Por que Subaru, sendo como é, tem amigos como Hiroto – e agora Kawada e Haru – ao seu lado e sem que esses pareçam se aborrecer com o seu jeito peculiar?

Essa pergunta é interessante quando avaliamos bem os perfis dessas personagens e vemos que existe uma margem de incompatibilidade bem variada em termos de gostos, personalidade, ideais comuns e afins. No geral tudo colaboraria para que eles não fossem o que são hoje, mas qual foi o fator predominante para que essa ligação perdurasse?

Subaru, como vou repetir e os episódios anteriores vêm mostrando, não é uma pessoa tão aversa ao contato, ele apenas não sabe lidar com inconstâncias, improvisos ou coisas não pensadas e programadas sobre as quais ele exerce controle.

Na primeira parte do episódio, durante mais um momento de recordações passadas temos um vislumbre de sua infância, onde ele se lembra mais precisamente do que o motivou com a leitura, a escolha do seu ofício e principalmente como conheceu seu até então único amigo Hiroto.

Os episódios iniciais deram espaço para o lado mais áspero e relativamente ácido do escritor, tanto no seu eu mais velho e atual, quanto na época em que ele era mais jovem e seus pais estavam vivos. Já nos últimos foi possível ver que ele não era tão antissocial e estranho assim a todo momento, ele também tinha momentos mais sensíveis e amistosos.

Acho que é evidente que a história decidiu empurrar logo de cara uma visão mais dura dele para introduzir a problemática e deixar mais claras as mudanças pelas quais ele vem passando. Agora eles trabalham com o outro lado mostrando que existiam pedaços mais maleáveis dele, para que essas mudanças não pareçam tão bruscas, mas coerentes com o interior real do protagonista.

Curiosa é a palavra certa pra definir a interação entre Subaru e Hiroto. Eles se conheceram ainda na época do ginásio, porém tinham interesses bem diferentes com Subaru preferindo a leitura e Hiroto sendo mais “normal” correndo e brincando.

Subaru sempre foi um entusiasta da escrita e leitura, esse fascínio transbordava e contagiava quem o assistia de perto como os seus pais. Assim que conheceu Hiroto, ele pensou em partilhar do seu interesse com o amigo mas ele acabou deixando pra lá, até que num outro momento o próprio manifestasse afeição pelos interesses do novo vizinho e amigo.

Hiroto é do tipo de amigo que embarca na onda do outro sem pensar muito, ele se dá a chance da descoberta e também demonstra que leva em conta aquilo que faz bem ao próximo, então se a leitura é legal, por que não tentar conhecer mais a fundo esse mundo que é tão especial para Subaru?

Ao meu ver foi essa postura que fez com que Subaru criasse simpatia com ele, mesmo levando em consideração que Hiroto era uma incógnita e um potencial incômodo no futuro – vale lembrar que ele inclusive leu os trabalhos iniciais do amigo sem que ele soubesse e ainda divulgou;  isso Subaru só veio saber depois.

O dia corria, os sonhos iam e vinham até que Hiroto interrompe o descanso de Subaru com uma de suas visitas sorrateiras surpresa. Ele vinha mais uma vez trazer comida pro amigo e verificar seu estado, mas no processo acabou se enrolando com Haru que também estava em maus lençóis com uma lata de comida.

Durante um papinho relembrando os bons tempos, Subaru procura pela ração de Haru e a chama pra comer – o que acaba em bagunça porque ela mal interpreta o chamado dele. Depois da queda Subaru acaba desmaiando e alarmando seus amigos, incluindo Kawada.

A união desse grupo e a forma como o evento do resfriado se desencadeou reforça o elo de amizade que existe entre eles e a beleza do caráter de cada um. Haru, Hiroto e Kawada têm jeitos e posições diferentes, mas os três estão ligados a Subaru por um mesmo sentimento, o de família.

Subaru tem um significado importante para cada um deles e isso é notório. A cada dia ele tem se deixado invadir mais por esse sentimento coletivo e tentado retornar mais o esforço e a sinceridade dos amigos – principalmente Haru que tem descoberto o calor do amor através desse convívio com ele.

A união deles representa, assim como diz o livro favorito da infância de Subaru, o encontro do sol e da lua que decidiram passear juntos criando uma grande aventura.

Na semana que vem parece que Subaru vai encarar mesmo o evento público de lançamento, estou ansioso pra ver como nosso escritor vai se sair e o que vai aprender de novo com essa experiência.

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