Que episódio massa! Olha, se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre o porquê de assistir a esse anime, creio que já tiveram sua resposta. Doukyonin wa Hiza nos apresentou essa semana algo mágico e simples, nos levando a uma pequena montanha russa de emoções que nos levou de momentos divertidos a outros tocantes, mostrando o que a série tem de melhor.

Nós sabíamos que Subaru era alérgico a pessoas por motivos questionáveis, mas não conhecíamos a sua pessoa a fundo, seus pensamentos mais íntimos e nem o seu relacionamento com as pessoas com as quais ele conviveu por mais tempo: seus pais. Esse episódio veio pra clarear muita coisa e nos dar o bônus que a história precisava desenvolver.

Ainda passando pelo seu processo de adaptação à vida com Haru, percebemos que ele é bem persistente na sua crença sobre o incômodo que qualquer forma de vida além da sua o traz. Nesse episódio, Subaru deu alguns sinais de que Haru parecia estar ali apenas por estar, apenas mais uma moradora da casa com a qual ele não interagia muito e que ele não entendia muito bem – mesmo depois de toda aquela cena bonitinha do episódio anterior em que eu achei que ela já tinha transformado ele em algum grau.

Subaru estava ocupadíssimo tentando ler e raciocinar pra o seu processo criativo, já Haru estava bem agitada e ele na condição de dono achou que era só uma TPM de gato, isso pelo menos até ela o agitar também. Depois de muita correria e quebra-quebra na casa, Subaru simplesmente assumiu que ela não tinha jeito e é vida que segue – na verdade a pobre coitada estava apenas vendo os fantasmas dos pais dele e ficou com medo do que poderiam fazer, já que não sabia quem eles eram até o final do episódio.

Quando Haru quebra o altar, além de não perceber o esforço dela, Subaru nos revela uma face que ainda não conhecíamos: ele era chato até com os pais – bem verdade que numa escala menor, mas era. Confesso que no início achei que ele só tinha alergia aos outros e não a sua família, foi aí que fui surpreendido quando ele demonstrou incompreensão até com eles.

Como todo incômodo pra alguém como ele é pouco, seu editor decide entrar de novo na parada. Kawada é um personagem interessante porque assim como Haru, ele vive constantemente tirando Subaru de sua zona de conforto. Na sua contramão, Kawada é apaixonadíssimo por gatos e decide fazer uma visitinha a ele usando como pretexto a sua reunião de trabalho.

A presença do editor fora a comédia gratuita nos mostrou duas coisas: a primeira é que tanto Haru quanto Subaru tinham nervoso da pessoa dele, o escritor pela sua aflição com gente e ela porque sentiu o grude dele e parece ter horror a esse tipo. A segunda coisa é que Subaru possui algum bom senso e decidiu mostrar isso.

Depois dos eventos com Haru e Kawada, ele coloca pra gata a seguinte questão: por que ela não tenta ser mais sociável pra evitar certos tipos de situação? No começo, eu achei que ele não ia se tocar, mas logo depois de perguntar, ele volta em sua mente e percebe o absurdo que é apontar na gata aquilo que lhe falta, quando nem ele próprio faz questão de corrigir – ele merece os parabéns por ter semancol né não?.

Mais tarde, num outro momento, é que temos o momento chave do episódio, em que ele traz a tona o que estava escondido e que ele nunca despertou por não dar importância às coisas. Na hora em que acaba a tinta de sua caneta, ele se dirige com Haru ao quarto dos pais que estava incólume desde seu falecimento e então, num outro acesso de nervoso da gata, ele descobre um álbum de fotos que muda sua vida pra sempre.

Mesmo mal interpretando as ações dela, uma coisa que acho curiosa em Doukyonin é que a história sempre mostra que Haru tem alguns pontos em comum com Subaru, e que as vezes o analisa pela ótica de sua própria experiência de vida, tentando entender ou resolver as coisas pra ele usando dessa arma – a parte em que ela o protege quando imagina ele passando pela mesma situação que passou com seus irmãos, reflete bem isso.

Ao pegar o álbum que Haru coincidentemente derruba, analisar com calma as imagens e ler as anotações de sua mãe, ele volta mais uma vez em suas memórias e começa a entender que ele nunca procurou entender de fato o sentimento das pessoas, nunca se questionou porque cada um era como era. Ver todo o cuidado e atenção que ela demandava, mesmo com a indiferença que ele demonstrava, fez com que Subaru a processasse que ele agia como um trator, apenas passando por cima de tudo sem dar a devida atenção àqueles a sua volta.

Quando ele desaba em suas lágrimas de arrependimento, Haru, na sua doçura e inocência, dá uma demonstração de carinho e proteção ao seu dono. Com esse pequeno gesto, Subaru percebe que ainda não é tão tarde, que ele pode se transformar e alcançar algo novo, algo que deixou passar com seus pais que infelizmente não voltará, mas que com Haru e seus amigos ele pode viver do zero e assim evitar mais futuros arrependimentos.

Subaru então põe a prova sua nova conclusão quando Kawada vai a sua casa, pensando que ele tinha desmaiado mais uma vez por cansaço. Percebendo o esforço que o editor pôs em cuidar dele e o quanto ele se importava, Subaru vai e expressa sua gratidão, reforçando pra nós o início de sua mudança.

Eu gostei desse episódio pra caramba, foi sólido do começo ao fim e navegou muito bem entre os tons da comédia e do drama – quase rolou uma lágrima no final. Haru, como sempre, continuou um amorzinho, gerando todos aqueles momentos fofos e Subaru se deu a chance que todos esperavam, ele mostrou que realmente tinha sentimentos, só não sabia que estavam ali dentro.

Estou ansiosíssimo pra ver como esse start que ele deu em sua nova vida vai reverberar no próximo episódio, como ele vai interagir com o pessoal a partir de agora? Vamos aguardar e até o próximo artigo!

Avante Mikazuki Subaru!

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