Antes do que eu imaginava o torneio começa e a Harukana e Éclair têm suas primeiras partidas, as quais não fogem dos clichês, mas isso nem é tanto um problema, pois o confronto que importa é bem animado em mais de um sentido e também busca desenvolver as adversárias – o que pode fazer elas ganharem sua torcida. Nada melhor que uma competição quente em um anime de verão, não é?

O episódio começa com aquela velha situação clichê na qual as adversárias do início da competição são as mesmas personagens que haviam sido apresentadas anteriormente. Em um momento muito rápido para que o público se afeiçoasse a elas, é verdade, mas ao menos tentam compensar isso ao desenvolver a motivação da dupla existir; a qual seria parecida, mas bem diferente, da das garotas?

O “engraçado” disso tudo é que a partida começa e o que a Kanata faz? Força os ataques em cima da Mai, aquela que ela previu como sendo o elo mais fraco da dupla. Ela decidiu parar de jogar vôlei por que motivo mesmo? Porque era um constante alvo e achava que estava atrapalhando a sua parceira.

Errar e humano, errar muito é do atleta inexperiente mesmo.

É hipócrita da parte da Kanata traçar a mesma estratégia com uma adversária? Não acho que seja. Isso é do esporte. Na verdade, é muito comum – tanto em esportes coletivos quanto individuais – aquilo que um dia causou uma derrota ser aproveitado como arma valiosa em uma situação futura, então se ela enxergou que esse era um caminho para a vitória é normal seguir por ele. Entretanto, uma coisa me incomodou no jogo da Harukana e não foi a deficiência individual de nenhuma delas.

Por que a Kanata insistiu em atacar usando só a largadinha? Não lembro dela ter atacado de outra forma durante a partida e não creio ser comum usar esse artifício a exaustão sem um plano. Coisa que ela tem? Aposto que sim, pois ela insiste na largadinha mesmo após a Mai ter sacado a fraqueza do movimento, passando a receber bem todas as bolas. Espero que no resto do jogo a personagem surpreenda usando outro movimento, afinal, isso é super comum, e até bom, em animes esportivos.

A Mai é uma pegadora de mão cheia e eu posso provar!

A Haruka apresentou dificuldades previsíveis quanto ao seu vôlei, pois ela é inexperiente e, mesmo treinando com as vice-campeãs nacionais – Éclair perdeu para a dupla da Narumi, ou eu entendi mal alguma coisa? – não é em tão pouco tempo que a garota vai ajustar o seu bloqueio ou se tornar uma grande finalizadora, né? Aliás, o confronto das protagonistas foi entre duplas novatas, o que é justo para que caras novas tenham mais chances de avançar na competição. Diferente do que parece ter ocorrido na disputa da Éclair – ou elas que são fortes demais e estavam escondendo o jogo –, a qual apareceu apenas para mostrar que elas estavam ali, um clichê comum a personagens fortes demais.

Se altura fosse tudo, rasteira não derrubava, né!

A partida progrediu e devido a erros bobos do outro lado a Harukana tinha a vantagem no set, o que costuma render um último suspiro de resistência da dupla perdedora, trecho quase sempre regado a um flashback que expõe o porquê das personagens estarem ali, o que está em jogo para elas além do que é delimitado pelas faixas na areia. No caso da dupla AiMai, a senpai quer tirar o gosto amargo da boca da kouhai pela derrota que ambas sofreram no vôlei de quadra, evento que foi contra o que ela prometeu para trazer a garota para o vôlei. Isso a tornou mesmo uma mentirosa? Não. Mesmo que elas percam agora isso não quer dizer que não possam vencer gigantes um dia, mas são adolescentes que não querem se frustrar com o esporte e o anime tem esse como um dos seus principais assuntos já que a co-protagonista era uma “desistente” que passou por algo que a Mai pode passar no futuro.

O que isso reflete na partida? Que o público pode torcer para as adversárias sem culpa porque o que as leva a estarem ali parece bem legítimo a sua maneira? De certa forma sim, diria até que seria bom a Harukana perder agora para já lidar com a experiência da derrota e se preparar melhor para outro campeonato, mas duvido que isso ocorra e talvez perder mais à frente seja mais interessante quanto ao desenvolvimento da dupla. Entre ir fortalecendo as protagonistas ou fazer as coadjuvantes não se decepcionarem o mais comum é optar pela primeira opção e Harukana não foge muito ao básico, né.

Só torço para que a Mai não acabe como uma Kanata 2.0 – frustrada por ter sua fraqueza explorada pelas adversárias –, o que duvido que aconteça porque o trabalho em cima dos coadjuvantes está sendo bem feito. Espero um final de partida emocionante e um resto de campeonato divertido e com partidas ainda melhores, além de uma explicação para a largadinha ter sido tudo, menos largada pela Kanata. Harukana Receive continua bem bacana e ao propor um diálogo sensível entre os dramas das garotas o anime só tende a ganhar, mas é claro, só se os correlacioná-los bem. Até o próximo artigo!

Esse rally foi animal! Ansioso pra outro desses no próximo episódio!

Harukanaservice

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