Os relatos pululam pelas fronteiras distantes, velhos amigos vagam por objetivos particulares, é premente o momento do frenesi. Quem conquistará a vida que lhe pulsa pelas campinas pavimentadas de corpos?

 

 

O veneno ainda não fez efeito, dias de anticlímax que se seguem. Nesse episódio de Kingdom, somos apresentados para o suspense do ato final. Sem demora, é revelado que o tempo se esgotou. A coalizão avança para a jugular quando o vento de duas semanas árduas de combate omisso estanca em pó. É o tempo.

Generais bradam o comando da ofensiva, não final, mas finalizadora. A muralha, a montanha e a passagem, todas as ameaças são cercadas pelo receio e pela adrenalina. A defesa é forte, mas o ataque é feroz.

Sob as luzes, temos os soldados da campina, guerra aberta em terreno amplo. Milhares, ou mesmo centenas de milhares se enfileiram para a asfixia do reino de Chin. Indomáveis combatentes respondem à altura. Os dados foram lançados.

 

 

O homem bruto que nunca se rendeu a táticas, ajoelha perante os riscos e desfere um golpe de sacrifício ao lançar sua cavalaria como chamariz. Mordendo a isca, o impacto quase efêmero, mas dolorido, remete às ordens para que a parede humana se movimente e aniquile o irritante inseto que ali encena o ato.

O peixe gigantesco se contorce apenas um pouco, mas é o suficiente para que o comandante ordene o avanço geral contra o inimigo massivo. Quem triunfará frente a sangria dos homens, quem será a presa e quem será o caçador? Descobriremos.

Por todo o reino e com ênfase no campo de batalha que perdura sem descanso por dias, os encastelados teorizam o futuro, afoitos, mas nobres e pomposos, confiam aos seus generais a glória de um destino que lhes cobra todas as apostas.

 

 

Por outro lado, temos o inimigo, abundante e poderoso, que por mais que tema uma varredura em seus territórios desprotegidos, e tenha pressa, não se afoba. Cada qual consegue eficiência no cerco e na conduta, mesmo que em muito difiram um do outro.

O elemento central do combate, o enfraquecimento e o desgaste, ainda assombram, mas com muito mais intensidade nos defensores. E os truques escondidos emergem um após o outro, como se as feras do inferno despertas descobrissem a fome.

Elefantes, nada menos que a epiderme do caos, avançam pelas campinas cavalares que em surpresa se encolhem. Quem diabos teve a ideia de arremessar as bestas para pisotear o solo úmido e estéril que recobre em futuro os túmulos de seus transeuntes e guerreiros.

 

 

Não sabemos o desfecho, não conhecemos as flechas que nos atingem e perfuram, mas ambicionamos o ar que nos preenche o pulmão por mais um dia, por mais uma esperança na resistência à aniquilação desejada por bárbaros algozes.

Velhos hábitos, o destaque da prosódia é a sabedoria, mas o susto, é a ousadia. Treinados para morrer, os matadores avançam, seus protagonistas, urram ou refletem sobre quais os próximos desafios e quais as adequadas respostas que podem ser alcançadas para que a vitória seja a conclusão óbvia de seus esforços.

 

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