Jojo’s Bizarre Adventure: Vento Aureo – ep 36 – Se eu fosse você em Roma 2: A Missão
Adeus Doppio, Diavolo, olá, de novo. É com essa configuração que o trigésimo sexto, e um dos mais bizarros, episódio de Vento Áureo nos presenteia com mais e mais reviravoltas e um cliffhanger que pode ser o sinal de que mais desgraça está a caminho. É hora briga de gangue no Anime 21!
O corpo de Bucciarati não resistiu e Doppio nos deixou. Mas eu diria que sem saudades já que sua outra face voltou e voltou bem. Desse trecho inicial a única informação interessante que tiro é que o Bruno já não tem mais um corpo vivo para o qual voltar, então parece cada vez mais certo que seu adeus é só questão de tempo.
Em algum momento antes desse episódio passei a me questionar se só matar o corpo do chefe não liquidaria com ele porque ele não teria mais um corpo para o qual voltar, mas depois da revelação de como ele “conseguiu” um corpo e toda a incerteza que cercava a situação não fazer isso eu até engulo.
Sei que foi só da vontade do Araki, dane-se a lógica, mas as coisas não eram tão simples quanto poderiam ser.
Primeiro o Polnareff disse que morreu, mas mesmo assim conseguiu parar no corpo da tartaruga, depois o Diavolo foi parar no corpo de outra pessoa, um mistério que Sherlock Giovanna deu o braço a torcer para responder.
Aliás, mesmo para o nível de Jojo esse episódio teve bizarrice gratuita; forçação de barra, tosqueira mesmo; além da conta. As formas de vida brotando dos corpos com almas trocadas e o sol de cada um que o Diavolo descobriu onde estava e destruiu para pegar a flecha foram coisas toscas demais até para Jojo.
O primeiro desnecessário, convenientemente quem importava pouco ou nada se transformou e isso não acrescentou nada a história mesmo. O segundo uma bullshit sem igual, perceber o “truque” em volta do Chariot Requiem foi uma coisa, destruir um “sol” do nada não tinha qualquer precedente.
Voltando ao menino Giorno, nós já estamos acostumados a toda a sua esperteza e inteligência e menos mal que dessa vez seu raciocínio e suas ações não pediram muito da suspensão de descrença do público.
Toda a situação ocasionada pela desconfiança dele foi bem tensa, a única coisa que não gostei foi da desconfiança excessiva do Mista. Nem acho que não faz sentido ele ter agido assim, mas foi algo que apenas alongou a situação.
Pelo menos o Diavolo não estava dentro dele, mas da Trish no corpo dele, o que faz sentido se pensarmos que a alma do chefe na verdade era duas, ou que a personalidade dele se dissociou tanto que dividiu até mesmo uma alma.
Lembra do cheiro da alma parecido entre pai e filha? Na falta de um recipiente adequado, que seria o corpo do Bruno, o chefe foi jogado para dentro do corpo da filha e não é como se desse para o público esperar mais que isso como justificativa mesmo. É Jojo, sinceramente não vejo motivo para encucar com isso.
O ponto alto desse episódio com certeza foram suas várias reviravoltas por metro quadrado e segundos passados, mas uma que destaco é a da Trish atrapalhando os planos do pai.
A Trish de antes dos eventos no avião provavelmente teria sucumbido ao domínio de seu progenitor, mas a Trish desse ponto da história é uma garota forte que sabe o que quer e o que precisa fazer para conseguir.
Foi sua força mental que a manteve consciente em tais circunstâncias e a permitiu amolecer as balas, ocasionando uma reviravolta tão emocionante quanto recompensante para o público. Vê-la se opor ao destino traçado para ela, morrer para não atrapalhar a vida de mafioso do pai, foi bom demais.
Ainda não consigo considerá-la uma mulher formada, ainda falta mais experiência de vida para ela, mas ela com certeza já deu o primeiro passo para a vida adulta, para sua independência e reafirmação enquanto mulher, e uma mulher forte que luta pelo seu lugar com o que tem, que não se rende e que se for para cair cai lutando!
Ao ser verdadeiramente encurralado Diavolo tomou o único curso de ação que poderia ter tomado, partiu para a violência bruta. Atacar o corpo em que estava habitando era um risco que precisava correr para se aproximar de novo da flecha e isso levanta uma death flag sobre a cabeça da Trish? Não exatamente, mas até agora quem levou um soco do chefe e saiu vivo para contar a história? Ou ele socou com menos força porque se tratava da filha? Espero que não usem esse tipo de justificativa para dizer que o personagem tinha ao menos um pouco de bondade dentro de si.
Para quem enterrou a mãe viva para que não chegassem até ele por ela, ou alguma coisa do tipo, isso não me convenceria nem um pouco.
Diavolo é capaz das piores atrocidades para se manter como o chefe da máfia Italiana e é por isso que também voltou suas atenções à flecha, para conseguir um poder avassalador capaz de aniquilar a todos que se opuserem a ele. Ele é um ganancioso sem precedentes, não é mesmo?
A única coisa “engraçada” que tiro disso tudo é que o Silver Chariot Requiem não mostrou nenhum grande poder capaz de derrotar um opositor poderoso e nem é mais controlado pelo usuário.
Que garantias qualquer um dos lados pode ter de que a flecha vai ser útil em batalha? Até dá para supor que com o usuário vivo ele poderia controlá-lo, mas quanto ao poder bruto, ou ao poder de uma habilidade, necessário para se alcançar a vitória em meio a essa confusão?
Sendo o Araki, não duvido nada de que a transformação para Requiem que deve derrotar Diavolo não siga os supostos parâmetros estabelecidos para essa transformação ou que a situação seja vertiginosamente diferente do que foi com o Polnareff e isso mude radicalmente o resultado da transformação e suas consequências.
De toda forma, Jojo está pura emoção e o cliffhanger certamente conseguiu me deixar apreensivo para mais reviravoltas bizarras, uma ou outra bullshit, até mesmo para Jojo, e o desenrolar de uma guerra entre os gladiadores mais estranhos que o Coliseu já viu.
Até o próximo artigo!