Foi constatada a inutilidade do Yotsuya em combate, novidade? Mas é claro que o protagonista não deixaria por isso mesmo e se tem alguém que merecerá créditos se eles derrotarem os orcs (e eles vão derrotar) com certeza é ele.

Em meio aos atalhos que ele costuma pegar conhecemos as sacerdotisas melhor, assim como as características da ilha, que devem ser cruciais para o sucesso do plano. Sem mais demora, vamos as velhas virgens e o ferreiro!

Uma dos grandes diferenciais desse anime é como o protagonista parte de um set up medíocre, mas consegue usar a cabeça e o que tem a disposição para upar e não só isso, conseguir superar os obstáculos mesmo sem ser um guerreiro notável.

O Yotsuya acaba sendo o único da party dele que pensa a fundo sobre o problema e é justamente esse esforço extra dele que cria mais chances de sucesso na missão. Além, é claro, do roteiro atrapalhar, mas ajudar logo depois.

Mas antes de falar da nova ocupação dele, não tem como não comentar as circunstâncias das sacerdotisas, que tem para si o dedo apontado por alguns moradores da ilha quando elas são as que mais perdem com essa situação toda.

Além de terem que manter a virgindade não podem se envolver em relacionamentos e precisam dedicar suas vidas a ilha e suas tradições. Tudo isso para serem acusadas de agir mal quando tudo o que tentavam era ajudar. Muita sacanagem, não?

Aliás, é assim que os mundos de fantasia são, mas se pensarmos bem, é assim que a nossa sociedade como um todo ainda é. Menos mal que já não banalizamos tanto algo tão pesado quanto empurrar obrigações a crianças e mantê-las presas a elas até a vida adulta.

No fim, Yana e Aoiu são duas “velhas virgens” que, inclusive, a gente pode relacionar as idols, que independentemente da idade, também são praticamente coagidas a não ter relacionamentos, se mantendo “puras” para seus fãs.

Essa influência se escancara com a apresentação bem ao estilo idol delas, o tipo de coisa que não tem nada a ver com um mundo de fantasia, que surge meio do nada, mas, honestamente, é tão comum em animes que nem consigo mais encarar como um defeito.

Pelo contrário, gostei dessa apresentação pelo que ela escancara de semelhança entre o tipo de vida que elas levam e que as idols levam no japão do Século XXI. Não importa a época, as mulheres sempre são as que se ferram mais, sempre têm o set up mais escroto. Tô mentindo?

Infelizmente, toco na ferida, mas meio que sou um dos causadores dela, afinal, gosto bastante de idols e cantoras japonesas em geral (principalmente as que também são seiyuus), não à toa conheço as vozes da Yana e da Aoiu.

A Yana é a Ayana Taketasu (a Nino de Gotoubun no Hanayome), enquanto a Aoiu é a Aoi Yuuki (A Tsuyu de My Hero Academia). Gosto muito do trabalho de ambas e acho que elas foram ótimas edições (uma pena que devem ser temporárias) ao anime.

Enfim, um orc ataca e apesar de ter sido morto sem maiores problemas as acusações começam, o típico cenário que sempre acontece em um grupo de pessoas no qual a tomada de decisão não é unânime. Por isso não é estranho haver um traidor entre os moradores da vila, por isso não é estranho terem demorado tantos anos para tentar virar o jogo.

O povo se acovardou, perdeu de vista os ideais que os fizeram habitar a ilha. Se acomodaram até na agricultura, que o Yotsuya com seu conhecimento de neto de fazendeiros fez evoluir uns bons anos em horas.

E isso é compreensível, eu diria que a construção foi boa nesse sentido, até porque quem vira o clima da discussão e apazígua os ânimos é um ex-morador, que saiu da ilha jovem para ganhar o mundo e, não por acaso, pegou o trabalho e trouxe outros mercenários com ele.

A sorte deles é o envolvimento dos heróis. Aliás, os heróis serem jogados em quests pontuais para desatar certos nós com certeza não é algo que o Game Master faz por acaso, né.

Como não é por acaso o Yotsuya sempre dar azar e ser trollado quando vai pegar uma nova profissão. O bacana é que ele sempre consegue dar um jeito de utilizar bem o que tem a mão, e virar ferreiro nas circunstâncias em que se encontravam o permitiu influenciar no confronto de maneira mais abrangente.

Ser ferreiro o tornou muito mais útil do que ele seria no embate direto, algo ideal para que a quest corresse mais ou menos como ele queria, com os recursos mais “valorosos” aumentando suas chances de sobrevivência. E me desculpe aqui se você discorda do Yotsuya, mas sou obrigado a admitir que sim, o raciocínio dele faz algum sentido.

Não deixo de considerá-lo um filho da puta por isso, mas ele não mentiu quando disse que os guerreiros seriam mais úteis (em teoria, claro) ao sucesso da party, mentiu?

Objetivamente falando a avaliação dele está correta, o que ele perde de vista é que mesmo alguém mais “inútil” como a Tokitate também pode salvar o dia.

No fim, ele mesmo só corre tanto atrás de se fazer útil para o grupo porque tem medo de não ter valor, de perder valor se se acomodar ou não conseguir fazer nada de diferente para o sucesso da quest.

Na anterior ele foi imprescindível para a vitória, ainda que, repito, não tenha sido ele quem salvou o dia no final. Mas ao mesmo tempo em que o Yotsuya faz sentido ele é um pouco tolo sim pela maneira “fria” como tenta encarar a situação, mas suas próprias vivências se distanciam um pouco disso.

Por fim, os orcs atacam de surpresa e agora não sei se o confronto vai se desenrolar logo ou não. Imagino que ainda vá demorar mais um pouco, mas é claro que o ataque ao porto eleva o nível de dificuldade da quest, então não vai ser tão fácil como os esforços do Yotsuya deram a entender que poderia ser.

De toda forma, Million Lives teve outro episódio bem legal (ainda que não tão bom quanto foi a estreia) e sim, cobrirei o anime aqui no blog. Com música de idol nada a ver ou trollagem com o protagonista, estou fechado com esse anime e não abro (eu acho)!

Até a próxima!

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