Demorou mas chegou, ARP Bacstage Pass faz sua estreia no Anime21 e ninguém melhor que eu, um dos poucos “assistidores” desse gênero boy band, para dar o pontapé inicial. Acho que apesar de não ser muito diferente dos demais, esse anime tem em sua execução uma identidade própria que me fez ver um certo potencial e espero não estar errado nesse vislumbre.

Basicamente a ideia aqui é retratar a vida de quatro artistas pertencente a um grupo chamado ARP, que são idols de elite e com forte influência no cenário internacional. Esses são Shinji, Daiya, Rage e Leon, curiosamente representando diferentes faces da música e histórias de vida. Todo o episódio é bem introdutório e trabalha usando os dois momentos do grupo, eles enquanto idols e como rapazes comuns.

Shinji é um gênio, originário de uma família de gênios, mas a cobrança de seu pai acabou criando um problema entre eles e meio que uma falta de conexão do rapaz com a própria música e o seu eu. Pessoalmente esse daqui chama atenção pelo jeito introspectivo, e porque quando se compara o que ele é agora com o seu eu desinteressado inicial, fica notória a sua grande transformação em relação aos outros três.

Já Daiya e Rage são pertencentes a uma banda indie chamada Rebel Cross, que tinha sua parcela de fãs, mas ainda sim não eram um estouro, visto que eles também se apresentavam pelas ruas como para cobrirem suas necessidades.

A dupla é interessante porque ambos conhecem as dificuldades da indústria e sentem na pele as barreiras da falta de dinheiro. Acredito que por conta de tudo o que já enfrentaram, eles também tenham essas personalidades mais rudes, sendo essas um meio de se afirmar e impor mesmo no sufoco.

Por último, mas não menos importante, Leon é o tipo feliz e energético que interessa menos no plano geral tem seu talento, mas ainda não tinha tido a chance de brilhar, mostrando bem pouco – não que ele pareça ter muito a desenvolver, mas ok. Pessoalmente o que salva bastante a parte dele, é o fato de ser o trecho onde ele exibe vários movimentos de dança, sendo a animação um destaque pelo esforço em se arriscar na fluidez e se manter minimamente decente ao longo da demonstração do garoto.

Apesar dessa mecânica não ser tão incomum, gosto da ideia trazida pelo diretor de se misturar diferentes estilos musicais no grupo. Shinji tem o classicismo a seu favor, Leon conta com a pegada pop idol, enquanto os outros dois carregam seu estilo mais rock alternativo.

Quero ver como esses elementos vão conduzir a musicalidade deles ao longo das apresentações e como será balanceado, já que nenhum parece abrir mão de suas preferências inicialmente.

No mais, tudo realmente acaba puxando o gancho da vida pessoal de cada um e como eles caminharam até formarem esse grupo, sem grandes pretensões, deixando o papel mais difícil para os episódios que virão.

Um detalhe curioso que a obra já mostrou, é o quão diferente seus protagonistas ficaram com a formação do quarteto. No psicológico ainda não deu para ver se houveram grandes mudanças, mas julgando pelas personalidades complicadas deles antes da junção, o impacto não foi só na aparência.

Voltando a falar do lado mais técnico, a animação é bem mediana no geral, mas em alguns poucos momentos ela tenta ser mais detalhada e fluida. O 3D presente na obra é dúbio, sendo bem ruim na parte slice of life do anime, mas muito bom na hora dos shows – digo até que é mais fluido do que o normal, se comparado a outros do mesmo nicho.

Achei essa estreia bem estranha, mas num bom sentido, partindo do fato de que eu não apostando muita coisa aqui – achei que seria um desastre estilo Dynamic Chord. No entanto ela não só conseguiu me entreter, como me mantém instigado a continuar vendo o background de cada personagem e os percalços do grupo em sua jornada.

Nem preciso dizer que eu amei esse cachorro né? Que ele continue aparecendo como mascote do grupo!

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