O título do artigo era para ser “Darth Vader”, pois precisamos concordar que o Martin, assim como o Anakin, não era de fato um cara com o coração ruim, mas acabou sendo influenciado por acontecimentos de sua vida e pendeu para o lado sombrio. No entanto, creio que fica muito mais coeso o título “Desespero” pois remete exatamente o que o Martin passou neste episódio, tendo uma tentativa de assassinato por parte de sua amada irmã e teve aquele enorme choque de realidade ao saber que ele não era nada mais que uma ferramenta para a construção de El Dorado. E convenhamos, apesar de ter sido bem apresentado, o Martin chega nem perto de se comparar ao Darth Vader como personagem.

Essa nova temporada começou meio morna, em seu meio teve uma alternância entre ótimos episódios e episódios relativamente “ok”, mas no seu final a coisa engrenou de vez. As coisas sendo trabalhadas e reveladas uma a uma da melhor forma que eu poderia imaginar, as lutas com ótima animação e uma trilha sonora de vidrar os ouvidos e os olhos na tela estão sensacionais. Apesar de coisa ou outra ser previsível, ainda assim, Garo: Vanishing Line está conseguindo empolgar como nunca e se encaminhando para um final digno de ser acompanhado até por quem não tem tanta paciência e acaba largando muitos animes no meio, como eu faço quando não me prende.

O episódio em si foi muito bom por desenvolver o lado do Martin e fazê-lo entender como os seus modos não condiziam com o objetivo. Claro, por mais que ele tenha sido completamente enganado e não soubesse de nada sobre os horrors e o genocídio praticado por seus colegas de trabalho. O que eu não gostei foi o design dele após a transformação, acho que por ele ser o “principal” vilão deveria ter um design mais amedrontador, mas no sentido real da palavra, e não para fazer sentir dó dele, pois aquela cabeça dele no meio da barriga só me fez sentir dó, assim como senti da Nina em Fullmetal Alchemist Brotherhood.

A luta entre Luke, Gina e Queen foi extremamente empolgante, como já disse; a animação ficou muito boa e a trilha sonora ajuda muito a dar uma sensação maior de fixação na tela; claro, não posso deixar de falar da coreografia da luta em si que teve uma alternância entre a mesma e o mini-arco do Martin, mas não deixa de ser extremamente bem bolada – esse bem bolado fica muito estranho, certo? Mas é a expressão que me vem à mente no momento para descrever isso da melhor forma possível. As estratégias usadas na luta também foram no mínimo inesperadas por mim, e mais ainda pela Queen. É claro que conhecendo o Sword, acharíamos instantaneamente que ele ia de fato atacar ela de imediato, mas a Gina o impediu de fazê-lo, e claro, foi a melhor decisão, pois do contrário, eles talvez não conseguissem detê-la tão facilmente como fizeram.

Apesar de tentar matar seu irmão, a Sophie consegue passar uma emoção extremamente humana, pois é de fato algo que não é 100% errado de se pensar, ela apenas foi movida pelo sentimento de vingança e raiva por ver tanto sofrimento e no final descobrir que tudo foi culpa do seu próprio irmão. Aqui o diretor teve êxito no tom da cena, assim como conseguiu representar o desespero dela ao ver seu irmão se tornando um monstro.

Espero que pelo menos o Martin seja forte de verdade, que dê mais trabalho do que seus guardas, pois é claro, ele é o Rei, e deve ter uma força digna de tal título e de ser o vilão de Garo: Vanishing Line.

  1. E mais uma vez, o anime entrega o que tem a oferecer. Chama a atenção do Martin não ter sido levado pro “lado negro” de cara, como seria o provável e sim, pelo desespero e decepção de ter dado mancada por não perceber aonde estava indo e a Sophie serviu de propulsão para este ser absorvido pelo King. Quanto a aparência, realmente destoa muito dos horrors que vemos durante o anime em si,mas, penso que seja apenas uma forma temporária, antes da definitiva. Achei fofinho aquela forma do King, como disfarçando suas reais intenções, antes de mostrar a que veio.
    Lembra bastante o que houve com o Majin Boo em “Dragon Ball Z”, começa bobinho e vai ficando mais malvado e mais poderoso conforme muda de forma. Não me surpreendo no que virá, apenas adiantando que o episódio seguinte terá uma surpresa inesperada e muito bem-vinda.

    Das três versões anime da franquia, “Vanishing Line” tem sido a de melhor história e contexto nesta empreitada animada de “Garo”.

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