Chega ao fim um dos animes que eu mais gostei, exibindo nesse encerramento uma história simples porém não menos interessante que as demais. Tínhamos um filho abandonado, um pai miserável, uma família bondosa e uma tanzanita – cujo significado somente o brilhante Richard sabia -, o que podia dar errado?

Botando em termos conhecidos para quem conhece o mundo de Pokémon – que não tem nada a ver com esse anime -, se antes o Seigi já tinha crescido com as experiências que viveu, aumentando o seu “nível” pessoal, esse episódio foi aquele que lhe permitiu evoluir, já que tinha os requisitos necessários para essa transformação. Acho que deu para entender meu resuminho maluco, né?

Gente, o pai biológico do Seigi – faço questão de deixar claro esse termo – é de um cinismo absurdo, ele entrou pra minha lista de personagens que deviam estar num balde de lixo sem direito a reciclagem. Depois de todos os maltratos e sacanagens que ele aplicou a família, é sério que ele queria voltar como se nada tivesse acontecido em anos? Me poupe.

Conforme o tempo foi passando e o protagonista foi revelando as pequenas memórias que tinha, fui desvendando o quão repugnante aquele homem era. O fato de ele agir como um stalker “inocente” dava mais raiva ainda, já que isso deixava claro que a intenção dele era incomodar, e ele sabia como fazer isso com o filho.

Não sei se mais alguém notou esse detalhe, mas foi frouxo da parte do proprietário, abrir o imóvel do seu inquilino como se não fosse nada. Realmente é só qualquer um se anunciar família e tudo ok? Sem querer ele ajudou bastante a afligir mais o rapaz.

Felizmente a ingrata participação daquele lixo de pai não tinha a ver com os Claremont, como imaginei que poderia ser, mas em compensação alguns deles tiveram uma função importante e não para o mal no episódio, como o próprio Richard e o Jeffrey – que não apareceu, mas fez o seu direitinho.

Emendando a deixa desses dois, achei bem legal a forma como o anime tentou usar os vários personagens que apresentou ao longo do anime, no problema do Seigi. Mesmo os mais subutilizados, como aquele amigo da estreia – que se apareceu 3 minutos em 12 episódios foi muito – teve uma função.

Bem verdade que a maioria deles só tomou patada ou ficou no vácuo quando interagiam com o raoaz, mas alguns serviram para construir a necessidade do personagem e seu abalo psicológico, enquanto a outra parte tinha sua missão de achar a solução para ele, tornando válida a tentativa.

Assistindo as cenas, fiquei chocado ao ver como o pai biológico perturba a mente do Seigi. Ele realmente perde o controle perto do monstro que aquele homem é, a ponto de pensar em matar ele se preciso.

Olha, assim como o Sherlock ficou descompensado na reta final de Kabukichou Sherlock, não duvido que o Seigi fosse além. Acredito que a maior diferença aqui, seria que ele ia agir pelo impulso, se arrependendo depois, já que quando ele “sai do transe” perto do pai, ele volta a ser o mesmo garoto bobo de sempre.

Richard como sempre foi ótimo e já deu passos a frente, ato esse que fez o estudante se abrir para o amigo depois de muito rodar. A relação de confiança dos dois como sempre é um ponto positivo e a forma como se desenvolve é incrível, afinal agora era a hora do retorno para o joalheiro.

Como era de se esperar o loiro foi logo no âmago da questão acionando o outro pai para entender e resolver a baderna. Nakata, padrasto do Seigi, merece o prêmio de pai do ano e será mais um dos que entram para o célebre hall de pais dignos dos animes.

A forma como ele protege seu enteado com unhas e dentes – mesmo que não seja tão amado assim -, prova que nem sempre o laço de sangue é o mais forte. Curiosamente esse foi o argumento mais utilizado pelo pai lixo, dizendo que o sangue chama e une a família.

Eu estava achando estranho o fato do protagonista chamar os pais pelos nomes, Hiromi e Nakata, mas acredito que talvez as razões que ele tinha para se manter distante tenham se dissolvido parcialmente com a confusão, já que no final ele solta um pai para o homem.

Se durante sua aparição eu cuspi marimbondos por segundo, ao menos para isso aquela besta fera teve um papel bacana, deixando o Seigi ainda mais próximo de seu pai verdadeiro e do Richard, e sendo posto para correr pelos três.

A tanzanita introduzida nesse episódio também foi um plus, afinal nada melhor que uma pedra com aquele significado de renovação, para destacar essa fase de transição do protagonista – tanto a física quanto a psicológica.

A conclusão de tudo fica por conta do laço de amizade entre os dois protagonistas que se antes não queriam se separar um do outro, agora é que o nó não desata mesmo. Housekishou Richard-shi no Nazo Kantei termina me deixando muito satisfeito e já com saudades das suas histórias e jóias, mas espero sinceramente não ser o único com esses sentimentos.

Obrigado a quem leu e até o próximo artigo!

  1. Eu terminei agora a pouco, seu resumo não poderia descrever melhor o que eu deduzi do anime. Infelizmente, ou felizmente, eu assisti com a informação de que era yaoi, o que não era verdade, mas que me fez assistir ate o fim, afinal depois que vi o primeiro ep quis saber o desenrolar da historia deles, so que com aquele pequeno desejo de romance rsrs…

    • Oi Ramon, fico feliz que tenhamos pensado igual nas deduções kkkkkk. Agora para te ser sincero, eu não senti falta de romance aqui não, sabia? Acho legal quando trabalham uma amizade mais profunda entre dois personagens numa história e não ficam forçando muitas situações apenas para satisfazer público. É bem verdade que tem uns baits ao longo do anime, então se tivesse algo a mais não seria surpresa nenhuma, mas acho que a falta disso não desmerece o conjunto, tudo é bem amarradinho no anime.
      Pode ser que na novel tenha algo diferente, já que tem vários volumes publicados, só que como o anime adaptou pouco então não tem como saber por ele, só lendo mesmo.

      Obrigado pelo comentário e volte mais vezes!

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