Healin’ Good Precure é a décima sétima temporada da franquia e sua estreia não teve só a presença de uma seiyuu badalada, Nodoka ganha vida na voz de Aoi Yuuki, mas também a abordagem de temas bem interessantes e pertinentes na atualidade.

O cuidado com a fauna e a flora, o contato físico entre as pessoas e a capacidade de se pôr no lugar do próximo; some isso a uma produção e fofura de primeira, marcas da franquia, e temos uma estreia muito promissora. É hora de Precure no Anime21!

 

“Na história acompanhamos Rabbirin, Penguitan e Nyatoran; três estudantes de medicina que habitam um lugar mágico chamado Jardim de Cura. Após um ataque dos Byougens, um grupo que deseja infectar a Terra, as criaturinhas partem em uma jornada junto a Princesa Latte, que tem poderes misteriosos, a fim de encontrar parceiras com as quais possam se transformar em Precures e assim salvar a Terra e o Jardim de Cura.”

 

Não achei a Nodoka tão carismática quanto a Hana de Hugtto! Precure, mas isso não é um problema visto que a garota é simpática, apesar de ter uma caracterização bem simples, e muito disso se deve a sua bondade natural e outros dois fatores.

Primeiro, Aoi Yuuki é muito talentosa, pois passa muita segurança na voz ao mesmo tempo em que não perde traços de meninice e até bondade que se espera da protagonista. Aliás, foi fácil reconhecer a voz da seiyuu e nem por isso a Nodoka não foi “autêntica”.

Segundo, a experiência de vida da protagonista, expressa duas vezes antes da confirmação, teve relação direta com o problema do episódio, mas não só com ele, pois um dos subtemas da temporada é o toque, e assim o contato entre os seres.

 

 

Quer melhor forma de se conectar a alguém que através da empatia provocada pela vivência de uma experiência parecida? Healin’ Good já começou nos ensinando a nos colocar no lugar do próximo, ainda que nesse caso específico seja por uma similaridade.

Nodoka não é só bondade sem motivo e ela mostrou isso no episódio. Pelo que entendi ela estava doente e após ter ficado boa quer aproveitar a vida ajudando os outros sempre que puder, o que também é uma maneira de fazer bem a si mesmo, né.

Além disso, a levou a viver uma nova experiência, se tornar uma Precure. No geral o episódio foi normal, muito bem feito, é verdade, mas sem nada a destacar de diferente para uma estreia da franquia, tirando o plot explorado quando a protagonista entra na luta.

Gostei das duas outras Precures terem aparecido e até do vilão menor desse início, mas o que destaco mesmo é como o tema, o cuidado com a natureza, é atual e bom de se explorar ao dialogar com o público infantil, afinal, o ajuda a formar uma opinião.

E nem precisa se aprofundar no assunto, basta usar a Latte para mostrar como é importante cuidar dos animais e as lutas com os vilões para mostrar que proteger a natureza é um ato justo, que respeitar a fauna e a flora são causas heroicas.

 

 

Claro que espero que a produção se debruce um pouco mais sobre o tema, mas nada complexo é preciso para passar essa mensagem tão pertinente. Além disso, na era dos hikkikomoris você acha que foi por acaso o “toque” ser o outro subtema da obra?

O desenvolvimento da realidade virtual, reclusão e aversão social, baixa taxa de natalidade no Japão, etc; todos são fatores que tornam relevante levar as crianças a enxergarem o contato físico com o outro como algo bom. Sem isso nem Japão haverá mais…

Okay, posso estar exagerando, mas não exagero ao escrever que achei o episódio satisfatório no que se refere a abordagem desses assuntos, e tudo isso por meio da empatia entre criaturas diferentes, mas que compartilham o poder para mudar o mundo em volta.

Nodoka e Rabbirin formam uma dupla inusitada, mas bem interessante dada a dinâmica da parceria após a (bela, como sempre) transformação da heroína. Eu não sei se é novidade na franquia, mas se for foi uma boa a ideia da Precure ser não uma, mas uma dupla.

Espero interações interessantes entre as Precures e seus parceiros, e com elas a exploração da ideia de que a união, a conexão, faz a diferença. Não dizem que duas cabeças pensam melhor que uma? Ainda que seja uma de humano e outra de coelho isso vale, né?

 

 

Enfim, achei a abertura ótima, cheia de cenas fluidas e uma montagem que caiu como uma luva no ritmo da música, mas o que me conquistou mesmo foi o encerramento. Adorei a música e a dança, só achei uma pena que não foram as seiyuus a cantarem.

Não há muito o que comentar sobre a animação e as cenas de ação, só que foi tudo bem, como esperado. A transformação foi a que menos me agradou dos três últimos Precures, mas em compensação achei o design da Cure Grace, e das outras duas, belíssimo.

Mal posso esperar para ver o que essa temporada tem a oferecer em questão de mecânica e mesmo história, pois as personagens têm potencial, assim como os temas abordados. Claro, se estes tiverem toda a sua importância aproveitada na narrativa.

Fazendo uma comparação, a estreia de Star Twinkle Precure me divertiu mais, só que não vislumbrei nela todo o potencial que Healin’ Good pareceu ter logo de cara. Só o tempo dirá qual é melhor, mas uma coisa é certa, a função social dessa temporada é enorme.

Cheia de tópicos pertinentes abordados na medida certa e mascotes fofas (que, inclusive, têm tudo para ser mais que isso) essa estreia apareceu e me convenceu. Eu tenho ideia do que está por vir, mas isso não me impede de estar ansioso para mais.

Hoje é o meu primeiro passo!

Até a próxima!

 

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