O autor de Boogiepop adora arrumar inimigos com nomes interessantes para a personagem, e dessa vez não foi diferente, afinal, o Rei da Distorção é o maior alquimista que Boogiepop enfrentará nesse anime. Mas será que ele conseguirá transformar o mundo em ouro? Por que deseja fazer isso? Não sei, mas verei essa adaptação do quinto volume da light novel para garimpar minhas respostas. GO!!

O Templo da Lua é uma massiva rede de informações criada por Teratsuki Kyouichirou; sim, o mesmo humano artificial citado no arco anterior do anime como suspeito de ser traidor.

Como ele morreu dá para supor que foi a mando da Organização Towa e que – se a Torre da Babilônia não foi construída a mando dela – a intenção por trás desse ambicioso projeto era criar uma rede de informações própria para fazer o mesmo que a Towa deseja só que usando outros métodos? Ou seria algo bem diferente?

Não sei, e por ora a resposta não é importante, mas sim a atividade de outro ser, esse como a origem mais nebulosa. O Rei da Distorção, “alquimista” que se aproveita do remorso de outros para produzir ouro. É, isso é muito estranho, mas expande o leque de temas a serem abordados em Boogiepop, né.

O Takeda voltou a dar as caras depois de uns 10 episódios, mas novamente não foi relevante, e sim o que aconteceu com ele. O que, aliás, começou já com o garotinho uns minutos antes, depois ocorreu com a Kei e com o segurança: a aparição do Rei na pele da pessoa a qual esse remorso é direcionado.

No caso do garotinho foi com o criador da Torre porque ele não desejava estar lá. No do Takeda foi o shinigami Boogiepop porque ele sentia falta do contato com ele. No da Kei foi o Saotome por que ela se culpa por tê-lo deixado morrer? E no caso do segurança foi a garota para qual nunca se confessou.

Gostei de terem mantido a ação do Rei em poucos casos, sendo os dois primeiros somente aperitivos do que estava por vir, pois deu para entender bem que ele se transforma no remorso que mais ocupa a mente da pessoa no momento, já que o mais comum é ter várias coisas das quais lamentar.

Aliás, é comum associarmos remorso a arrependimento, mas os dois não são exatamente sinônimos. A culpa é uma característica do remorso, o sofrimento por uma falha.

O arrependimento deriva disso, mas há diferenças. Arrepender-se não significa necessariamente que a pessoa remoerá algo, só que lamenta, enquanto remoer soa mais nocivo, é limitante e mantém você preso a um erro cometido no passado.

O remorso está ligado as consequências do erro, ao quanto o erro faz mal a pessoa, é um sentimento egoísta por natureza, mas fica difícil julgar quem sente remorso se é tão comum sentirmos o mesmo.

Eu mesmo poderia dar um exemplo de remorso que me acompanha há anos, mas não convém expor demais a minha vida pessoal aqui, mas sim comentar o que estou vendo dos personagens da história.

Aliás, falando neles, o Habara, o Shirou e a Sakiko devem ganhar mais espaço na trama nos próximos episódios. Já nesse o Takeda deve se culpar por achar que não foi útil para o Boogiepop no problema da Mantícora, além de querer vê-lo de novo, mas saber que isso seria o sinônimo de um novo perigo.

O Rei da Distorção o atiça a isso e se ele fosse uma pessoa de mente fraca cairia na armadilha, mas o garoto até namora a garota que serve de receptáculo para o Boogiepop, então duvido muito que ele vestirá uma carapuça de vilão; pelo menos nesse arco.

O caso da Kei e do segurança já são delicados, pois no final o caso dela pareceu mais ligado a culpa que ela sente por ser vista de uma maneira que ela não gostava, mas não faz nada para que essa sensação ruim mude, já no caso do segurança deve haver mais a se remoer do que só um amor não declarado.

Aliás, por que o problema dele apareceu nesse episódio e o da Sakiko ou do Shirou não? Isso só aumentou minha curiosidade para o próximo episódio. Eu quero muito ver como seria a ilusão do Shirou, além de ver ele mesmo se libertando da culpa, caso ele sinta alguma, conseguindo assim seguir em frente após a perda da gentil Kamikishiro.

O Rei da Distorção governa as distorções nos corações alheios, é alguém que coloca para fora o que está desequilibrado por dentro; e está em toda parte, mas não está em lugar nenhum, pois o poder dele o permite atingir um número variado de pessoas em uma larga área.

Eu devo curtir bastante se esse arco inteiro se passar dentro da Torre e envolver um número maior de pessoas, pois é bacana variar um pouco a dinâmica da série, né? Senão o arco todo, pelo menos mais um episódio todo lá. E tem outro detalhe interessante que é falado no começo. O Rei acabara de nascer. Sendo assim, sua criação tem justamente o intuito de mexer com o Templo da Lua, se aproveitar dele de algum jeito?

E não só isso, mas quem é seu criador? A Organização Towa? Teratsuki Kyouichirou? Ou temos aqui um terceiro elemento? E por que o Rei está atacando as pessoas dentro da Torre? É aleatório? E se não, por quê? Qual o padrão? O que exatamente vai conseguir com isso? Um exército de culpados?

A ideia jogada foi bem interessante, resta saber como ela será trabalhada, principalmente quanto ao formato, pois como vão dissecar o conteúdo é até fácil de prever. Os humanos normais vão tomar o palco principal e seus dramas serão esmiuçados, restando a Boogiepop apenas o papel de auxiliar na resolução do problema; a derrota do vilão dessa vez.

Você está empolgado para esse arco? Eu estou empolgado para esse arco. Espero que o remorso dos personagens se vá e só sobre arrependimento para a parcela do público que, como eu, lamenta não ter conhecido Boogiepop bem antes.

Até mais!

P.S.: A trilha que toca na hora em que o Rei da Distorção “ataca” me lembrou de comentar o quanto tenho curtido a trilha sonora do anime, apesar de que estava sentindo a falta de uma faixa diferente, com mais pegada nos últimos episódios. Enquanto a trilha sonora dessa adaptação não sai ouça a da primeira adaptação aqui, e se quiser ouça essa outra trilha inspirada na obra. Espero que você goste!