Ao longo de oito episódios, Meiji Tokyo Renka nos mostrou um Fujita obstinado a destruir ferrenhamente qualquer coisa que oferecesse risco ao bem estar comum das pessoas, no entanto sempre ficou muito visível que ele tinha um ódio particular aos seres espirituais.

Qual seria o real motivo pra essa ira por parte do inspetor? Seriam essas razões convincentes pra agir daquela forma exagerada sempre que se deparava com um?

Esse episódio focou em desenvolver o lado de Fujita como parte daquele esquema de dar oportunidades iguais a todos os rapazes, assim fazendo eles ganharem alguma relevância e um pano de fundo decente, enquanto exploram a relação crescente com Mei.

Logo nos primeiros minutos recebemos de cara a explicação do trauma de Fujita: uma perda aparentemente importante – como eu e muita gente já tínhamos suspeitado. Depois disso ele jurou lutar contra tudo contra todos que representassem o mal no julgamento dele, ponto.

Com essa base o anime decide guiar a chegada dos protagonistas até ele, explorando uma sequencia de eventos bem clichê, mas que foi executada de uma forma divertida.

Acho que para além do carisma das personagens, isso se deve ao fato de já termos uma resolução da escolha de Mei em relação as moscas que voam em volta dela – e honestamente me parece que os rapazes também já tem um panorama geral da situação atual e até que são bem comportados pra o que poderíamos esperar.

Não sei se notaram, mas toda vez que Mei tenta sair em busca desse bendito gato preto de Shunsou, algo dá errado e ela acaba resolvendo o problema de outra pessoa no lugar do seu propósito original – isso já virou rotina. Aqui não foi diferente e por causa de Yakumo e Kyoka (que estava metido numa confusão) ela acabou redirecionando seu roteiro.

Durante o trecho do conflito de Kyoka, nos foi introduzido Ozaki Koyo, um personagem novo adicionado só pra dar o movimento dessa primeira parte eu creio – e como já era de se esperar ele só confirma que Mei é um ímã de bishounens.

A partir daí ela vai topando com os diferentes membros de seu harém até chegar em Fujita, que era o destino final para o enredo e para Yakumo, que foi o responsável pela escolha da parada.

Fujita é um inspetor da polícia dedicado e caxias, mas nas horas vagas ele é um ótimo dono do lar, ídolo de gatos, além de dono de um café – que me parece “inexistente” ou pouco conhecido pelo povo. Apesar de ser bem rígido e intransigente, existem certos toques de delicadeza por trás daquela revolta e todos começam a conhecer de perto esse “novo eu”.

O inspetor sofreu com a perda de um alguém que parecia ser um amigo talvez, mas aquele evento deixou marcas, tanto físicas quanto psicológicas aparentemente.

Não foram dadas pistas sobre o seu passado, só que julgando pelo que vai sendo mostrando, de algum modo ele acabou se isolando mais e restringindo suas companhias – certamente pelas lembranças ou pelo medo de acabar perdendo alguém novamente, preferindo evitar algum evento futuro semelhante.

Para além disso ele ainda carrega a espada que ficou amaldiçoada pelo responsável de sua perda, o que me parece ser meio que um ato de vingança – algo tipo “me livrarei dos seus usando você” -, deixando ele mais “dark” do que ele já aparenta.

A invasão do harém “Meiano” força ele a se permitir um pouco mais e mostrar esse lado que poucos como Yakumo deviam conhecer. Ele passa seu tempo cozinhando e discutindo junto aos folgados, mas apesar de demonstrar desagrado é notório que ele não faz nenhum esforço real pra manda-los embora – o que o deixa como um tsundere e sustenta minha argumentação de que ele apenas parece fugir das pessoas.

A parte chave do episódio se concentra na cena em que ele conversa no particular com Mei, primeiramente porque dá observar que Mei é mais observadora do que eu achava. Ela fez a pergunta que eu me faço há algum tempo: como ele conseguia ver os espíritos e qual o poder da espada – o que ele prontamente respondeu.

Segundo, porque as ações dele para com Mei revelam o seu interesse em evitar que ela se machucasse seriamente, ou talvez se tornasse alguém como ele por conta dos espíritos que tanto tentava proteger – já que ele tinha presenciado por várias vezes a benevolência dela com os espíritos independente de sua índole.

E em terceiro me chama atenção um pequeno acontecimento que talvez tenha alguma repercussão mais a frente. Durante o papo, Mei tem um tipo de colapso e nesse intervalo algumas cenas relacionadas a sua permanência nos dois mundos vão passando.

Fiquei me perguntando se seria algum tipo de efeito dada a existência dela em dois planos e a alteração que a permanência dela no passado estava causando, inclusive com sua possível inclusão no plano histórico do período, mas ainda não dá pra saber – já tava na hora de acontecer algo que realmente representasse algum perigo, espero que esse sinal de fato seja algo relevante pra o conjunto.

Por fim, o restante do momento no café se passa com mais bagunça por parte dos rapazes, incluindo Mori – que devia estar lá pra vigiar a esquilinha dele – e o episódio se conclui de uma forma leve como sempre.

As macacadas do grupo principal certamente não deixaram a série na mão – Yakumo comandou o humor desse episódio -, assim como o “dedão positivo” do Fujita para o dia com os novos amiguinhos encerra tudo satisfatoriamente.

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