Yugen to Jorei Gakkyuu (Yugen’s All-Ghouls Homeroom) é um one-shot da dupla por trás de Shokugeki no Souma (Yuuto Tsukuda no roteiro e Shun Saeki na arte) lançado na Shounen Jump.

Na história acompanhamos Yugen Tojinbo, um médium qus trabalha na escola Falbion para garotas de alta classe. Ao lado da diligente professora Mashito Sato ele precisa ajudar os alunos possuídos por espíritos malignos, enquanto procura uma esposa em potencial entre as alunas.

Um problemão desse one-shot dá para notar só por essa sinopse. Não é porque o protagonista é bonito, branco e rico que dá para passar pano para a ideia de “selecionar” uma moça entre colegiais para casar. Ele é mais velho e a co-protagonista até percebe que vê a essência das pessoas em detrimento da aparência, mas isso não minimiza a escolha questionável que é feita para reforçar as capacidades dele de médium.

Enfim, se essa escolha foi infeliz, tosca mesmo, não posso dizer o mesmo da arte, que é consistente e muito bonita, mas questiono os designs, a heroína é uma cópia barata da Erina de Shokugeki no Souma e o herói me pareceu uma mistura de Souma e Azami, da mesma série.

Criatividade passou longe no one-shot e o pior é que nenhum outro personagem tem uma aparência que se destaque, parece tudo muito gênerico. Tem ecchi, como esperado, mesmo que pouco. Até aí nada de mais, né, o problema é que se a trama não favorece a ação (o exorcismo não animou muito nesse aspecto) e também não mostrou nada de drama ou romance que possa ser levado a sério, então resta a comédia segurar o piano, o que ela não foi capaz de fazer.

O desenrolar insoso do caso tanto não foi a fundo no drama da estudante afetada pela possessão como poderia, quanto não foi feliz em apontar um caminho sustentável para uma possível serialização. Porque o final do one-shot quase grita que os autores estão dispostos a continuar a história, mas se for para só repetir a estrutura do capitulo único não deve dar certo, o mangá realmente não se destaca em nada.

No máximo dá para elogiar que a história da aluna estressada e suscetível a uma posessão faz sentido, assim como a reação da escola ao acontecimento (dando um desconto para a vista grossa feita pela diretora em prol de seus interesses), mas, por outro lado, praticamente uma classe inteira acabar sendo possuída de uma vez parece forçado, e com nada indicando uma ação premeditada de nenhum tipo.

Além disso, falta ao mangá o que torna a maioria das histórias instigantes, falta elementos a mais, alguma reviravolta ou ideia marcante. O prosseguimento da narrativa até me assusta por sua linearidade, e não dá para dizer que a Erina 2 se assustar com o espírito faça o serviço. Por favor, era previsível demais, no máximo posso elogiar a qualidade gráfica das cenas, porque narrativamente o desfecho é pouco animador.

Ao menos se pensarmos que nada foi aprofundado de fato sobre a personagem com problemas, ainda que o pós-clímax tenha sido bem aceitável. Aliás, é justamente por ele ter sido legal que senti falta de mais história entre a compreensão do problema e o clímax. Um desperdício de material? Não sei nem se chega a tanto, pois o one-shot como um todo é fraco, a trama e os personagens não são envolventes.

Por que ainda assim me dispus a escrever um artigo sobre esse one-shot? Porque se gosta de Shokugeki no Souma acaba sendo interessante ver a dupla de autores se arriscando em outros territórios, além de ser visualmente um trabalho bacana. Só é uma pena o herói não ter me agradado e a heroína bem pouco, posso até comparar esse one-shot a serialização de Honomieru Shounen, melhor em ideias e execução.

Até a próxima!

Comentários