Bokuben acabou, infelizmente acabou, e que dor me dá comentar o último episódio do anime porque gostava bastante dele e seu final original reduziu qualquer esperança de uma continuação a pó.

Farei algo diferente desta vez, vou comentar um pouco o desfecho de cada garota e do Nariyuki, depois escrevo sobre a formatura e teço minhas considerações sobre o episódio.

Felizmente, não achei o final tão ruim quanto muitos fãs pintaram internet afora, ainda que sim digno de críticas. Sem mais delongas, é hora de Bokuben no Anime21!

A Furuhashi não ficou sabendo mesmo que era o Nariyuki por baixo da máscara, mas isso não é importante, afinal, ela já teve seu grande momento no arco focado na desavença entre ela e seu pai.

Foi ali que o público pôde notar um factível amadurecimento da personagem, além do estreitamento da relação dela com o Nariyuki, o qual, inclusive, a qualificou para muitos como aquela a ser “escolhida”.

Não foi no anime, paciência. Mas pode ser no mangá? Pelo que fiquei sabendo o autor deu a entender que o final do material base pode divergir do anime, o que indicaria a “vitória” da Fumino. Mas, isso importa mesmo?

Em algum nível sim, ao menos para contemplar o gosto daqueles que torciam por ela, mas com esse tipo de obra é sempre assim, se uma é escolhida todos aqueles que não torciam por ela ficam descontentes.

Se nenhuma é escolhida praticamente todos ficam descontentes. No final, não há como agradar a todos e se criar um fim diferente para cada mídia não é uma tentativa válida e anormal de suavizar isso não sei o que é.

Para mim o que importa mesmo é que posso nunca mais ver um anime de Bokuben e ainda assim vou achar que a personagem terminou a animação bem próxima de seus objetivos. Se não amorosos, certamente acadêmicos. Formar o par romântico é divertido sim, mas o foco de Bokuben nunca foi esse!

Seria este reencontro o desfecho do mangá?

Agora sobre a Rizu, ao mesmo tempo em que ela mostrou que ainda não tem total consciência do poder das palavras que profere, também mostrou que reconhece a importância de se comunicar, agradecer.

Para alguém que no início não entenderia nada essa já foi uma evolução e tanto e, sejamos honestos, o entendimento e o tratamento dado as nossas relações interpessoais é algo que se aprimora vivendo.

A Rizu só vai ser capaz de entender coisas ainda mais complexas com mais experiência de vida, encarando situações novas, ou que ela enxergará de uma maneira diferente do seu eu que era incapaz de fazer isso.

Ela mostrar ao público que está crescendo constantemente é o nosso presente, é um desfecho que nos dá a tranquilidade de que ela vai ralar muito, mas tem tudo para se tornar uma formidável psicóloga.

E isso é muito mais importante do que um namoro, apesar de que algo rolar entre ela e o Nariyuki não seria incoerente, não quando os dois se dão tão bem e também já passaram por várias situações juntos.

Situações menos “pungentes” do que as vivenciadas entre Nariyuki e Fumino? Talvez. Mas nem por isso indignas caso o autor quisesse que ela fosse a escolhida. Não foi o caso no anime, então segue o jogo!

Rizu pode melhor ainda mais, mas já evoluiu muito no que compete as relações humanas.

A Uruka teve ótimos momentos com o Nariyuki, inclusive, aqueles em que só ela curtia algo que os aproximava, como a fantasia feita a mão por ele, mas foi o suficiente para que ela vencesse no final?

Sim. Digo, qualquer uma das três que fosse a escolhida ao final do anime seria uma justiça, ainda que eu possa ponderar que uma mais e outra menos a verdade é que tinha motivo para uma paixão brotar ali.

Tinha até mesmo com a senpai e a sensei, ainda que em menor proporção e com certeza a diferença de idade pesou no caso delas. Principalmente com a sensei. A senpai queria medicina, namoraria quando?

Apesar de que esse argumento é furado quando a Uruka vai embora e mesmo assim rola o final simbólico em que fica na cara que foi ela a escolhida, ao menos no anime, porque o mangá ainda nem acabou.

Foi um final digno? Objetivamente falando sim, problemas mesmo se dão pela forma como ele foi inserido no anime, sem qualquer preparação prévia e ignorando muita água que ainda tinha a rolar.

Contudo, nada que atrapalhasse decisivamente o telespectador de chegar a conclusão de que o que as garotas e o próprio Nariyuki queriam já estava bem encaminhado. Pelo menos no que tece a eles quatro.

Teria a Uruka usado poderes mágicos para ganhar a disputa no anime?

Sobre a Pixie Maid, o que mais era necessário para que parecesse que ela conseguiria a aprovação na faculdade de medicina como conseguiu? Que ela abdicasse da diversão de ir a um festival? Não mesmo!

Aliás, eu diria que ficou a lição de que você não deve se bitolar estudando e esquecendo de viver, se divertir, espairecer a mente e relaxar afim de reunir ânimo novo em prol de cumprir os seus objetivos.

Parece que estou contando uma piada aqui, mas eu acredito veementemente nisso, que dá para estudar que nem louco para passar em uma prova e ao mesmo tempo curtir a vida, claro, dosando um e outro.

Me parece que a senpai fez isso e, de toda forma, o importante é que ela passou, participou do festival com todos e esteve na zoeira final. Não teve um momento com o Nariyuki, mas nem deveria ter mesmo.

Asumi será para sempre a Pixie Maid em meu coração!

Já a sensei continuou sendo uma graça como sempre foi, e no que ela poderia ajudar ela ajudou, afinal, a entrevista do Nariyuki foi feita com ela e sua satisfação ao final foi extremamente gratificante. Ela até sorri.

Eu esperava isso da sensei porque sei o quanto ela veste uma máscara, mas no fundo é toda cheia de defeitos e meiga a sua maneira. O que me incomodou sobre a sensei nesse final foi outra coisa…

Foram dados vários indícios de que ela teria um arco dramático, ou melhor, não que foram dados indícios claros de que esse arco (que existe no manga) seria animado, mas se não iria, por que deixaram eles ali?

A sensei tem todo um arco (que não sei exatamente a duração ou o que ocorre nele, só sei que existe) no qual o Nariyuki a ajuda a lidar com a frustração pela carreira mal-sucedida que teve na patinação no gelo.

O anime acabar aqui foi uma crueldade com a personagem porque cortou todo esse aprofundamento dado a ela. Além disso, me parece um indicativo de que a ideia de acabar por aqui não foi planejada.

Não de início, foi uma decisão tomada com o projeto em andamento, e eu entendo, o mangá está para acabar, do ponto de vista comercial o anime de Bokuben só devia fazer sentido para vender o mangá.

Eu entendo, mas isso não muda o fato de que acho um vacilo. E pior, se sabiam que não haveria mais, será que não teria sido melhor focar mais em desenvolvimento de personagem que em esquetes curtas?

Assim talvez desse para animar esse arco da sensei e o potencial que o anime deu pistas de ter seria melhor aproveitado. Isso muito provavelmente teria feito essa temporada ser melhor do que ela foi.

SenSei com dois “S” de Sempre Sensacional! 😂

Eu adorei a temporada, me diverti mais do que com a anterior, mas ao mesmo tempo ficou claro como o dia que ela tem mais besteirol por minuto corrido que a primeira. Digo, ela enrola mais para chegar a algum lugar, quando chega…

Só que como a sensei não é uma das três protagonistas e a Asumi também não é, explorar menos elas ou subaproveitar seus respectivos plots também não é o fim do mundo. Não quando o que diz respeito as três heroínas principais e o protagonista foi satisfatório.

E por que afirmo isso? Porque se você acompanhou meus artigos deve lembrar que mais de uma vez escrevi que o final ideal para Bokuben seria com o Nariyuki percebendo o talento que tem para a educação e decidindo seguir por esse caminho.

Foi exatamente o que ocorreu, e com direito a continuidade de uma situação abordada vários episódios atrás, a da entrevista com a sensei, algo que mostrou como a direção e o roteiro desse anime sabiam ser objetivos e atentos quando era de seu interesse.

Enfim, posso reclamar de uma coisa e outra, mas a verdade é que se os finais de cada uma das heroínas não foram ruins, o do Nariyuki foi ótimo, o melhor possível, e também foi algo que fez sentido ocorrer ali. Ele poderia usar de mais tempo para perceber, mas seu dom para educar já havia ficado claro há muito.

e isso foi muito gratificante!

Vou usa esse último espacinho para comentar a cena dos fogos e o final no aeroporto, e me despedir, mesmo já sentindo saudades de escrever sobre o anime. Bokuben é uma das obras mais leves e divertidas que tive o prazer de acompanhar, e com uma escrita bem legal quando o autor quer falar sério.

Além disso, brincar com a situação mística relacionada aos fogos era o esperado de um romcom, mas a total irrelevância disso se deve muito também ao trabalho do autor em desviar bastante o foco da “disputa amorosa” e focar no objetivo de cada personagem.

Até mesmo a sensei deve ter se sentido realizada, afinal, seus alunos alcançaram seus objetivos. A cena da garota dando a mão para o Nariyuki só existiu para traçar um paralelo com a cena da Uruka o dando a mão no aeroporto e esse paralelo foi muito bonito. Encerrou de forma digna dentro de sua “limitação”.

A limitação de não ser renovado para mais uma temporada… Você pode alegar que o final não tinha base para acontecer, mas será que essa alegação não seria apenas leviana? Muita coisa aconteceu em alguns meses, os personagens até mudaram de visual, no final ele poderia até ter se descoberto gay. Pasmem!

Certamente não foi o caso… Enfim, você entende que o problema não é o desfecho, mas o buraco entre aquele festival e o desfecho, só que esse problema é menor porque já haviam motivos mais que suficientes para sentimentos amorosos brotarem ali (além do desfecho dos protagonistas ter sido bom)?

No final, a escolha dos produtores foi talvez a menos pior possível, ainda que passível de cíticas e quase “inovadora” se formos pensar que é incomum romcom ter dois finais diferentes entre mídias. Caso isso se confirme mesmo.

Se não for o caso o autor deu um, em certa medida, spoiler do final do mangá no anime e eu posso julgar isso se for analisar a franquia Bokuben como um todo, mas o anime não. O anime acabou aqui e para analisá-lo não importa quem o Nariyuki acabou namorando no mangá.

Não importaria nem se o foco de Bokuben fosse esse romance, como me parece ser o caso de Gotoubun.

O que posso comentar mais sobre o episódio derradeiro? Que cada vez mais acho que o autor pensava bastante como eu. Se não viu potencial para a Uruka ser a vencedora ou não quis explorá-lo (será que foi pressão de editor para manter a tradição da amiga de infância perder?), ao menos a deu um “prêmio de consolação” bastante digno.

Porque no final a escolha de quem vai fazer par romântico com o protagonista é sempre do autor e nesse caso de Bokuben as três opções viáveis eram realmente bastante viáveis. A que vencer no mangá muio provavelmente vai ser a que teve sua relação com o Nariyuki mais aprofundada e essa escolha é do autor.

Mas perceber que há sim lógica em ele acabar com a Uruka porque eles se conheciam faz mais tempo, ela se apaixonou antes e os dois combinam (como ele também tem química com as outras duas) foi um acerto.

Combinou com meu gosto, mas mesmo se não tivesse combinado ainda veria lógica, ainda mais porque, como comentei antes, ficou um buraco entre o festival e o fim, e foi nele que o Nariuki se apaixonou ou se deu conta do que sentia.

Por fim, achei Bokuben demais como um todo e gostei bastante desse final ainda que tenha feito minhas ressalvas. Espero que você tenha entendido meu ponto de vista, quer isso deixe você menos chateado ou não.

Sentirei muitas saudades do anime, penso até em reler o mangá do zero para poder escrever sobre ele um dia. Por ora, escrevo que você deve sorrir pelo que aconteceu, não se lamuriar porque o protagonista não acabou com a garota que você queria. Não quando o mais importante era todas serem felizes.

O final me fez pensar que todas estavam bem felizes sim, inclusive o Nariyuki, e que como eles chegaram até essa felicidade de ter seus objetivos alcançados e vislumbrar um futuro fazendo o que gostam fez todo o sentido!

Bokuben é uma prova; um tanto quanto questionável, eu sei; que estudar pode ser o maior barato sim!

Estude você também! Eu vou tentar fazer mais isso (bem mais) a partir de agora.

Até a próxima!

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