Kyoukai no Rinne – Ep 22 – Natal em setembro
[sc:review nota=3]
Não gosto muito de enredos sazonais em animes. Primeiro, porque geralmente eles são baseados em mangás cujas histórias saíram na época certa, mas a data quase nunca bate quando se trata da animação (semana passada era dia dos namorados em Umaru-chan, e agora é Natal em Rin-ne, WTF?). Segundo porque na maioria dos casos eles esgotam os clichês e acabamos assistindo a uma história nada inovadora que dá a impressão de estar lá porque é quase obrigação de roteiro. Aqui não foi tão diferente assim, apesar de que, como é de praxe em Rin-ne, as coisas terem acabado mais sobrenaturais do que para pessoas normais. E, de uma forma distorcida, meio fofa até.
Ageha é o tipo de personagem que me causa pena, empatia, raiva, vontade de aconselhar e de dar na cara dela, tudo ao mesmo tempo. Suas tentativas em conquistar o Rokudou são as mais ineficientes e tolas não só do anime, mas de boa parte das histórias que eu já acompanhei na vida. Uma ricaça que nunca se preocupou com dinheiro na vida, esbanja mesmo sem perceber e é capaz de montar toda uma festa de natal pra dois, instantaneamente? Que cai em todo santo golpe de vendedor e leva pra casa coisas que não funcional – falsas, quase sempre -, e não se importam em custarem mais de 2,5 mil reais? Claro que não iria dar certo, pelo contrário, ela só causa mais irritação das demais pessoas. Rokudou até não se importa, mas é porque tá mais preocupado em fugir das investidas dela do que qualquer outra coisa. Ela nunca percebeu que tem as armas certas, mas tá usado do jeito errado? Já ouviu a célebre frase “Homem se conquista pelo estômago.”? Se ela comprasse comida pra ele, mandasse bolos, chocolates, mesmo se fossem algumas embalagens de cup noodles, ele certamente a teria em bem mais alta consideração. Não quer dizer que ele a amaria por isso, mas seria bem mais gentil. Dito isto, a compra do kotatsu, mesmo que sendo mais um embuste, foi a mais acertada das escolhas. Se ela tivesse comprado junto uma bela ceia de natal e não tivesse parado no meio do caminho como a mamãe recomendou, talvez os dois tivessem passado uma bela noite sozinhos. Mas não, ela tinha de fazer bobagem. E, atraídos como mosca pelo mel, todo mundo veio atrás.
Uma casa abandonada se ressentiu por estar sozinha e resolveu comemorar o natal sozinha (?), criando uma barreira que impedia qualquer um de sair de estar satisfeita. Rokudou entrou atraído por um bilhete de socorro não assinado, e ficou preso. Sakura ouviu a história, ficou curiosa, entrou e também ficou presa. Tsubasa havia sido contratado para exorcizar a casa, levando frango frito que, aparentemente, no Japão é um prato típico de natal, vai entender. Mas deixou do lado de fora da barreira, maldito exorcista idiota, e o resultado foram dois shinigamis, um exorcista, uma garota apática e um gato sobrenatural presos em uma casa ansiosa pela chegada do Papai Noel. A única solução foi Rokudou ofertar – forçadamente – a fatia de bolo que comprara tão entusiasmadamente para comemorar a festividade a sós com seu gato. Um problema resolvido, mas seu coração ficou em pedaços. Mas ele terá a sua recompensa em breve, já que todo mundo resolveu marcar uma festinha em seu cubículo e Ageha levou para lá o kotatsu, melhor coisa da vida quando se está muito frio. Os dois até conseguiram um fofo momento a sós, mas a chegada dos demais acabou com tudo. Frustrada, ela resolve usar old maid (jogo de cartas) pra forçar todo mundo a obedecer suas ordens e cair fora. O que ela não planejou é que fosse uma droga no jogo, sendo constantemente forçada a sair e comprar coisas pra todo mundo comer. É a piedade que eles sentem dela que gera a fofice da cena final, com os quatro usando cachecóis caseiros presenteados pela mãe de Sakura (e não por ela, como todos temiam), comendo o bolo que ela derrubou sem se importar com o amassado e se aquecendo juntos no kotatsu, que afinal de contas funcionou mesmo como um Gerador de Campo de Intimidade. Mesmo que os planos dela não tenham dado tão certo assim, eu concordo que os quatro se aproximaram um pouco mais agora, de uma forma que eu queria desde o começo. Essa proximidade não deve durar nem até o próximo episódio, mas por ora vamos deixar assim mesmo. Tá de boas, tá bonito. Só que foi fraco e desnecessário.