Uma jornada é feita de idas e vindas, retornos para lugares já visitados e aventuras que se repetem. Mas mesmo que se repitam elas nunca são as mesmas, há sempre algo de novo. E esse episódio é um grande exemplo disso.

Depois de passarem pelas fontes termais, os dois escolhidos caçulas continuam a sua viagem. E o local em que se dirigem é um local bem conhecido por nós. A floresta que nasceu após o sacrifício do Petaldramon em sua batalha contra um digimon maligno, é para lá que eles retornam. Coisa que por si só, convenhamos, já torna esse episódio bastante especial para a Hikari. E foi mesmo um grande episódio para ela.

Se a grande mensagem daquele episódio do Petaldramon era a vitória da vida sobre a morte então aqui se repetiu esse mesmo tema. Por um lado, nós vimos a continuação da vida, vistos na presença daquela floresta admirável e nos diversos digiovos presentes naquele local. É como se aquele lugar fosse um grande berço feito de terra, árvores e folhas.

E claro, não seria o mesmo tema se não víssemos outra vez o lado da morte. Aqui muito bem representado outra vez, de maneira ainda mais literal por se tratar de fantasmas. E aquilo que esses fantasmas faziam era justamente impedirem que a vida seguisse o seu rumo. E legal notar como tanto a Kari quanto a Tailmon tinham um dever em especial com aquele lugar, já que estavam conectadas com o seu surgimento.

E destaco aqui a própria Tailmon, que teve uma grande participação nesse episódio. No anterior nós vimos o Agumon receber uma grande atenção e agora eu diria que o mesmo ocorreu com a Tailmon, embora em proporções diferentes.

Geralmente os digimons são apenas extensões das vontades dos escolhidos, poucas vezes tendo como origem de suas atitudes suas próprias vontades. Mas aqui não, vimos a Tailmon se importar de verdade em ajudar a floresta e os digiovos.

E lembremos que de início a Tailmon queria apenas proteger a Hikari, era tudo pela Hikari. Agora ela é capaz de tomar decisões por si, mesmo que na prática isso possa até colocar a própria Hikari em perigo. Isso claramente demonstra o quanto essa personagem cresceu ao longo do anime.

E evoluir é algo necessário, ainda mais tendo em visto os poderosos inimigos que se colocavam em seus caminhos. O Skullbaluchimon era extremamente poderoso, ao ponto de ser impossível para a Angewomon sequer feri-lo e quem dirá derrota-lo.

Tivemos uma luta com muitas dificuldades, em que a vitória parecia inalcançável. E com apenas uma prova de que a vida ainda pode vencer, e de que uma vez que exista mereça ser preservada, esses dois elementos vistos na figura do pequeno digimon que chocou de seu digiovo, tudo mudou.

E se aqui não vimos uma evolução então presenciamos algo muito próximo de uma. Em uma cena muito emocionante, sem dúvidas, ao menos em ideia.

Ao menos em ideia, porque na prática esse episódio não foi capaz de me transmitir emoção alguma. Mas ao analisa-lo com frieza não acho que seja de fato um problema do roteiro. A direção estava bem diferente, até estranha, e a animação desse episódio estava horrorosa. Então é inegável que essa parte técnica prejudicou e muito esse episódio.

Mas enfim, ainda que isso tenha impedido o episódio de alcançar o cume de seu potencial é inegável que foi bem interessante. Em certo sentido foi importante, mas talvez nem tanto assim. Quem sabe a revelação de sua nova forma permanecer oculta nos revele que o anime tem grandes planos para ela. Mas isso já não é algo para os próximos episódios. Até mais.

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