Bom dia!

Faz tempo que não escrevo sobre Banana Fish! Para ser exato, faz um mês, desde o dia 26 de setembro, quando publiquei o artigo sobre o episódio 12. Minhas mais sinceras desculpas a quem está acompanhando Banana Fish aqui comigo no Anime21.

A virada da temporada foi complicada, como sempre é, mas agora vai!

Gostaria de começar esse artigo reconhecendo que pelo menos o episódio 13 merecia um artigo próprio. O duelo entre o Arthur e o Ash foi a culminação do primeiro cour de Banana Fish, afinal.

Não estava tudo lá, mas o que importava estava: as gangues de rua, assassinar para sobreviver, a polícia, um monte de marginais indo à loucura com a vitória do Ash, e o Eiji.

O Eiji não ficou frustrado com o Ash, mas talvez o Ash sinta que ele fique. O Ash se sente “sujo” por ter que matar, afinal. Ele não é orgulhoso da vida que leva. O Eiji enxerga isso, e talvez também por isso, mas mais ainda por alguma força-motriz interna ainda mal explorada, ele quer tirar o Ash dessa vida.

Já especulei em artigo anterior que isso possa ser amor. Banana Fish não é um boys love, mas tem influência no gênero e é no geral bem avaliado por leitores interessados em romances entre garotos, afinal. Mas é bem verdade que, pelo menos até agora, nada aconteceu em Banana Fish que só possa ser explicado por um sentimento como o “amor” do Eiji pelo Ash.

Por tudo o que sabemos, ele pode estar agindo só como um grande amigo que vive em um mundo diferente, ou mesmo um irmão de idade parecida. Ainda aposto em “amor”, porém, mesmo sabendo que o anime não me permite decidir algo tão ousado.

No Café com Anime dos episódios 12 e 13, depois de conversar com meus colegas, chegamos a uma conclusão sobre por que Banana Fish é assim. Eu sei que isso soa como apenas reafirmar o óbvio, porque no fundo é isso mesmo, mas como eu estava tratando o anime de uma forma diferente até agora acho importante fazer isso:

Banana Fish é uma história plot-driven, em oposição a character-driven.

Isso quer dizer que a história é narrada com o foco no desenrolar da trama e dos acontecimentos em si, nas transformações do mundo da história. O Ash é bastante caracterizado e desenvolvido ao longo dos episódios, e vários personagens são bem caracterizados, escapando de ser meros arquétipos, e foi isso que me levou ao erro de achar que Banana Fish fosse character-driven.

Não é. O foco de Banana Fish não é o desenvolvimento de seus personagens, embora por óbvio ele acabe acontecendo. É lógico que Ash está completamente diferente agora do que quando o anime começou. Mas o mesmo não pode ser dito do Eiji. O deuteragonista foi bem caracterizado, mas ainda possui a mesma mentalidade do começo do anime.

E o que dizer dos vilões, então? O que dizer particularmente do Arthur? Arthur era só um cara violento e covarde que queria se vingar do Ash. Isso nunca foi explorado, nunca tivemos uma só oportunidade de entrar na mente do Arthur e entendê-lo.

Ok, teve um flashback revelando o duelo em que tudo começou. Mas eu tenho certeza que o Ash travou duelos com muitos outros líderes de gangues de rua, e talvez outros além do Arthur tenham tentado ser traiçoeiros com ele. Isso é da natureza do ambiente em que Ash vive.

No entanto, apenas um, Arthur, e só ele, guardou um rancor tão grande a ponto de fazer de tudo para se vingar. Não estou dizendo que isso seja impossível, só estou dizendo que o anime nunca se esforçou em dizer nada sobre o Arthur. E para alguém na condição de nêmesis do protagonista com certeza adoraria ter aprendido mais sobre ele. Mas não havia o que aprender.

Plot-driven. Ele é assim porque a história precisava que fosse assim para funcionar.

Enfim, o importante aqui é que por causa da vida que o Ash leva, era fatal que ele colecionasse inimigos. Eventualmente, um inimigo implacável e sujo como o Arthur. Não era realmente culpa de nenhum dos dois. Apenas tinha que ser assim, e os dois sabem disso.

 

 

Ash finalmente matou Arthur porque sabia que se o deixasse sobreviver ele iria se levantar e contra-atacá-lo mais uma vez. Mas isso não quer dizer que Ash não tenha hesitado.

Ash hesitou quando Eiji chegou. Ash sente profundo pesar de ter que tirar vidas, mas ele faz e ordena que façam isso sem demonstrar remorso ou hesitação, como já ficou claro em episódio anterior. Mas isso só vale quando ele está lidando com pessoas do seu mundo. Quando o Eiji aparece a coisa muda.

Ash hesitou e foi ferido. Na hora não pareceu (viva a adrenalina!), mas o ferimento foi feio e poderia ter sido fatal. Mesmo assim Ash matou Arthur. Mesmo na frente do Eiji. Ash venceu mas ficou claro que a hesitação que Eiji provoca nele pode ser a diferença entre a vida e a morte. Dessa vez ficou barato.

Assim como no começo do anime, Ash foi preso mais uma vez e Eiji separado dele. Diferente do começo do anime, ele não é mais só um maloqueiro de rua e graças ao banana fish gente graúda sabe quem ele é e sabe o que ele sabe. Ele é um perigo, uma ameaça com a qual Dino não conseguiu lidar.

Comparado com o que seria o vazamento das informações sobre o banana fish, o surto de violência de gangues de rua que ocupou todos os noticiários em Nova Iorque parece uma briga no parquinho do jardim de infância. O Senador Kippard decidiu se livrar do moleque, e assim ele acabou indo para um tal Instituto Nacional de Saúde Mental, do Doutor Mannerheim.

 

 

O Instituto porém é só uma fachada para experimentos humanos financiados pelo governo e pela Máfia Corsa, e o Dr. Mannerheim é só o cientista louco que comanda o lugar. Os estudos sobre o banana fish agora continuam lá, sob um novo nome: B1. O objetivo é eliminar os efeitos colaterais da droga que tornam a pessoa violenta e, no final das contas, suicida. Querem apenas criar zumbis obedientes.

E já estão conseguindo isso, mas é preciso a administração constante da droga e isso prejudica sobremaneira o intelecto da pessoa. É nesse estado em que o Projeto Banana Fish – agora B1, se encontra, e é aí que Ash, com QI extraordinariamente alto, entra.

Da forma como eu entendi, não é que tenham a esperança de que ele sobreviva. Não estão nem aí para o Ash. A ideia é usar seu intelecto privilegiado, e sendo alto como é, ele vai ser útil por mais tempo que uma pessoa normal, ou mesmo que um gênio normal. Ash é um gênio entre gênios.

Enquanto isso, divulgam ao mundo que Ash morreu. Até encontram um sósia dele para falsificar uma autópsia. Max estava lá, no entanto, e conhece Ash bem o bastante para perceber que era um sósia.

O mesmo não se pode dizer de Eiji. Eiji não estava lá, não está sabendo de nada além do noticiário, que divulgou largamente sobre a morte do Ash (que era verossímil pela gravidade de seu ferimento), e mesmo assim acredita que ele está vivo.

 

 

Por quê? Plot-driven, camarada, plot-driven. Eiji precisa acreditar que Ash está vivo para a história continuar no rumo traçado pela autora, então ele acredita.

E Dino está de volta. Mais enfraquecido do que nunca – se explicar aos chefões na Europa aparentemente serviu apenas para ele manter a própria pele, porque perdeu o Ash e perdeu o cargo para um russo.

Você conhece o mangá? Eu não li o mangá. Se leu, pode confirmar para mim se havia russos envolvidos mesmo? É só que me parece estranho, por causa da Guerra Fria e coisa e tal. Mas sem dúvida faz sentido no cenário atualizado o envolvimento de mafiosos russos, então não estou reclamando, é só uma curiosidade.

Não bastasse ter perdido poder dentro da máfia, Dino ainda tem que enfrentar o noticiário, já que Max publicou sobre suas remessas ilegais de dinheiro no jornal. A fera está acuada. Talvez agora ele entenda um pouco como Ash se sente?

 

 

Em todo caso, isso é bom para os mocinhos. Dino visita o Instituto do Dr. Mannerheim e vê Max e Ibe, obviamente os reconhece e sabe o que devem estar planejando, mas escolhe ficar calado. Não há nada que ele queira mais do que botar as mãos em seu ex-animal de estimação, mas ele sabe que não pode fazer isso em sua atual circunstância.

Eu não me espantaria se algum tipo de aliança mais formal surgisse entre os dois, algo como um armistício para que possam enfrentar o inimigo em comum. Mas isso é coisa para os próximos episódios. Até lá!

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