Quem diria que a Guilda estaria de volta depois de todo o trabalho que deu na temporada passada? E mais, que Francis estaria vivo? Até então, achava que Lucy seria a única remanescente do grupo, mas esse retorno está sendo ótimo e muito bem-vindo. Já estou pensando em mil teorias sobre como isso pode afetar o confronto contra Fyodor.

O episódio teve início em um cenário que nos é bastante conhecido: a cidade Suribachi. E ainda começamos com a narração de Louisa, uma personagem que, sinceramente, nem lembrava que existia. A estrategista da Guilda agora estava vivendo um conflito interessante, pois nunca utilizou sua habilidade para benefício próprio, apenas a mando de outra pessoa. Porém, ela não tinha mais seu chefe para lhe dar ordens. A apresentação da personagem como alguém sem um propósito foi bem legal, mas por outro lado gostaria que a resolução envolvesse sua independência e não a volta da dependência. Outra coisa que não me caiu tão bem foi o momento em que Francis decidiu voltar a dar ordens à Louisa. Não me soou tão convincente, apesar de ser uma cena excelente.

Por outro lado, o que foi bastante eficiente é a justificativa que deram para o personagem não ter morrido na Moby Dick. Foi bem simbólico o fato da esposa de Francis ter salvado sua vida, pois seu anel de casamento era a única coisa de valor que havia restado e fortificado seu corpo. Inclusive, essa ideia do personagem ter poder de acordo com sua riqueza é genial, por isso que vê-lo como um mendigo foi tão impactante.

Ainda sobre essa primeira parte do anime, gostaria de destacar a discussão sobre o que é “valor”. Ao mesmo tempo que Francis perdeu tudo que lhe atribuía valor – coisas insignificantes e materiais -, Lucy comenta que Louisa não se dava tanto valor por não tomar suas próprias decisões.

A partir dessa virada na trama, com o retorno da Guilda, passamos a acompanhar a trajetória de Francis para recuperar todo seu dinheiro. Desta vez, seu objetivo é comprar a Divisão Especial de Operações Paranormais pelo preço de US$ 50 bilhões. Tá aí um desafio divertido de se acompanhar, principalmente se levarmos em conta que o personagem vai ficando mais forte – literalmente – à medida que for ganhando mais dinheiro. Mas antes do personagem conseguir os tais 50 bilhões, passamos por alguns momentos divertidos desse episódio. Entre eles, o choque de cultura de um homem que só conhece a riqueza em um ambiente pobre.

Outra coisa que me chamou atenção foi a habilidade de Louisa. Ela foi apresentada como uma “capacidade para prever as probabilidades do desenrolar de uma operação, assim como a resposta para isso”. Porém, já estava achando suspeito ela só poder ser ativada quando estivesse sozinha em um lugar privado. Na verdade, sua habilidade reduz o fluxo de tempo para um oitavo de milésimo, baseado em sua concentração. Isso faz com que seu dom não seja uma “mágica” que a torna poderosa e deduz as coisas como se fossem simples. Naquela cena, por exemplo, ela teve muito mais tempo para poder estudar aquele problema, dando uma grande vantagem.

Curiosamente, o tempo é algo que é igual para todo mundo. Do empresário mais rico ao mendigo mais pobre, ele passa do mesmo jeito para todos. Não é possível “comprar” mais tempo e nem como recuperá-lo – não vamos falar sobre viagens no tempo aqui. Justamente seu chefe é a pessoa que ganha poder com base no dinheiro, mas se tem algo que ele não pode comprar é tempo. Por isso a habilidade de Louisa é tão importante para Francis.

O primeiro investimento de Francis foi conseguir o sistema de reconhecimento facial chamado Olhos de Deus. Sempre que temos um sistema com um nome imponente desses, também aparece algum problema pra mostrar que ele tem falhas. E outra, duvido nada que esse tal sistema seja fundamental no futuro para enfrentar Fyodor ou algo do tipo. A única coisa que “estragou” um pouco essa estratégia de Francis para conseguir a empresa de segurança foi a ajuda que ele teve de Ranpo, o personagem mais apelão do anime quando o assunto é dedução.

Deepfake em Bungou Stray Dogs!

O retorno do personagem como um homem de negócios estrategista e venenoso – como ele mesmo define – foi muito bom para o anime. Mais uma vez, temos um personagem com um excelente plano e que se mostra à frente dos outros o tempo todo, algo que também destaquei no episódio de apresentação de Fyodor desta temporada. Esse jogo de gato e rato sempre é algo que adoro acompanhar em Bungou Stray Dogs e essa temporada está destacando vários personagens com esse potencial.

Esse episódio colocou a trama de volta aos trilhos e mais uma peça no tabuleiro da temporada. Gosto de acreditar que Fyodor será um inimigo tão poderoso que a Agência de Detetives Armados, a Máfia do Porto e a Guilda terão que se unir para derrotá-lo, mas, antes disso acontecer, também quero ver esses grupos brigarem entre si até chegarem em um acordo.

Alguém duvida que Francis vai conseguir comprar a Divisão Especial de Operações Paranormais? Algo me diz que esse momento está bem próximo.

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