No primeiro episódio de In/Spectre tivemos um vislumbre de algo completamente diferente do que a obra apresentou nos episódios seguintes. De uma obra que mostrou ter lutas contra youkais e afins, recebemos um episódio inteiro que reconstituiu um crime (com apenas suposições) e outro que finalizou isso e colocou a obra num estilo similar ao mostrado inicialmente. Isso, não é um problema, afinal, mostra que a obra vai tentar trabalhar em ritmos diferentes, sempre dependendo do caso e dos detalhes envolvidos, algo que é bem interessante mas que pode resultar em algo não tão empolgante.

Considerando tudo isso, eu realmente gostei dessa versatilidade. Porém, tenho minhas ressalvas, ainda mais considerando o quão fraquinha ela foi. A história do assassinato foi legal e tal, mas nada espetacular, incrível ou que em algum momento chamou a atenção. Isso sem contar que as inúmeras reviravoltas tiraram um pouco da tensão, quando normalmente elas estão ali para causar o efeito oposto. 

Talvez o impacto e a qualidade do primeiro episódio fizeram com que o segundo fosse um tanto quanto desanimador apesar de tudo. É como eu mencionei acima, não é um problema e eu até gostei, mas gostaria de um algo mais para me satisfazer. Aliás, não só isso atrapalhou como também a resolução foi péssima, ainda mais considerando que não existiu uma de fato e levou mais de um episódio para fechar com meras suposições do que poderia ter acontecido. Digo, dava para fechar aquela história num episódio só, não? E claro, pelo menos dar um final para a moça que acabou sendo presa, ou melhor, eu nem sei o que aconteceu com ela de fato, mostrando que o problema já começa por aí.

Porém tivemos uma mudança de ritmo no episódio 3 pois o mesmo trouxe adições interessantes como por exemplo a volta da Saki, ex-namorada do Kuro. A obra foi bem clara no tocante do impacto que ela teve ao testemunhar os feitos de seu namorado, mostrando o trauma deixado, uma mudança de personalidade e de moradia (ok, não sabemos se foi uma escolha dela mudar-se), que são mudanças muitas vezes sutis e comuns, mas não deixam de ser interessantes de observar.

Mas além da adição dela, temos o nosso primeiro youkai/fantasma/o que quer que seja que vai dar trabalho. É a velha história de excluir o primeiro pois ele é só uma mera demonstração e começar a contar de verdade no segundo. E parece ser um páreo duro para a Kotoko, que inclusive demonstra ter uma grave dificuldade em situações que envolvam lutar. Aliás, isso é algo que eu realmente gostaria que fosse explorado: a capacidade de lutar dos dois protagonistas. Se pensarmos bem, ela é ótima em situações que possam ser resolvidas verbalmente, mas não tão útil numa luta, algo parecido com o Kuro que tem uma carne venenosa, apenas.

Inclusive isso é algo que de certa forma precisa ser abordado, até porque tivemos um time skip de dois anos, que é tempo suficiente para evoluir bastante. E sobre esse time skip, apesar de estranho ele pode trazer um nível de interação mais interessante que o normal, muito por conta de uma possível proximidade da Kotoko com o Kuro, o que consequentemente resultaria numa química ainda maior entre os personagens. E sim, foi mega engraçado o encontro com a Saki e todas as pérolas que ela soltou em menos de 1 minuto (lembrando da baita cutucada ao citar o Kuro ou as menções a  perda da virgindade).

Enfim, esse novo arco parece que vai ser bem interessante e o próximo episódio pode ser um bom ponto de teste para termos certeza disso. Se considerar bem, o próximo episódio representa simplesmente um terço do anime e com isso, já é o bastante para avaliar a obra e decidir se vale a pena continuar assistindo (ou não). No mais, eu venho me divertindo bastante, ainda que o maior motivo seja pelo elenco que é extremamente simpático e fora do comum em vários aspectos (principalmente a Kotoko).