O episódio 16 de Blade, ou Mugen no Juunin para os íntimos, pincela as consequências definitivas das ações de Blando, nosso médico serial killer. Os experimentos multiplicam, mais de 100 prisioneiros já foram sacrificados. Na verdade, provavelmente, o dobro disso. Muitas das cobaias decaíram em insanidade, mas ao que tudo indica, Blando conseguiu algum êxito, pelo menos ele acredita que conseguiu, junto a alguns dos prisioneiros.

 

 

Tateando às cegas, o procedimento do médico é simplório, transferência de partes. Manji, mais retalhado do nunca, permanece a maior parte do tempo incapacitado. E é interessante o detalhe que podemos captar junto a essa saga, a resistência mental de Manji é absurda. Qualquer pessoa de mente “normal” tende a insanidade em uma situação de constante tortura e dor excruciante, mas Manji, em seus anos de experiência, mantém completo controle de sua razão e cognição. E convenhamos, é inimaginável a quantidade de dor que ele está passando ante a essa situação.

Por outro lado, é muito tocante a relação que Doua e Isaku possuem. Ele a protege desde muito jovem, quando desamparada e em fuga de sua aldeia, acabou se escondendo da casa do estrangeiro. Doua é uma Ainu, e devido a conflitos pessoais, acabou fugindo de casa. Isaku, por sua vez, é apenas um homem de bom coração, que acaba sendo levado pela petulância e fragilidade da moça. Com o tempo o vínculo entre eles se tornou tão forte que um não consegue mais viver sem o outro.

 

 

Rin e Doua monitoram as rotinas dos guardas, das pessoas que adentram e saem do castelo de Edo, e mesmo de Habaki, o chefe de toda a operação. Mas no fim das contas o que garante a possibilidade de invadir o local, é o mapa e as informações coletadas por Kashin Koji, o médico Itto-Ryu que reside na cidade como espião. Ele também é aquele que fornece, involuntariamente, a pólvora que Rin explode ao final do episódio.

Também temos a participação de Hyakurim, que impedida por Rin de participar ativamente do resgate e infiltração, pois está grávida devido ao estupro que sofreu quando foi raptada, auxilia de um modo muito especial, controlando os samurais e guardar no portão do castelo, para que não ocorra um massacre. O local está infestado de familiares que buscam informações e justiça. Mulheres e crianças que tiveram seus maridos e pais raptados sem qualquer justificativa pelas autoridades. A situação é tão absurda que uma revolta pode explodir a qualquer momento.

 

 

O destaque especial do episódio vai pra trilha sonora, que foi encaixada perfeitamente em todos os momentos. E claro, para Rin e Doua, que destemidamente se infiltram no labiríntico subterrâneo do castelo de Edo à procura de seus parceiros, Manji e Isaku.

Doua é uma hábil combatente, e nesse episódio, para além de sua fragilidade e insegurança, vemos a sua versatilidade no manejo de adagas. Já Rin, embora não possua a mesma força para o combate, demonstra a determinação e o espírito de guerreiro em suas ações. Mesmo quando capturada e sob tortura, ou mesmo quando com fibra sem igual, durante dias, monitora incansavelmente Habaki e a rotina do castelo, em vários momentos se prova uma mulher incrível, que cede a carnificina de cabeça erguida como uma verdadeira samurai.

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