Bom dia!

A diferença entre o que faz uma Chisato ou uma Kurumi é bem tênue, e pode guardar bem pouca relação com as escolhas conscientes da pessoa, como foi o caso da Whiplash e da Enfermeira de Guerra.

As duas tiveram vidas bastante sofridas antes de se tornarem garotas mágicas, e de formas bem diferentes, destacando como o sofrimento pode assumir várias formas. No entando, uma se tornou uma heroína do Magical 5, as garotas mágicas que salvaram o mundo da ameaça disa, enquanto a outra está à beira de começar uma nova guerra maior e pior.

A única diferença é a pessoa por quem foram abordadas.

 

Os sentimentos da Kurumi pela Asuka são bastante carnais

 

A Kurumi já havia se mostrado psicótica antes e fissurada demais pela Asuka, mas apesar de tudo, todos as situações antes desse episódio pareceram apenas alívios cômicos, ainda que humor negro, um pouco ferradas demais.

Mas agora não há mais dúvidas: a Kurumi é ferrada da cabeça de verdade. Quero dizer, claro, ela tortura porque é um trabalho que alguém teria que fazer, não é? Mas não é só isso. É possível ver como ela deriva prazer do que faz.

Compare com a forma como a tortura foi retratada nos primeiros episódios, quando Kim Kanth foi torturado, e nesse episódio agora. Claro que houve algo de fanservice também (aliás, muito de fanservice, provavelmente mais do que seria saudável a essa altura), mas fanservice de tortura é algo ferrado, que só faz sentido vindo de uma personagem ferrada.

 

Esse sorrisinho não é o de alguém que está só fazendo o que precisa ser feito

 

Descobrir esse lado da Kurumi no episódio em que a Chisato foi apresentada não parece ter sido por acaso. Para começar, as duas possuem histórico de sofrimento e abuso.

A Kurumi, como já era sabido, sofria bullying particularmente violento. A Chisato era filha de uma garota de programa que apesar de todos os seus problemas e defeitos gostava genuinamente da filha, até que um dia morreu de forma estúpida por causa da imprudência criminosa de terceiros e acabou morando com seu “pai” ou guardião ou coisa assim, provavelmente apenas o último homem com quem sua mãe viveu junto.

E ele era tão horrível quanto se pode ser. Queria vender a garota para a prostituição, o que só não conseguiu fazer pois a Chisato ainda era menor de idade. A espancava frequentemente. Ela já não tinha sequer vontade de viver.

Asuka salvou Kurumi das valentonas e Giess salvou Chisato de seu guardião. Asuka era uma das garotas mágicas criadas pelo governo para combater os disas, e Giess é uma ex-criança soldado que trabalha para a Brigada de Babel.

 

 

Uma coisa me chamou atenção em particular, e pensando depois percebi que teve um propósito: Kurumi continuava sofrendo bullying mesmo depois de se tornar uma garota mágica. Talvez não mais bullying violento, quem sabe, mas com certeza o psicológico ela ainda sofria.

E isso a fez contemplar se realmente valia a pena lutar por esse mundo. Não era mais negócio simplesmente usar seus novos poderes para se livrar de todas aquelas pessoas horríveis? Não só as valentonas, mas também todos aqueles outros que sabiam o que estava acontecendo e não faziam nada a respeito.

Mas a Kurumi não foi treinada para matar pessoas, e de fato não deveria fazer isso. Ela é do time dos mocinhos afinal, as heroínas que salvariam o mundo.

A Chisato, por outro lado, foi especificamente treinada para ser capaz de matar pessoas. Depois do primeiro sangue, dificilmente ela irá hesitar em suas missões. Ela foi recrutada pela Brigada de Babel, é uma vilã, pois.

 

 

Kurumi é uma heroína e Giess fala em esperança para a Chisato, mas no fundo nenhuma das duas está nessa por esse tipo de conceito abstrato. Kurumi provavelmente não poderia se importar menos com a maioria das pessoas, e a Chisato estava pronta para morrer.

Kurumi luta pela Asuka. Chisato jurou lutar pelo Giess.

Enquanto isso, a Asuka queria ser uma garota mágica e salvar pessoas desde que era criança, desde muito antes de o mundo precisar de garotas mágicas de verdade. E, a seu modo, ela mantém essa inocência até hoje, e por isso sofre tanto. Pelo quê lutar? A resposta para ela não é simples.

Asuka luta pela paz, luta para que as pessoas não precisem mais sofrer. Mas o que ela pode fazer? Mesmo finda a guerra, pessoas continuam sofrendo. Amigas próximas sofreram. Por enquanto, ela parece estar concentrada no pouco: proteger a Kurumi.

 

 

Chisato e Kurumi irão se enfrentar em breve. Por um lado, o fato da Chisato ter treinado para matar pessoas e a Kurumi não dá uma imensa vantagem para a vilã.

Será o fim da Kurumi? Que efeitos isso poderia ter na Asuka?

Por outro lado, o Giess disse algo que não pude me esquecer: “mas durante uma operação, me deixaram para morrer”. Acho que isso é o que acontece quando se luta por vilões, não é? Sandino foi enviada para morrer. Nazani foi abandonada à própria sorte.

Sim, a Abigail foi salva pela própria Rainha, mas terá sido altruísmo? Ou será que simplesmente a Abby sabia demais e não poderia ser permitido que ela fosse capturada? O Giess sabe muita coisa também, mas a Chisato só sabe sobre o Giess.

Vilões sempre vão ser vilões.

O combate entre as duas já tem data marcada: será durante o próximo encontro entre representantes dos governos mundiais e do mundo espiritual. Asuka, Kurumi e Mia foram escaladas para fazer a segurança do evento, e Tamara estará lá como observadora. Será que Tamara abriu a mala, aliás?

O próximo episódio vai ser muito interessante. Até semana que vem!

 

Tamara pode ser o curinga da batalha que se avizinha

 

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