Hoje eu irei recomendar um mangá que para alguns pode ser bem interessante e para outros, algo a se passar longe. O nome do mangá, como o título já diz, é Dead Tube. Basicamente, a história é sobre um jogo onde você posta um vídeo num site de vídeos similar ao Youtube e compete por visualizações. Além de ter liberdade em relação ao conteúdo, você também pode ganhar muito dinheiro caso seu vídeo seja o vencedor, ou seja, temos algo parecido com a realidade onde os criadores de vídeos fazem as coisas mais idiotas possíveis para ganhar visualizações. 

Ok, até aí a premissa parece ser interessante e ampla, porém, de cara já é deixado de modo bem claro que o tipo de vídeo que viraliza são aqueles onde há mortes ou atos sexuais sem consenso, é claro. A história segue Machiya Tomohiro, um estudante de 16 anos que faz parte do clube de filmagem, e sua colega de escola, Mashiro Mai, também com 16 anos e integrante do clube de natação. Logo no início do primeiro capítulo, temos um pedido estranho de Mashiro para Machiya: “Me filme por dois dias ininterruptos”. Ao concordar com a proposta sem saber seu significado, Machiya começa a filmar a vida diária de Mashiro, filmando desde sua tarefas diárias no colégio até a hora de tomar banho por exemplo. Um ponto interessante é que o capítulo já nos entrega algumas características de Machiya, como, por exemplo, sua falta de confiança além do bullying que o mesmo sofria num passado recente, algo que será explorado de certa forma nos capítulos seguintes.

Até porque uma assassina deve andar bem vestida, ainda que a roupa seja um enorme estorvo

Na continuação do capítulo, tivemos um assassinato de maneira horrenda e dolorosa. Aliás, o incidente foi filmado e o cinegrafista foi ninguém menos que Machiya, nosso querido protagonista “normal”. Infelizmente eu não posso dar mais detalhes do que esses acima  porque acabaria contando 100% do primeiro capítulo. O que eu posso dizer é que para ler esse mangá o leitor deve estar preparado para: muitas mortes (de vários modos diferentes), violência sexual, tortura, personagens doentes mentalmente (é sério, muito mesmo), muito mistério, ação, gore e por aí vai. Ou seja, não se apegue a personagens, não ache que no final vai dar tudo certo ou que alguém terá um final feliz. Simplesmente não tenha esse tipo de pensamento porque é provável que não tenha. O mangá não perdoa ninguém, seja bom, seja mal, inocente, jovem ou velho, você vai morrer, a forma vai variar e se for mulher talvez ocorra algum ato sexual. E sinceramente às vezes me parece que o mangá acaba indo longe demais, numa vertente que talvez seja fantasiosa demais no que se refere à personalidade humana e seus possíveis atos.

Essa cena em particular foi bizarra independente de qualquer explicação

E bom, com isso tudo o que eu mencionei sobre a sanidade dos personagens acho que fica bem claro que todos são extremamente insanos. Machiya, o protagonista, que poderia ser a diferença tem seu pé no mundo dos outros personagens enquanto que Mashiro não só está como também é do tipo que traz temor para seu adversários em algum momento. Os arcos presentes na obra costumam envolver um mistério interessante pois você dificilmente vai conseguir deduzir quem é o real culpado (às vezes todas as opções disponíveis estão erradas, vale lembrar) e todos tem uma duração razoável que acaba parecendo ser grande por conta da quantidade de páginas por capítulo. Em especial eu gostaria de destacar o do rascal que do começo ao fim trouxe um misto de apreensão e curiosidade por conta de todos os acontecimentos que foram ocorrendo no decorrer do arco. Claro que por outro lado a obra possui graves problemas. Um deles é que conforme se passa os capítulos você começa a pensar sobre como as situações são resolvidas e percebe que as explicações não são tão satisfatórias pois você só acompanha um dos lados (o dos protagonistas, obviamente). Outro ponto que incomoda é que existem vários questionamentos sobre essa questão toda em relação ao site de vídeos e aqueles que fazem parte, afinal, ainda que eles consigam calar a impressa é estranho pensar que não há alguém que tenha alguma intenção de acabar com tudo isso  porque o estrago feito na sociedade é grande demais para não ter um questionamento público.

Pouco sangue graças a Deus

Para finalizar, o mangá é publicado desde 2014 na revista Champion RED e tem uma periodicidade mensal, ou seja, além de lançar mensalmente, ele possui em torno de 40 páginas por capítulo. Especificamente, os gêneros são: ecchi, horror, escolar e seinen. Possui atualmente 39 capítulos (em português) e não há previsão de uma adaptação para anime. Já em relação a arte, não se preocupe, pois é plenamente satisfatória e consegue transmitir bem as emoções dos personagens (às vezes até demais). Ah, e o autor chama-se Mikoto Yamaguchi e o ilutrador da obra é o Touta Kitakawa de Seishun Pop!. Uma curiosidade interessante sobre o autor é que ele é o mesmo autor de Maken-ki  que possui uma adaptação para anime com duas temporadas.

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