Que pessoa não ficaria abalada sabendo que nasceu debaixo de uma suposta maldição e carrega um destino tão pesaroso quanto a mesma? Cada qual reage como sua própria maturidade permite.

As opções? Se desesperar de vez, ou buscar um plano B, C, D e quaisquer letras do alfabeto que forem necessárias pra dar a volta no problema.

Nesse episódio se abordou de uma forma interessante, como pessoas interpretam seu próprio destino. Yuu e Merc avançam rumo a cidade dos dragões, um local marcado por lendas, poderes sobrenaturais e predestinações, um lugar onde o poder de uma profecia rege até a roupa que os cidadãos vestem.

Olha, antes de tudo, confesso que o conhecimento de Jamo-san me impressiona. Ele é um ótimo GPS, sabe por quais caminhos seguir no mundo inteiro de forma segura, também é um jornal ambulante, sabe tudo o que acontece em detalhes nas cidades por onde passam, por vezes até informações mais atuais ele tem. Realmente ele não é um comerciante qualquer e sua adição foi muito bem vinda aos nossos novatos no mundo das aventuras.

A sinceridade de uma pessoa que não mente

Voltando ao nosso tópico original, na cidade draconiana os irmãos regentes carregam consigo dois destinos bem complicados, Yuseo é o mais velho, centrado e gentil, mas que parece ter problemas de saúde, já Shaolin é uma garotinha alegre e espirituosa, condenada a uma maldição que a isola de todos, tendo somente a companhia de seu amigo Siige. Diferente do que podemos imaginar, apesar de sofrer bem mais com toda a situação dos dois, Shaolin demonstra lidar bem melhor com tudo isso, e é em nossa dupla de heróis que ela vê a oportunidade pra acabar de vez com o infortúnio seu e do irmão.

Quem é esse pokémon? Tan-tan-tan

O que chama atenção é que quando decidiu se aventurar procurando uma criatura mágica lendária, apesar de sua determinação e bom coração, Shaolin é relapsa e seu poder de “desastramento” a colocam num patamar de mutante nível ômega complicado. Ela vai estudar sobre a lenda que pode salvá-la e dorme, tenta ler um mapa e vira ele ao avesso, encontra um monstro pacífico e o agita pisando nele. A coitada é uma dor de cabeça móvel, o que só reforça o pânico sobre a tal maldição.

Siige até então não tinha demonstrado nada em específico além de ser um tutor e amigo, mas também sempre pareceu incomodado por algo, algo esse que ficou claro quando ele chegou ao seu limite físico e revelou dois importantes segredos: a sua verdadeira natureza como descendente do clã de videntes, que é tão valorizado quanto os curandeiros no Reino, e que seu pai era o responsável pela profecia que abalou a família de Shaolin.

Apesar do choque com as novidades, a princesa ainda leva a história até o final, sem rancores ou dúvidas, o que só reforçou a sua força interna e o amor puro que tinha. Ela salva a si, seu amado irmão e seu povo, evidenciando que não importa hereditariedade, predições ou curso estabelecido, você é o responsável pelo seu destino e o que ele pode vir a ser.

Outro fato que pra mim ficou bem marcado aqui é o crescimento de Yuu, antigamente um medroso convicto, o garoto assume uma posição cada vez mais assertiva quanto a seus poderes e em relação a sua própria jornada com Merc. A cada episódio ele mostra que está se encontrando e avançando enquanto ser humano, buscando se relacionar e compreender melhor aos monstros, inclusive demonstrando que domina cada vez mais suas habilidades a ponto de aumentar o leque de usos dela, como vimos nesse episódio.

Mais um ótimo episódio que nos apresentou novidades desse mundo, os personagens diversos, e tentou desenvolver de forma prática esses dois pontos, ao passo que desenvolveu o nosso protagonista “em branco” de uma forma sutil, mas visível.

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