mantinha envolvido com magia – é verdade que ele era filho de uma “bruxa”, mas isso o tornaria obrigatoriamente alguém como ela? –, além de que, as situações difíceis pelas quais ele passava até mostraram de forma razoável o quanto sua vida era ruim, mas não a ponto de tomar aquela decisão.

Em um momento de completo desequilíbrio ele resolve se “fundir” ao Cartaphilus a fim de obter a sua vida eterna, contudo, o tempo passa e ele cai em desespero porque não pode morrer, até aí “tudo bem”, mas foi assim mesmo? Não seria melhor fazer ele se unir ao Cartaphilus de forma até que involuntária – como a criatura se unir a ele ao se ver desesperada pela iminente morte de seu benfeitor – com o intuito de caracterizar o personagem como alguém equilibrado e de boa índole? A atitude dele em se aproveitar da imortalidade de seu hóspede faz com que seja difícil se sensibilizar com a sua história; na verdade, faz com que seja impossível “torcer” por alguém tão desequilibrado que não teve tempo de tela o suficiente para fazer o público sentir que era para tanto como foi ali.

Ele ser f*dido da cabeça desde antes o torna um vilão propriamente dito e acho isso ruim.

Tudo bem, podemos supor que havia sim base para tudo o que aconteceu da forma como aconteceu, mas somente supor, pois não foi adequadamente exposto em tela. O passado dele foi mostrado de forma bem rasa e praticamente minou qualquer possibilidade de empatia pelo personagem, o que acho uma pena, pois antes desse episódio eu achava que seria possível acabar a história não o detestando – agora simplesmente acho isso muito difícil. De toda forma, a Chise corre para salvá-lo porque é da natureza dela e ela sentiu a dor dele, viu o seu passado sofrido e até chorou, mas não seria melhor ter tentando “ganhar” também o público com ele? Isso não foi bem feito e foi um dos piores, apesar de poucos, deslizes que o anime cometeu. Esse momento todo que vai fechar o arco e concluir o anime ainda é importantíssimo porque a vida da Chise depende do que acontecer e é por ela ser a personagem cativante que é que não consigo não ficar bastante ansioso para saber como as coisas vão se suceder no próximo episódio, mas quanto ao desequilibrado Joseph só posso lamentar e dizer que, sinceramente, ele cavou a própria cova com as duas mãos e merece tudo o que sofreu!

A Chise lança mão um Tauros em sua jornada para se tornar uma Mestra Pokémon!

Não acredito que a Chise foi atrás dele pensando em tirar proveito da situação para conseguir se livrar da maldição do dragão, só que, sejamos práticos, há um caminho para que isso aconteça e acredito que esse será o desfecho para ela, porém ela não deve obter a imortalidade e nem conseguir dar um jeito na sua condição de ter a vida posta em risco por ser uma Sleigh Beggy, agora como a história vai se mover para permitir isso, ao mesmo tempo em que o Joseph deve alcançar a sua “libertação” através da morte, só nos resta esperar para ver. Um episódio inferior à média de Mahou Tsukai em quase todos os sentidos, mas que, contudo, não pôs a perder todo o excelente trabalho de adaptação e execução desse anime feito em seus primeiros vinte e dois episódios. Me despeço na expectativa de um final à altura de um dos melhores animes da temporada. Até breve!

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