Bokuhaka – Quando o problema não está só no vizinho, mas em você também – Primeiras impressões
Bokuhaka ou Boku no Tonari ni Ankoku Hakaishin da Imasu, chegou com uma comédia similar a que foi proposta pelo recente Chuubyou Gekihatsu Boy, o humor vergonha alheia protagonizado por “chuunis”. Ainda não o vejo com potencial para ser o melhor da temporada, mas certamente vai divertir muito pela sua proposta pastelona.
Por mais que eu tenha achado essa estreia divertida, reconheço que concorrer com animes como Murenase! Seton Gakuen, Jibaku Shounen Hanako-kun e Eizouken ni wa Te wo Dasu na! – investindo pesado e com qualidade no riso -, chega a ser uma maldade, mas ainda vi uma base bacana para que a obra consiga entreter dignamente quem lhe der uma chance.
Ainda não sei dizer se a maior parte do grupo é afetada pela síndrome do chuunibyou, porque apesar das indicações nos trailers e na abertura, a clareza da informação é pouca, mas grosso modo o elenco principal se assemelha bastante com o do outro anime que citei. Acho que a diferença seria somente o nível de risco, já que os doidos daqui parecem usar armas sabe se lá por qual motivo.
No caso aqui, Koyuki é o normalzão que só quer viver uma vida mediana e ok, tendo todo seu planejamento modificado pelo quase amigo Hanadori, com uma mãozinha do Tsukimiya.
Enquanto o primeiro vive mergulhado em suas insanidades, repletas de nomes difíceis e extensos, o último é um verdadeiro rei do deboche, se aproveitando constantemente das brechas que os colegas lhe dão para se divertir em cima deles – achei até que estava me vendo na tela brincadeira, eu sou um amor.
Quando tudo começou eu entendi a saga do protagonista para tentar resolver seu problema e não conseguindo, mas conforme o tempo foi passando, comecei a me apegar ao Hanadori. Para além de seus delírios, ele tem uma inocência e delicadeza muito grande, que não te dá outra opção a não ser sentir dó dele.
Eu estava defendendo o Koyuki até aparecer aquele flashback do doidinho trabalhando, na tentativa de conseguir o mesmo jogo que ele para jogarem juntos, ali foi tocante. As vezes a gente tem um amigo insano que é tão amigão, que acabamos abraçando a loucura dele em nome dessa amizade, foi isso que esperei ver e meio que acabou acontecendo.
No meio das várias piadas espalhadas pelo episódio, achei boa a sacada de mostrar que durante todo o tempo, o garoto normal que implica com os malucos, é o verdadeiro perdido da história. Tudo que foi feito pensando em resolver a situação, se voltou contra, porque na verdade o problema está nele que é burro e distraído, não nos outros. O Hanadori é maluco? Com certeza, mas pelo menos é um maluco genial.
Ri bastante das quatro mortes dele em suas tentativas frustradas de se sair do Hanadori, mas me diverti ainda mais com as suas expressões a cada acontecimento. Nos momentos de raiva ele ficava engraçado, só que quando estava absurdado – com aquela cara meio robótica e apagada -, ele ficava impagável.
Tá aí uma estreia que podia não dar muito ficando na linha do medíocre e acabou me surpreendendo. Com um elenco carismático, um bom timing cômico para quem gosta do tema e dessa comédia pautada na expressividade dos protagonistas, aliada a uma animação que cumpre o seu papel. Falando ainda da abertura – que quase esqueci -, ela tem uma temática que casa com o enredo e é simples no geral, mas a música é um pop bem bacaninha de ouvir.
Já estou curioso para ver os outros “chuunis” e onde essa bagunça vai parar, até porque me parece que o anime não vai se resumir aos meninos, vem aí umas garotas que podem ser interessantes para o conjunto.
Se você assim como eu curte essas comédias bobalhonas e desinteressadas, tanto melhor, esse aqui tem a receita do bolo certinha para garantir seu entretenimento sem muito esforço.