Vocês gostaram de Never Island? Acharam melhor que Island? Tenho “sentimentos mistos” quanto a esse “novo anime”, mas é verdade que começá-lo sem fazer qualquer ligação direta com o “original”, além de flashes de memória do protagonista, não me pareceu a coisa certa. Ficou muito com cara de que era outra história, apesar de ser óbvio que há ligação com a que contaram até o oitavo episódio.

Antes de mais nada, o cenário de Never Island é claramente o de um futuro distópico nada favorável para a humanidade no qual Urashima se tornou a sua última fortaleza, ao menos para quem morava lá. O problema é que a Rinne morreu na linha do tempo da qual o Setsuna veio, o que significa que a máquina na qual ele entrou o levou a uma linha do tempo diferente? Só isso explicaria essa situação.

Admito que pensava que apenas o tempo correria em uma velocidade diferente dentro da máquina, mas não que ela teria funções mais “complexas”. Esperava que ele acordasse alguns anos no futuro, que nesse futuro já existisse uma máquina do tempo e ele a usasse para voltar ao passado e salvar a Rinne. Contudo, o que ocorreu nesse episódio não foi despropositado. Em vários momentos ao longo dos episódios anteriores o protagonista teve flashes que remetiam ao que ele viveu nesse cenário. É como se ele estivesse tendo déjà-vus de algo que ele ainda não viveu, ou não sabia que tinha vivido.

A “teoria” de que ele veio do futuro agora não parece nada infundada, né? Acredito que ele está pelo menos em sua segunda viagem do tempo, que o Setsuna 2 de Island veio da linha do tempo vista em Never Island e que ele repetiu esse processo depois de ter entrado na câmara no oitavo episódio. Foi o que eu consegui entender desse episódio, mas não duvido que a verdade seja ainda mais enrolada.

Tirando as piadinhas sexuais desnecessárias, e até anticlimáticas, comuns em Island, o “novo anime” não foi ruim. Ele apresentou um cenário que talvez seja mais interessante e urgente que o da trama que conhecíamos, além de que indicou um caminho para a resolução do mistério que envolve a ilha, assim como as três garotas. Porém, esses detalhes de forma que citei, e a própria forma abrupta que esse background começou a ser trabalhado, não aproveitaram satisfatoriamente o ótimo gancho do episódio anterior. Eu esperava uma conexão direta com aquele cliffhanger e não uma outra história.

Quanto ao que aconteceu em Never Island, nada de tão novo assim foi apresentado. A Sarah ganhou um belo par de seios, é verdade, mas continua tendo relação direta com o religioso. A Karen continua sendo uma contestadora por natureza, e a Rinne uma pessoa caridosa – ou seria louca? – que acolhe um desconhecido como sendo da família. É verdade que a Rinne apresentou algo a mais, um talento para criar a câmara criogênica/máquina do tempo. Seria ela meia-irmã da Karen para ter “herdado” o talento para a pesquisa da mãe da garota? Não acho que é preciso chegar a tanto para explicar isso e nem que o anime terá esse trabalho. Rinne é uma Einstein – ou outro gênio de sua preferência – loli!

No fim das contas, esse episódio não foi tão ruim – tirando os trechos que queriam ser cômicos, mas foram só constrangedores e inúteis –, até porque nossos heróis se uniram de novo – eles devem ter um imã que os aproxima, deve ser isso – e o Setsuna decidiu salvar: Urashima, o presente, o passado, o futuro, a garota que ele não esqueceu que ama – afinal, convive com ela e parece nutrir os mesmos sentimentos que tinha na outra linha do tempo – e o anime como um todo. Não que ele esteja assim tão ruim, mas falta ligar os primeiros dois terços dessa adaptação a essa “ilha do nunca” e o restinho do que deve ser o anime que conhecíamos. O próximo episódio deve continuar nessa linha distópica melancólica e desafortunada? Sem sombra de dúvidas. Voltará a ficar mais interessante como estava antes? Assisto e comento Island na esperança de que isso aconteça, e espero que esse também seja o caso para você, caro(a) leitor(a). Até o próximo episódio dessa história dentro da história de Island!