Nosso “Quarteto Fantástico”, que não é o da Marvel, continua em busca de descobrir exatamente onde estão e como chegar nos recursos, para assim sobreviverem da melhor forma possível a essa experiência. Vale lembrar que desde o começo um elemento importante nos é apresentado aqui, sendo esse o fato de que essas garotas não são amigas e estão precisando acertar seus ponteiros agora caso queiram se manter vivas.

De modo geral percebe-se que mesmo notando as esquisitices, Amatani e Asuka já aceitaram Homare, mas considerando a situação em que estão e o apoio constante da protagonista, por que cargas d’água Shion insiste em ver a companheira como alguém não confiável?

Bom, a resposta para isso é muito simples. Existe na patricinha um claro sentimento de inveja, resultante da sua necessidade de se sentir elogiada e necessária – que deve ter sido aumentado ao longo dos anos por conta de seu status social. Isso a impede de se sentir confortável perto da outra, uma vez que ela “toma o seu espaço”.

No primeiro episódio deu para sentir que Shion tem o ar de menina rica perfeita e que provavelmente tenta ser perfeita em tudo, incluindo no ato de querer ajudar aos outros – que também é um clichê dos animes.

O que acontece é que nesse momento ela não é útil, mas seu orgulho a torna incapaz de processar isso, diferentemente de Amatani, que apesar das boas capacidades intelectuais – e que poderiam ser úteis se ela tentasse usar, como demonstrou na estreia -, não tem resistência alguma e logo reconhece sua condição como peso na equipe, aceitando bem os “infortúnios” da vida selvagem.

Asuka, por sua vez, permanece tentando ser útil dentro das suas limitações e acho que é a única que realmente sofre, porque além de alívio cômico ela gasta energia buscando recursos e pouco repõe por conta de sua aversão aos métodos de alimentação singulares de Homare.

Essa busca por comida mais uma vez gerou a cena mais engraçada do episódio: a escolha dos petiscos, que acabou mal para Asuka, mas ensinou coisas interessantes ao grupo. Ao final do dia o céu decide sorrir para as garotas e manda uma bela chuva, permitindo assim que elas coletem a água com o “lixo” que guardaram, dando mais uma chance ao time.

Aproveitando o ensejo, gostaria de acrescentar que comentarei ao final das análises algumas das dicas e informações dadas pela nossa protagonista, a fim de clarear um pouco mais a mente dos sobreviventes desse artigo, para que todos saibam o que fazer – vai que alguém se perde por aí, não é mesmo?

 

*O Manual de Sobrevivência da Homare*

 

Dica 1: No começo do episódio as garotas encontram um tipo de mosca/vespa e Homare comenta sobre a relação dessa espécie com fontes de água limpa. Pois bem, o que acontece é que espécies tropicais desses insetos, tendem a fazer o que é chamado de “forrageamento” – que faz parte das habilidades naturais dos animais.

No caso desses insetos, ele consiste na busca e exploração por recursos como água, néctar e alimento, para que a colônia consiga sobreviver no período de colocação e crescimento dos ovos. No entanto, também havendo a necessidade de proteção do ninho, eles permanecem sempre por perto para defender os seus de outros predadores. Daí a protagonista ter falado sobre a presença desse animal como um indicador de proximidade com alguma fonte de água que não o oceano.

Dica 2: Homare também fala sobre a trindade da morte na sobrevivência, que: a hipotermia mata em 3 horas, a desidratação em 3 dias e a fome em 3 semanas. Isso é verídico, contudo o condicionamento físico, a falta dos nutrientes e de gordura corporal em cada indivíduo é que vai determinar realmente o alongamento ou encurtamento desses prazos – no caso, para o baixo tempo que ela deu as colegas, eu suponho que levou em conta esses detalhes que citei.

Dica 3: A urina! Pois é, como a protagonista falou, a urina de fato sai como um composto estéril, sendo composta por 95% de água e 5% de resíduos – ou metabólitos -, mas não é positivo beber ela mesmo em caso de sobrevivência, pois a concentração de toxinas e sódio presentes na urina fazem mal ao organismo, causando um efeito bem similar ao da água do mar e acelerando uma eventual desidratação.

Há quem diga que em uma dose menor e pontual, ela não afeta imediatamente o corpo e pode trazer benefícios, continuando assim a ingestão – como os adeptos da urinoterapia, que acreditam no poder curativo da substância -, mas cientificamente não é algo recomendado.

Dica 4: O uso constante de insetos como alimento é uma especialidade de Homare, mas eles realmente são bons para saciar a necessidade do corpo, para além do sabor? A resposta é sim, e ajudam muito.

De modo geral, esses pequenos animais possuem alto grau de proteínas e minerais quando ingeridos, superando até mesmo a carne em alguns casos, o que melhora bastante as taxas no sangue. A cigarra que comeram, por exemplo, possui aproximadamente 55% de proteína a cada 100g – por isso que o número de insetívoros tem aumentado por aí.

Apesar de seu bom prospecto, é necessário que se analise também o tipo a se alimentar, pois alguns demandam maior cuidado no preparo e ingestão, por serem espécies venenosas ou causarem qualquer outro tipo de dano à saúde.

Enfim, isso é tudo pessoal, agradeço a quem leu este artigo e até a próxima, sobreviventes!

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