Mecha-ude é um dos vários projetos que foram financiados no site de financiamento coletivo Kickstarter. Arrecadando pouco mais de 66 mil dólares, a produção do estúdio TriF liderada pela diretora novata Sae Okamoto, fez uma animação de 25 minutos nos trazendo uma interessante história original. E como impressão inicial, devo dizer que é uma boa forma de gastar o tempo por conta do divertimento proporcionado pelo episódio.

O OVA foi lançado ano passado (2018) e infelizmente irá parar por aí. Isso é triste pois a história apresenta algo interessante e promissor. Aliás, o fato de ter apenas um episódio é o maior pecado que poderia ter sido cometido (e que foi até então). Existem obras por aí (independente da mídia) que pecam por excesso, ou seja, se estendem muito além do que deveriam e se tornam enfadonhas além da clara queda de qualidade. Porém, Mecha-ude comete o oposto: é curto demais. Um mísero episódio para uma história que deveria ter no mínimo 12/13 acaba sendo algo problemático, pois quando você está assistindo e consequentemente tentando entender a história, acaba se perdendo um pouco. 

Inclusive a sinopse fala de um garoto que era um colegial normal e certo dia encontra um braço mecânico chamado mecha-ude. A partir daí a vida do garoto vira de cabeça para baixo pois ele acaba tendo que enfrentar alguns inimigos. Esses inimigos aparentemente roubam os mecha-ude das pessoas (nem todos tem) e isso pode acarretar a morte caso o mecha-ude não seja realocado dentro de alguns dias. Enfim, isso tudo é um resumo bem básico sobre a história. 

Quando fui assistir eu não lembrei de ler a sinopse para ver do que se tratava (na verdade em momento algum eu vi isso, apenas gostei da imagem promocional e assisti), o que também deve ser considerado. Inclusive recomendo que deem uma lida nela pois ficará mais simples de entender o começo. Inclusive vale destacar a diretora, apesar de estar a frente de seu primeiro trabalho conseguiu me cativar com uma direção que em alguns momentos parecia bem simples e em outros, apresentava boas coreografias das lutas.

Aliás, se você espera um design de personagens bem detalhado e super bem feito, esqueça, pois aqui você terá um traço “simplista” mas muito eficiente quando necessário. Inclusive eu gostaria de destacar o quão legal é o design dos mecha-ude (ainda que só tenha aparecido uns 5 tipos diferentes) que além de sua forma inicial, parece que eles conseguem mudar de forma, podendo até mesmo virar um veículo ou não ter uma forma específica, além da questão deles terem uma inteligência artificial bem avançada.

E nesse ponto é bem legal de ver que o braço mecânico do protagonista consegue ser mais simpático que o mesmo. Aliás, é complicado eu fazer qualquer tipo de crítica mais profunda sobre qualquer personagem desse OVA, pois a história não teve tempo de explorar os personagens em aspecto nenhum, trazendo no máximo um pequeno espaço para mostrar flashbacks do passado do protagonista.

Enfim, ao menos o episódio conseguiu trazer um final de certa forma fechado que não impede que tenha uma continuação posteriormente. E foi um final para lá de interessante e bem animado, ainda que você não entenda bem o motivo do vilão em fazer esse tipo de ação e o protagonista tirar poder do além (ok, não foi do além pois o mecha-ude dele é muito forte). 

No mais, considerando o tempo gasto e a qualidade da história eu gostaria de recomendar sim, apesar de algumas ressalvas. Por isso, se você estiver querendo ver apenas um episódio de algum anime antes de dormir, talvez você devesse considerar esse OVA como uma opção. 

 

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