Subaru começou a mudar, mas ainda não entende uma porção de coisas sobre o mundo humano e animal, então quem há de ajudar essa pobre alma? Eu? O Chapolin Colorado? Não. Deixemos essa tarefa pra aqueles que fizeram uma verdadeira farofa com a vida do coitado nesse episódio.

Nosso protagonista aceitou que precisa mudar pra viver de forma um pouco mais decente nesse mundo, mas ele também não prometeu que ia fazer uma mudança completa e muito menos rápida, vamos dar esse desconto pra ele. Hiroto e Kawada acabam se reunindo na casa do coitado, espaçosos como sempre – ou pelo menos Kawada agora ficou por causa de Haru, porque Hiroto já era assim. E com isso, toda aquela dor de cabeça antiga volta a Subaru, revivendo em sua mente o porque de ele ser tão averso a pessoas.

O responsável por transformar o dia de Subaru num brega é Kawada, mas os outros tem sua parcela de culpa. Numa revelação divina, o editor intimida Subaru com a compra de uma coleira pra Haru – que estava agoniada com os invasores de seu lar e pronta pra usar suas unhas, mais um pouquinho e a pele deles ia passar de porcelana a papel picado em menos de 5 minutos.

Todo mundo sabe o suplício que é pra o sujeito sair de casa, mas insistem e Hiroto além de já causar o incômodo natural, ainda faz um extra de forçar situações pro amigo. Ele decide dar uma de Koiwai (Net-juu no Susume) e vê em Nana uma rota amorosa pro amigo, já começando a “mirabolar” o negócio sem que o escritor sequer se desse conta da astúcia dele.

Uma coisa que achei interessante é que Subaru se sentiu como um coelho abandonado nas mãos de uma loba, mesmo que a vendedora passe longe disso e essa analogia pareceu propícia me lembrando de um pequeno detalhe de fora do episódio. Quando vi o nome completo da Nana, o sobrenome dela é Oukami, que lembra a palavra Ookami (lobo) e ambos tem uma pronúncia muito similar, o que acaba casando com a situação – não acredito que tenha sido algo minuciosamente pensado, mas foi minimamente curioso.

Nana decidiu seguir os passos dos dois palhaços anteriores e colocou Subaru em outra saia justa, envolvendo ele numa consulta veterinária – que assombrou Haru pelo escândalo dos outros animais, principalmente aquele gato pseudo valente.

Gente, que veterinário folgado viu? Não vou negar que achei ele engraçado e simpático, mas numa situação real, diferente de Subaru que preferiu ficar com cara de paisagem e mudo, eu nada não teria entrado na onda dele e jogado aquela dose diária e necessária de ácido pra entrar na brincadeira.

Subaru depois de passar por uma zona, viu que de fato existia uma série de coisas que ele ainda não conhecia e principalmente como podia ser difícil cuidar de um animal, já que haviam tantas necessidades a serem atendidas e cuidados diários. Haru não é um objeto inanimado, ou muito menos uma planta que ele podia apenas molhar todos os dias, aparar e deixar crescer sozinha num canto. Ela é uma vida que precisa de acompanhamento constante, de diálogo e ele agora tem consciência plena disso.

Esse despertamento além de ter aberto mais a visão de Subaru para a sua nova “filha” Mikazuki Haru, aumentou um pouco mais o desejo de se deixar moldar que tava se formando aos poucos nele. A Nana por exemplo o causava estranhamento, mas o conhecimento que ela tinha lhe era necessário pra que ele conseguisse executar bem o seu papel de dono, então porque não deixar ela entrar em sua vida?

Como diz o ditado: “onde come um comem dois”, então onde tem Hiroto e Kawada, cabe Nana e quiçá até a “nova vizinha” dele, dona de um cachorrinho muito simpático e que tenta agora se amigar com Haru – que está avaliando bem a possibilidade já que ele é bem grandão e agitado, fora o fato de ser um cão, inimigo natural dos gatos segundo as lendas.

Haru por sinal, reforçou nesse episódio o que venho falando ao longo desses quatro episódios: ela é muito parecida com Subaru, apenas tem razões diferentes e bem mais coerentes num conjunto geral. Deu pra ver que a cada encontro novo, ela tinha reações bem comuns as dele, ficando nervosa, assustada, aborrecida, evidenciando que realmente existem certas coincidências nesse mundo que ninguém explica e ter parado nas mãos de Subaru com certeza foi uma delas.

A momento de glória do episódio é sem dúvidas o momento em que ela recebe sua coleira. Como toda boa garota ela também sabia ser feminina e tinha um desejo de ser bonita que estava muito bem oculto. Quando Subaru põe a coleira, ela libera um som chato e incomum pra ele, mas totalmente nostálgico a Haru, aquele som era o som da beleza.

Haru agora realizava mais um sonho pelas mãos de Subaru, o de ter aquele pequeno objeto que lhe era tão precioso e que ia transformar ela numa gata mais linda. Mas como diz o outro ditado: “a mão que dá é a mesma que tira” e Subaru se livra do guizo, pra desespero da gatinha que vê o símbolo de sua beleza ir pelo ralo e é vida que segue.

Subaru está crescendo conforme as suas próprias palavras, aos poucos e de forma constante. Seu maior mérito é se dar a chance de tentar e com os acontecimentos anteriores ele vem se abrindo cada vez mais. Haru segue pelo mesmo caminho, ela agora está tendo oportunidades que lhe foram negadas pela pobreza e refazendo laços que a vida a tirou através de seus novos amigos, descobrindo que o que ela viveu no passado, ficou no passado.

O momento presente é pra ela agora a hora de aproveitar o que a vida tem de melhor, continuo ansioso pra ver o que o anime a reserva, já que a abertura nos entrega que vários bichinhos vem por aí, e com o elenco todo praticamente vizinho de Subaru, espero muito mais pros dois.

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