Gegege no Kitarou – ep 13 – Ganância atrai ganância
Com o pretexto de filantropia, Nezumi Otoko tenta mais uma vez conseguir dinheiro através dos outros. Na verdade, essa palavra significa ajudar os outros, caridade, assim como ele explicou durante o episódio. Porém, o seu esquema é sempre o mesmo: vender seus produtos de uma forma que os cidadãos possam pagar. Desta vez, são os diamantes, que costumam ser caríssimos e raros. Sabendo disso, nada melhor que cair em cima do ponto fraco do povão (até mesmo a Nekomusume entrou no balaio)!
Logicamente, Kitarou sabia que tinha algo errado. Com o seu sensor de youkai, sentiu a atividade de um em pouco tempo. Mas o que eu quero mesmo dizer é que, para um anime infantil, usaram outro artifício que geralmente é censurado: alguém atirando em outra pessoa. Claro que não mostrou com detalhes, já que o cara que foi atingido estava muito longe, mas, aproximando mais um pouco, vi que a bala acertou no ombro direito dele, e o sangue aparecendo na manga do homem me trouxe a ilusão de que esse fato seja tão comum quanto outros mostrados na cultura japonesa através dos animes (é que isso também me fez lembrar do James da Equipe Rocket quando segurou uma arma certa vez, cena cortada no ocidente).
Eu me distraí um pouco, porém meus devaneios me trouxeram a um ponto importante: quem está por dentro das notícias, sabe que as questões mostradas em Gegege no Kitarou são verdadeiras (apesar de serem mostradas de maneira fantasiosa no anime, mas de fácil entendimento para crianças): evasão de divisas, abandono, sede pelo poder e maus tratos aos seus empregados, trabalho escravo, ditadura, entre outras, foram mostradas em todos os episódios, e o peão da vez é a ambição descabida. Não que esse tema já não tenha sido mostrado, e o Nezumi Otoko estava no meio em todas, mas desta vez houve até intenção de matar por um dos seus comparsas (não como aconteceu no quinto episódio, em que o próprio youkai matou a jornalista investigativa).
Ambição gera ainda mais ambição, e também vem à tona aquela famosa frase: você é o que você come. Além de muito ambicioso, Wanyudo, o youkai do episódio, também come muitas almas, o que faz com que as suas chamas aumentem, junto com seu egoísmo e sua vontade de se alimentar mais. Mas é claro que o plano de Nezumi Otoko, que parecia infalível até determinado ponto, não foi tão longe, e seu pedido desesperado por ajuda, mesmo que tenha cortado laços com Kitarou, fez com que fosse salvo, mesmo que o protagonista não quisesse no momento. Mana amoleceu tanto o seu coração que ele não está sendo o mesmo de antes: aquele youkai rabugento que só salvava os outros por obrigação.
O youkai que apareceu neste episódio:
Wanyudo:
Youkai famoso no folclore japonês e também conhecido como guardião das portas do inferno, ele é uma roda de carroça gigante coberta por fogo e uma cabeça em seu centro. Ele vive sofrendo por causa de suas chamas e, por causa disso, quer ver as pessoas sofrendo também. O seu trabalho sadomasoquista consiste em roubar a alma de alguém e levá-la até o inferno. Para um pouco mais de detalhes, clique aqui.
Muito obrigada por ler este artigo até o fim, e nos vemos no próximo!
Escritora
Pois é, este Nezumi Otoko não aprende, hein: cada falcatrua que entra, só se dá mal. E esta meio que ultrapassou, porque o que antes era apenas uma forma de enriquecer fácil, virou um problema maior que o previsto. Sorte dele que o Kitarou tá aí pra resolver e até mesmo deu uma ajudinha, pra ver que não é de todo mal, ainda bem. Se não, nem estaria na trupe na abertura.
A cena final foi genial, mas, sabemos que o resultado será fracasso… Saindo disso, no começo do episódio, quando ele corta relações ao Kitarou, expressou bem o quanto é complicado ser meio-youkai e isso me lembra do InuYasha e do Sha Gojyo da franquia “Saiyuki”, personagens que tem este dilema e que são discriminados por esta natureza. De resto, amando demais este anime e Toei, continue com este trabalho bom, aliás, excelente ano pra eles: acerto aqui, acerto na atual temporada de “Precure”, no Super Sentai e no Kamen Rider; é milagre isso sim! Será que aprenderam a fazer boas séries ou é apenas algo passageiro? Fica a pergunta. E mais uma vez, que análise, tô gostando muito. Até mais!!!