Sin: Nanatsu no Taizai – ep 5 – Estou triste
A melhor coisa que posso dizer sobre esse episódio é que ele poderia ter sido pior. Na verdade não acho sua história muito abaixo da média do anime até aqui (é de Sin: Nanatsu no Taizai que estamos falando), mas com uma semana extra eu esperava pelo menos uma animação com mais qualidade. Não que tenha tido uma animação ruim, mas ainda assim acho que foi a mais fraca até agora quando comparada a qualquer outro episódio do anime.
E se tecnicamente o anime não se salva, tematicamente é pior ainda. Trash por trash, os demais episódios até agora pelo menos tinham alguma coesão. Indo direto ao ponto: Astaroth não tem nada a ver com melancolia por qualquer fonte que se pesquise.
Vou começar fazendo um mea culpa: Eu não percebi no primeiro episódio que não haviam aparecido as sete rainhas demoníacas. A Leviatan até chega a dizer que um dos tronos está vazio, mas logo em seguida a Belial entra, então não prestei mais atenção. Nem me preocupei em contar. Oh, bem. Faltou a Astaroth da Melancolia.
E melancolia como um pecado capital? Esse episódio tem problemas temáticos sim, como já adiantei, mas um deles não é considerar a melancolia como um pecado. Segundo Evrágio do Ponto, monge grego do século IV, não apenas a melancolia era um pecado capital como haviam oito pecados capitais ao invés de sete. A noção de pecado capital mudou ao longo dos séculos e a lista de pecados também. Os sete pecados atuais são: Soberba (orgulho), Avareza, Luxúria, Inveja, Gula, Ira e Preguiça. Segundo Sin: Nanatsu no Taizai, os sete pecados capitais são: Avareza (Mamon), Luxúria (Asmodeus), Gula (Belzebu), Ira (Satã), Preguiça (Belphegor), Vaidade (Belial) e Melancolia (Astaroth).
Leviatan se apresentou como a representante da inveja e Lúcifer assumiu o título de rainha do orgulho, então já dá para saber o que vai acontecer: Belial e Astaroth vão perder suas posições como pecados capitais para a ascensão de Lúcifer e Leviatan, “atualizando” os pecados do anime para se igualarem aos atuais do mundo real. E daí veio a única boa sacada do episódio (que nem foi tão boa assim): Astaroth assumiu a derrota, mas se declarou fiel a Belial. Até agora nenhuma derrotada havia feito isso, e Asmodeus havia até mesmo oferecido ceder seu próprio trono para Lúcifer. Belial será derrotada e Astaroth a seguirá solidariamente na queda.
A parte chata é que, como já disse, não há forma alguma de interpretar Astaroth como um demônio da melancolia. Astaroth vem da deusa fenícia Astarte, equivalente à babilônica Ishtar e à suméria Inana. Também equiparada a Ísis da mitologia egípcia, Afrodite ou Hera dos gregos, e até mesmo Eostre dos nórdicos. O que todas elas têm em comum? São deusas da fertilidade ou deusas-mães. Astaroth poderia ser, se fosse o caso, a rainha demoníaca da luxúria. Mesmo na demonologia é considerado um demônio que corrompe os corações humanos por meio de sua beleza.
Dado que todos os demônios ocidentais clássicos são divindades de religiões não cristãs, é mesmo um trabalho difícil encontrar um para uma qualidade negativa que nada de bom traz sequer a si mesmo. Um deus da morte tem mais utilidade e apelo que um deus da melancolia. Mas de uma forma um tanto indireta, há sim uma opção: seguindo Hipócrates e a sua Teoria dos Humores (que por muito tempo foi a base da medicina ocidental) a melancolia seria resultado do excesso de bílis negra, e era Saturno (Cronos, para os gregos) o responsável por influenciar o baço a produzir a bílis negra excessiva. Saturno se tornaria também um demônio com o avanço do cristianismo, e não era outro senão Satã. Que já está “em uso” em Sin: Nanatsu no Taizai, mas bem, eu tentei, né?
E não comentei nada sobre o episódio, né? Bom, ele foi chato pra caramba. Astaroth teve sua derrota garantida a partir do momento em que passou a se divertir cantando no palco e quejandos. A personalidade dela até que é divertida, gostei de verdade. E não teve peitos chupados nesse episódio! É isso aí. Até semana que vem!
Kondou-san
Sinceramente, de todo o trash, que já vi neste anime, este episódio levou o trash ao nível máximo. Eu gostei da Astaroth, que já tinha aparecido, naquele episódio de recapitulação trash, a cantar a ending dele. Só achei que a Astaroth foi muito mal aproveitada, ela como tu bem referiste, ela merecia um episódio melhor.
Neste episódio não gostei de praticamente nada (excepto a Astaroth em certas partes), a animação esteve mais ao menos razoável, mas esperava uma animação melhor, já que o estúdio teve tempo para isso. Não gostei das músicas, principalmente a main theme da Astaroth, não sei se aquilo era rap ou uma mistura de rap com pop, já para não falar que esse género de música fica péssimo quando cantado em japonês. Por falar em música, pela primeira vez vou falar mal da Lúcifer, não da personagem em si, mas da sua dubladora. Como ela canta mal, nem a melhora de voz, que quem gravou a música fez, disfarçou a péssima voz da dubladora da Lúcifer. E aquela música, que ela cantou quando estava em modo ídol, foi uma porcaria, como eu odeio música electrónica. Mal por mal prefiro ver a Astaroth e a Levi a cantar, aos menos as dubladoras destas, sabem cantar.
Fico impressionado com o design da Belial, aquela armadura não cobre praticamente nada do corpo dela. Como uma armadura destas protege a sua usuária, acho que esta armadura é mesmo, só para demonstrar o pecado da vaidade da sua portadora. E para piorar, a Belial, tem uma dubladora, com uma voz, deveras sensual, o que deixa quem vê o anime, a pensar no que não deve. E o pecado da preguiça nem tenho nada a dizer. Acho que quem fez o caracter design das personagens tem uma tara por peitos e por glúteos.
A Maria esteve ok, já vi que ela é daquelas personagens passivas, que pouco ou nada contribuem para a história. A Levi, continuou irritante como sempre, mas neste episódio esteve mais contida.
Em termos de história, este episódio foi o mais fraco de todos, a sua história foi muito mal desenvolvida, a Astaroth a mesma coisa. Espero que o próximo episódio a história seja melhor.
Como sempre, mais um excelente artigo de Sin: Nanatsu no Taizai Fábio.
Fábio "Mexicano" Godoy
Não assisti o recap, a Astaroth já tinha aparecido? Menos mal =D E talvez retorne a aparecer quando da queda definitiva da Belial, já que eu prevejo e insisto na minha teoria de que ela irá deixar de ser uma das líderes. Não acho que ela se importe muito, contudo.
Nada contra rap japonês, mas a Astaroth falando em rap foi irritante sim! A música final em que ela fez o segundo vocal em rap para a Lúcifer ficou legal, porém. Aliás, muito divertido que ela tenha feito a segunda voz no show que era dela em primeiro lugar, hehe. A eletrônica da Lúcifer foi péssima mesmo, não sei se porque eu não gosto do gênero ou porque realmente estava tão ruim assim.
Se quem produziu o anime é tarado eu não sei, mas ele com certeza está sendo produzido para tarados, como escrevi no artigo do episódio seis, hahaha!!
O episódio até teve algumas coisas tematicamente interessantes, mas não desenvolveu nada direito. Achei realmente legal quando Lúcifer e companhia ficaram deprimidas por não conseguirem derrotar Astaroth, mas Lúcifer se recuperar apenas por força de vontade foi forçar a barra. Lógico que não se espera que personagens de anime agendem consultas psiquiátricas, mas o episódio ainda assim poderia ter feito algo um pouquinho melhor. Fora isso, que o mundo do espetáculo tenha sido escolhido para representar a melancolia é uma sacada muito boa! Artistas frequentemente possuem duas faces, ou uma face real e uma máscara, de todo modo o que mostram para o público é sempre felicidade e realização – principalmente no show business japonês, onde é tão importante que idols “inspirem” seus fãs. Mas também não acho que isso tenha sido muito bem aproveitado no anime.
Obrigado pela visita e pelo comentário =)