Blue Exorcist 2 – ep 6 – Como dois padres viraram pais
Fico feliz em ver que Blue exorcist finalmente está mostrando ao que veio, depois de tantos problemas e reclamações parece que finalmente posso dizer que o building extremamente incômodo desse arco está pagando ao que veio. Nesse episódio de Ao no Exorcist, não só resolvemos a questão do flashback do Monge Tatsuma como também instantaneamente passamos para a situação problema, despertando finalmente o rei impuro e mostrando que mesmo o despertar dele foi apenas parte de um plano maior do nosso vilão Todo para conseguir mais poderes de demônios (Be like Aizen, i guess). Ainda não faço ideia do que o levou a essa conclusão mas no mínimo ele claramente está mais forte do que nunca e o anime está mais hype do que nica. :v
Pesquisas indicam que uma forte fé e a capacidade de se manter sempre positivo podem sim ajudar no processo de cura de certas doenças. Isso tem muito a ver com conceitos básicos da mente, como a vontade de viver necessária para se passar por um momento difícil. Muitos médicos usam sua fé e orações para ter ciência do peso da vida dos pacientes que estão prestes a realizar uma cirurgia de risco e até mesmo podem usar da mesma como método paliativo para acalmar seus pacientes. Isso mostra que nosso estado de espírito e o quão estressados estamos é sim essencial para nossa recuperação, porém de forma alguma deve ser encarado como única resposta e solução para nossos problemas. Só rezar não vai mudar nada.
Esse episódio nos mostra duas vertentes de um mesmo problema, algumas vezes nos focamos demais em um só problema sem observarmos o quadro geral de soluções. A forma mais rasa de observar essa problemática seria dizer que “o episódio faz uma crítica aos fiéis lunáticos que acham que ao chamar seus deuses terão todos os seus problemas resolvidos”. Isso é uma crítica direta feita pelo nosso paizão Paladino favorito, quase parafraseada, desse mesmo episódio e sequer começa a entrar na grande dinâmica do problema. Basicamente, a verdade é que, simplesmente não há uma só verdade.
Um dia um certo homem quis dar uma de espertalhão e mostrar que certos fenômenos bizarros da física quântica podiam ser aplicados na metafísica de forma um tanto irônica. O nome desse homem era Schrödinger e ele propôs o seguinte exercício mental: digamos que existe um gato dentro de uma caixa com veneno, as chances do veneno ser liberado e o gato morrer são 50% e as chances do veneno não abrir e do gato sobreviver são 50%. Enquanto a pessoa de fora da caixa não tirar o gato dela é impossível saber se o mesmo está vivo ou morto, e aliás, pode-se dizer que até a caixa ser aberta, ambas, a vida e morte do gato são situações com a mesma probabilidade e as chances do gato estar “ou morto, ou vivo” são de 100%.
“Como isso se aplica a está situação ?” você pergunta. Basicamente, na vida sempre passaremos por situações onde vivemos em uma caixa de possibilidades, Tatsuma podia ou não ter entregue a espada Koma para Shiro e até que alguém lê-se sua carta ninguém saberia, o fato é que a espada terminou nas mãos de Shiro e ele a levou para dar cabo dos filhos de satã. Da mesma forma Fujimoto podia ou não ter dado cabo de Rin, como ele pensava em fazer, mas não o fez. Algo provavelmente aconteceu para o paladino que tinha tanta certeza na derrota de satã hesitar em matar seus filhos, mas o ponto é, até ele tomar essa decisão, Tatsuma não fazia ideia se Rin morreria ou não. Na situação da doença de Miasma da seita, o que aconteceu foi o oposto, havia uma falta de opção. A escolha entre as duas opções, reza ou tratamento, estavam sendo suprimidas pela hesitação de Tatsuma em contrariar seu pai e portanto, ao invés de abrir a caixa, ele estava meramente esperando o gato morrer de fome. Da mesma forma, às vezes nos trancamos em uma só resposta antes sequer de observarmos as opções que constituem a caixa de nossas escolhas, e é da supressão de nossas emoções e escolhas que vêm o que as pessoas chamam de arrependimento.