Esse anime já está quase chegando ao fim (falta só mais um episódio, se não me engano), então essa é uma hora perfeita para fazer algumas reflexões.

Uma das primeiras reflexões que quero fazer neste texto é que o anime só nos mostra um dos lados da história, o que é algo tipicamente maniqueísta, pois vemos apenas o lado que supostamente representa o bem, e ainda por cima, a ótica apresentada é a partir do ponto de vista dos heróis. Já os vilões aparentemente simbolizam o mal absoluto que merece ser eliminado. O fato de não ver os inimigos em carne e osso dificulta ainda mais termos algum tipo de empatia por eles. Uma guerra pode não ter só dois lados antagônicos (maniqueísmo), mas podem ter vários lados com diferentes motivos que podem ser ou não justos.

Os sonhos que o Kei teve são emblemáticos e misteriosos, pois neles a Gripen insinua que os Zai podem não serem maus e terem alguma motivação justa para tomarem conta da Terra. A aura de mistério desses sonhos instiga o espectador a querer saber mais detalhes sobre os inimigos que ainda são um mistério.

Segunda reflexão: as animas são seres complexos, é necessário tempo para compreender e aprender sobre elas. As mesmas não são simples ferramentas de batalha, pois possuem livre arbítrio para decidirem seus próprios destinos. Isso sem contar o fato de cada anima ter sua própria personalidade, o que afeta, sim, suas decisões.

A indagação feita pela Rhino foi interessante e ao mesmo tempo fez com que o Kei ficasse na defensiva em relação a ela. Se chegasse o ponto em que uma anima tivesse que lutar contra outra? Essa possibilidade, mesmo que remota, tira  por um breve momento o anime da zona maniqueísta. Esse questionamento me fez pensar em uma outra pergunta (que talvez não seja abordada), que é o que fazer com as animas após a guerra. No episódio onze, a Eagle se sentiu feliz por voltar à lutar e disse que se ela não lutasse, perderia a utilidade. Então será que ela entraria numa outra guerra para manter seu propósito de vida?  E as demais, o que optariam?

Terceira reflexão: questões geo-políticas. O anime abordou muito pouco sobre essas questões, mas a Rhino disse coisas curiosas sobre a posição dos EUA nesta guerra com os Zai. De acordo com a anima, eles estão atrás em relação a tecnologia “anti-Zai” (animas) em comparação à Russia e o Japão. Para uma nação poderosíssima, ficar para trás em tecnologia bélica não é uma opção. Para tentar equilibrar as forças, eles criaram veículos não-tripulados em larga escala baseados nas animas, mas que ainda possuem falhas, visto que no momento que foram utilizados os inimigos conseguiram controlá-los ao emitir um sinal reconfigurando-os. Ou seja, esses caças ainda não estão 100% preparados para enfrentarem um inimigo do porte dos Zai, que possuem inúmeras cartas na manga.

Quarta reflexão: Kei e Minghua. Por ser amiga de infância, ela já sai atrás numa eventual disputa amorosa pelo Kei. Ele a vê como alguém da família, e como o garoto é denso em relação a romances, ele não percebeu ainda os sentimentos que ela nutre. Foi engraçado a Viper Zero ter que explicar de uma forma fria e técnica os sentimentos da Minghua. Aliás, o fato dessa nova anima não ter uma aparência definida, a torna uma personagem ainda mais misteriosa. Se não fosse esse clichê de que sempre a amiga de infância apaixonada não consegue conquistar o seu amado, a Minghua quem sabe poderia ter alguma chance; se bem que ela e nenhuma das garotas é páreo para a Gripen, que pelo fato de ter sido a primeira garota (fora a amiga de infância) a ter contato com o Kei, tem uma vantagem sobre quaisquer concorrente que vier a surgir. O que vale de consolo para a Minghua é que o Kei e a Gripen são lerdos para questões amorosas. Fato esse que a mantém no páreo (pelo fato da Gripen não avançar sua relação com o Kei), ao mesmo tempo que a lerdeza do Kei o impede de perceber os sentimentos dela por ele.

Quinta reflexão (a mais importante até aqui): esse anime está valendo a pena? Para mim está sendo um bom entretenimento. Não é nenhuma obra-prima ou um grande destaque da temporada, mas para quem quer um anime para se distrair Girly Air Force não é uma opção ruim.

Por fim, o clima misterioso e soturno do episódio onze foram interessantes, pois o Kei voltou à sua terra natal, mas não encontrou um cenário que ele gostaria de ter visto. Pelo contrário, parecia que ele estava num lugar que aparenta não ter vida, mas que misteriosamente estava sem sinal de destruição. Já o aeroporto onde o Kei, a Gripen e a Rhino pousaram estava aparentemente bem cuidado.

O final com a Rhino aparecendo misteriosamente atrás do Kei deixa um bom gancho para o próximo episódio.

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Obrigado a todos que leram até aqui, e até a próxima!

  1. Esse anime mudou muito desde o começo, não imaginei que iria para esse lado mais “sério” da coisa toda, as chances de terminar em aberto são grandes, mas como um todo adorei Girly Air Force, queria que tivessem focado mais na relação da Gripen e Kei, mas fazer o que né, pelo menos foi divertido acompanhar e também teve algumas sacadas bem interessante como aquele lance da Viper Zero, achei aquilo muito interessante =D !!

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