Hakata Tonkotsu Ramens – ep 11 – Oferta diabólica
Bom dia!
Terceiro episódio seguido de construção do grande confronto final, que será no episódio final do arco final no final do anime. Ao invés de flashback e rostos e confusões novas que não me interessam, esse foi muito mais sobre o Ling. Foi um episódio muito eficiente e o conflito criado estava muito interessante.
Se o Ling realmente não confia em ninguém, que diferença faz confiar desconfiando do velho melhor amigo que lhe convida para viajar o mundo matando e enriquecendo ou confiar desconfiando do Banba e o seu grupo peculiar de assassinos, informantes e quejandos?
A pergunta é boa, não é? O Ling não tem motivo nenhum para confiar no Feilang (já foi traído afinal), mas ao mesmo tempo, e por isso mesmo, por já ter sido traído por alguém em quem confiava muito, ele está agora passando por uma crise de desconfiança e não tem porque confiar no Banba. Quer ir embora, fugir dali. O Feilang é obviamente uma pessoa horrível, matando inocentes desconhecidos só para atrair o Ling? Sem dúvida! Mas não sejamos inocentes: o Ling também é um assassino. Deve ter sua cota de serviços sujos nas costas. Qual é, os Hakata Tonkotsu Ramens são um grupo de assassinos limpinhos? São o Robin Hood do assassinato?
Eu sei que os episódios os retratam exatamente assim, e por isso, a essa altura, os vemos não como assassinos e bandidos que são, mas como heróis. Eles não são heróis. Não podem ser, não faz sentido. Isso não existe… – ok, isso é anime, é ficção, aqui pode existir. Pode, mas é tosco. Talvez seja alguma motivação tosca assim que moveu o Ling, afinal. Essa é uma hipótese. Outra é que não haja de fato nenhuma restrição moral, e a coisa seja mesmo pessoal. Nesse caso, volto a perguntar: se o Ling é mesmo alguém que não confia em ninguém, alguém que se sente desconfortável quando começa a confiar demais com medo de ser novamente traído, então que diferença faz para ele ir com o Feilang ou ficar com o Banba? Nenhuma, se fosse assim. Mas não é. Antes de continuar, quero analisar outro caso desse mesmo episódio.
O Feilang, tendo passado pelo mesmo treinamento que o Ling, também desconfia naturalmente de todas as pessoas. Na verdade, ele passou por coisa ainda pior, pois ele nunca foi sincero com o Ling, planejando desde sempre traí-lo no final, e depois de quase morto ainda passou alguns anos de sofrimento com um velho tarado qualquer. Não há dúvida de que o Feilang seja muito mais quebrado que o Ling e obviamente não confie em ninguém nunca. Foi por isso que quando seus contratantes tentaram matá-lo eles não tiveram chance. Feilang é o tipo de pessoa que está o tempo todo esperando ser traído, atento, pronto para contra-atacar. Completamente o oposto do Shunsuke.
Shunsuke trabalha para seu amigo de infância, e que se saiba nunca passou por nenhum trauma na vida. Ele não tem nenhum motivo no mundo para desconfiar de seu chefe e todos os motivos do mundo para confiar. Claro, o Nitta é um cara meio chato às vezes e gosta de inventar moda. É daqueles amigos que tentam te arrastar por aí e parecem não dar muita bola pro que você pensa. Mas isso ainda não é motivo para haver desconfiança. Se o Nitta tivesse dado um copo de veneno puro para Shunsuke, o Ninja Submarino teria bebido sem perceber. Não era puro e não era veneno, mas Shunsuke foi enganado e vendido. Bom, no final das contas deu tudo certo, mas só porque eles também são “assassinos do bem”, aparentemente.
Retornando ao Ling, seu conflito entre confiar ou não confiar era muito interessante e promissor. Poderia ter rendido bastante no último episódio. Enquanto ele escolhesse não confiar, ele próprio não seria confiável porque poderia a qualquer momento escolher Banba ou Feilang ou nenhum dos dois. Mas no final desse episódio, provavelmente por ter se comovido após ganhar alguns presentinhos dos colegas de submundo, Ling já tinha a resposta ensaiada sem nem saber que iria receber tal oferta diabólica: ele quer ficar em Hakata, às favas com o plano de enriquecimento e assassinatos mundiais de seu ex-amigo de infância.