Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue – ep 9 – A mão grata que se estende ao próximo
A proposta foi lançada e Subaru embarcou nela. Lá foi ele encarar o público cativo do seu trabalho sem saber o que esperar ou como agir perante eles. Durante todo esse tempo acompanhamos um processo gradual e constante de mudança no escritor, onde algumas simples situações iam tendo pequenos efeitos que iam se somando, mas a sugestão de Kawada deu o empurrão final pra que as coisas deslanchassem de uma vez só e Subaru atingisse um patamar completamente diferente.
O episódio já começou de uma forma curiosa porque é de praxe o desenrolar metódico de se trabalhar o lado de Subaru e em seguida mostrar o ponto de vista da Haru. Mas a direção nos trouxe uma estrutura diferenciada e inverteu a coisa.
Haru estava meio agoniada porque Subaru estava agindo diferente do seu comum, já que ele costuma apenas se enclausurar dentro da casa e ficar por ali trabalhando ou lendo – sendo mais comum a segunda opção. Ele deixa o que é necessário a ela e parte sem que ela entenda de fato o que está acontecendo ali, ficando preocupada.
Como eu tinha mencionado antes, a Haru é desprovida da noção de alguns sentimentos e isso é visível no seu comportamento. Por ter sido forçada a crescer muito rapidamente e não ter tido a oportunidade de aprender muito de seus antigos companheiros, ela apenas retém as noções de sobrevivência e isso a confunde muito no dia a dia.
A partida de Subaru faz com que Haru perceba que a ausência dele a causa um incômodo, mas ela ainda não entende corretamente do que isso se trata. Nesse trecho eu confesso que fiquei um pouco confuso porque na teoria Haru já tinha aprendido um pouco sobre as noções de família e calor humano nos episódios anteriores, mas aqui ela demonstra uma certa ignorância em relação a si e ao que aprendeu.
Isso me leva a crer que ela não assimilou completamente o significado daqueles sentimentos e noções, ficando ainda presa ao seu eu sobrevivente de antes. Ela apenas processa que é importante se preocupar com o outro, proteger e ser grato, mas não o que são o amor e carinho.
Estar sozinha e quieta não era algo novo pra Haru – inclusive ela gosta da calmaria que a solidão traz -, no entanto, depois de tudo o que Subaru lhe ofereceu, aquela sensação já lhe era estranha e por isso ela se aflige. O cachorrinho simpático da vizinha, Taro, inclusive lhe faz uma afirmação que começa a movimentar o pensamento dela pra compreender seu problema.
Em toda parte ela sente o cheiro dele, as lembranças de pequenos momentos vão indo e vindo; qual o significado desse humano estranho pra ela? Essa infelizmente é uma resposta que a gatinha ainda não tem por mais que gaste sua massa cinzenta. Toda essa mescla de fortes sensações incompreendidas resulta em um acesso de ira pra tentar entender e ao mesmo tempo descontar sua inconsciente frustração.
Como um oposto, Subaru não carregava os sentimentos que Haru tinha, mas com a convivência entre amigos ele passou a desenvolver tais valores. Nesse episódio ele consegue dar uma passada maior do que era esperado dele – porém ainda coerente com sua nova mentalidade e condição.
O escritor não sabia o que esperar do encontro com seus fãs, mas sabia que a experiência poderia não ser um mar de rosas, ao passo que também podia ser incrível – mas essa possibilidade estava fora de cogitação pra ele no momento.
Subaru gosta do que faz e se dedica 200% a fazê-lo, no entanto ele não sabe o que as pessoas esperavam da pessoa por trás daqueles livros. Ele sabia que tinha fãs, já que recebeu cartas e inclusive conversou com alguns, mas na sua mente rodava apenas a seguinte pergunta: o que ele podia oferecer aos seus fãs como retribuição?
Depois de aprender tanto sobre as pessoas, ele queria devolver o apoio delas de uma forma adequada, contudo sua falta de tato não o deixava pensar ou agir com clareza, o que preocupava Kawada, que percebeu isso, ainda que não interferisse diretamente durante a sessão.
Subaru nunca tinha tido contato direto com os admiradores de seu trabalho pra pensar em algo do tipo e aqueles que lhe eram fãs próximos sequer sabiam que ele era o responsável pelas histórias que tanto gostavam. Essa sensação causou um desespero que o levou a pensar que nada que fizesse daria certo ou seria bom – acabando que a reação dos fãs foram contrárias às suas expectativas iniciais.
Eu meio que consigo entender o que se passou na mente de Subaru, porque as pessoas têm um sentimento muito forte de se ligar a algo e desgostar de outra coisa em função desse algo, como acontece no futebol, por exemplo – aquela coisa de odiar o time pelo jogador ou o inverso.
No mundo artístico isso não é diferente e tem fãs que acreditam que certo autor é uma droga por uma obra ruim que ele tenha feito, assim como também existem aqueles que passam a odiar obras por aqueles que a fazem, infelizmente. Então naquela situação, caso Subaru se mostrasse um “lixo” de pessoa, eventualmente isso poderia recair sobre seu trabalho e esse pensamento justifica o nervosismo dele – mesmo que eu ache que de modo algum esse seria o caso agora, no início talvez isso fosse um pouco mais plausível.
Ver que as pessoas eram tão simples quanto ele podia imaginar o fez entender que ele precisava apenas mostrar que era grato com simples gestos que qualquer ser humano é capaz de executar, como um “muito obrigado” ou um simples aperto de mão antes improvável – que um garotinho tímido assim como ele também era, acaba pedindo ao seu escritor favorito.
Aquela experiência abriu novas portas pra Subaru, pois permitiu que ele entendesse melhor o que o envolvia o seu trabalho para além da escrita, assim como absorver melhor outras coisas sobre as relações humanas, mas ele ainda tinha palavras presas dentro de si e isso o incomodava.
Esse incômodo durou pouco, acabando com a chegada inesperada de Nana, que ia buscar um autógrafo para o irmão. Ao notar que Subaru era o amado autor daquelas histórias, Nana ficou nervosa como qualquer fã normal que passa vergonha na frente de seu ídolo por falar demais.
A situação de desconforto em que eles se envolvem leva Subaru para o fim de sua angústia, ele brada pra vendedora as palavras que estavam presas dentro de si e pela primeira vez percebe que retribuiu 100% uma pessoa que o fez um bem.
Essa cena também tem um peso importante porque mostra que realmente Subaru evoluiu muito. Se o eu antigo dele estivesse metido em alguma confusão, ele provavelmente culparia todas as pessoas ao seu redor, alegando que elas seriam as responsáveis por forçar ele a fazer algo.
Analisando o que aconteceu com Nana, ele conclui que era o responsável pelo desconcerto dela, já que ele poderia ter evitado toda a comoção apenas falando a verdade no começo. Também é bacana quando ele se despede dela, porque quebra outra atitude covarde e automática em nome dos seus novos sentimentos de gratidão.
Ao voltar pra casa o escritor encontra o caos e se preocupa com Haru, que já tinha se acalmado depois de tanta inquietação. Subaru e Haru se sentem calmos na presença um do outro, mas interpretam de formas ainda diferentes esse sentimento – mais da parte dela que por ele, que parece já ter atingido uma maturidade social boa o suficiente.
Haru ainda precisa descobrir o que sente por seu dono, mas Subaru tem consciência plena do significado que seus novos amigos têm, sabendo que não pode voltar aos seus erros do passado, mas pode corrigir o seu futuro e buscar o melhor a cada oportunidade.
Sabrina-Chan Freitas
Faz um tempinho que um anime não me deixa curiosa ao ponto de vir ler sobre o episodio que assisti kkk “anime 21” é ótimo para me ajudar a ver outro ponto de vista do mesmo episódio :3 . Não tenho um amigo que esteja vendo esse anime agora e acabo ficando só com o meu ponto de vista kkkk.
JG
Obrigado pelo comentário Sabrina!
Olha eu te entendo porque penso igual, é um anime que estou curtindo bastante e vejo que poucos comentam, embora eu ache que uma boa parcela assista.
É o anime que me deixa ansioso toda semana pra ver, mesmo sendo tão simples e leve.
Sempre que quiser dividir opinões sobre, estou as ordens kkkkkk
Fábio "Mexicano" Godoy
Criador do blog se intrometendo aqui!
Tudo certinho, Sabrina?
Olha, adoro ler esse tipo de comentário porque esse foi justamente um dos principais motivos de ter colocado o Anime21 no ar em primeiro lugar.
Só queria dizer isso mesmo. Ah, e que estou adorando Doukyonin!
Muito obrigado pela visita e pelo comentário 😊